“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Arquivos sobre ovnis liberados pela USAF

 POR EDSONMARCON 
Enviado por Edson Marcon
Thinkstock
Da BBC
O historiador amador John Greenewald passou quase duas décadas solicitando informações consideradas não confidenciais do governo dos Estados Unidos sobre objetos voadores não identificados (óvnis).
O resultado foi a postagem na internet de mais de 100 mil páginas de documentos sobre os inquéritos internos de óvnis da Força Aérea americana.
Veja abaixo cinco entre os principais pontos dos arquivos abertos pelo chamado Projeto Livro Azul. As revelações podem ser lidas no site http://projectbluebook.theblackvault.com.
1. O Projeto Livro Azul foi um projeto ambicioso
As origens do ambicioso projeto datam de junho de 1947, disse à BBC o pesquisador sobre óvnis Alejandro Rojas.
O editor da revista Open Minds disse que um respeitado empresário e piloto, Kenneth Arnold, estava sobrevoando sobre o Estado de Washington quando testemunhou vários objetos voadores não identificados.
Mais tarde, Arnold descreveu que os objetos "saltavam como pires". A imprensa adotou o termo, e passou a chamá-los de discos voadores.
Este incidente - e vários outros, incluindo o possível pouso de um óvni em Roswell, no Novo México, no mesmo ano - levou a Força Aérea a lançar um órgão de investigação específico sobre o tema.
Nomeado Projeto Livro Azul e sediado na Base Aérea de Wright-Patterson, em Ohio, a ideia era que o programa fosse formado por apenas alguns funcionários. No entanto, o grupo investigou 12.618 registros de óvnis num período de duas décadas.
Getty
Força Aérea dos EUA disse que estes destroços, recuperados em Roswell, no Novo México, pertenciam a um alvo radar
2. Projeto respondeu a um mal-estar público
Criado nos anos imediatamente seguintes à Segunda Guerra Mundial, o Projeto Livro Azul tinha a intenção de interromper a disseminação do mal-estar público diante do número crescente de relatos de visualizações de óvnis, incluindo sobre locais importantes como a Casa Branca e o Capitólio.
"Havia muita histeria do público, e para os militares e o governo na época, era uma grande ameaça", diz Greenewald. "Não importa se os óvnis eram alienígenas ou não, eles estavam causando pânico, então [o governo] tinha de controlar os nervos de todo mundo."
Embora sejam vistas com sarcasmo hoje, as ocorrências de avistamento de óvnis teriam sido discutidas por altos integrantes do governo americano nos anos 1940 e 1950.
"A questão foi levada muito a sério naquela época", disse Rojas. Chefes da CIA, a agência de inteligência americana, à época afirmavam publicamente que se tratava de um fenômeno real.
Em 1966, outra comissão da Força Aérea foi criada para analisar a fundo alguns dos casos do Projeto Livro Azul. Mais tarde, esse grupo divulgou um relatório que afirmou não ter encontrado evidências de óvnis.
O Livro Azul foi oficialmente encerrado em 1969.
3. Muitos dos casos não deram em nada
Apesar de muitas fontes confiáves - de almirantes da Marinha a pilotos militares e civis - terem relatado avistamento de óvnis, a maioria dos casos investigados pelo Projeto Livro Azul acabou envolvendo balões meteorológicos, gases de pântano, eventos meteorológicos e até mesmo inversões de temperatura.
Em Seattle, no Estado de Washington, em abril de 1956, uma testemunha descreveu ter visto um "objeto redondo, branco... [que] dava voltas e voltas", de acordo com os documentos. Posteriormente, os investigadores concluíram que se tratava de um meteoro e encerraram o caso.
Em janeiro de 1961, em Newark, New Jersey, uma testemunha relatou ter visto um objeto cinza escuro "do tamanho de um jato sem asas". Esse objeto, mais tarde, foi identificado como um avião.
http://jornalggn.com.br/fora-pauta/arquivos-sobre-ovnis-liberados-pela-usaf

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O discurso maniqueísta

IMPRENSA & JORNALISMO

Por Luciano Martins Costa

Se houvesse uma palavra para descrever sucintamente a linguagem da imprensa do Brasil neste início de século, ela seria: “maniqueísmo”. Esse é o principal sintoma da crise de inteligência que afeta a mídia tradicional em quase duas décadas, período em que, contraditoriamente, se esperava um alargamento da reflexão no ambiente midiático, como um dos resultados previsíveis da evolução tecnológica na base de captação e publicação de notícias.
Da primeira à última página de jornais e revistas, do primeiro ao último minuto que o telespectador, ouvinte ou usuário dedica à televisão, ao rádio e à internet, praticamente todo tempo e todo espaço ocupado pelo sistema de informações é recortado por narrativas simplistas nas quais se pode identificar facilmente a presença dessa visão primária da realidade. O viés que domina o noticiário predominante na mídia tradicional, muito mais claro nos assuntos de política e economia, é a manifestação mais escancarada dessa deficiência.
Pode-se argumentar que o contexto produtor de informações – a frágil democracia brasileira, ainda contaminada por sequelas do autoritarismo – condiciona, na origem, o processo comunicacional. De fato, há uma relação inevitável entre a imprensa e o ambiente em que ela se desenvolve, mas o que se espera do jornalismo é justamente que seja capaz de expor a complexidade de seu tempo com uma visão de futuro, e não que tente determinar o futuro com base num olhar passadista.
Alguns analistas têm eventualmente abordado essa relação, mas o viés dominante na mídia dá mais visibilidade à opinião conservadora, quando não abertamente reacionária, o que impõe ao ambiente midiático essa tonalidade monocromática. No entanto, mesmo uma opinião comprometida com o reducionismo maniqueísta pode contribuir para a compreensão dessa deficiência básica da imprensa nacional, como se pode observar, por exemplo, em artigo publicado sexta-feira (23/1) pelo jornalista Fernão Lara Mesquita noEstado de S. Paulo e no seu blog Vespeiro.com (ver aqui).
Reflexões como essa são raras nos jornais brasileiros, porque a imprensa não se pensa. Eventualmente, porém, essas manifestações são mais esclarecedoras pelo que não dizem do que pelas afirmações que fazem.
Non duco, ducor
Essencialmente, Mesquita afirma que o regime em que vivemos não é uma democracia, e que a democracia leva a culpa de tudo de mal que acontece no Brasil. Na sua opinião, ao enfatizar os pecados dos políticos, a imprensa demoniza a política porque se restringe a uma crítica “moral” do sistema e se mostra incapaz de uma crítica “técnica e propositiva” das instituições.
A causa dessa deficiência, na sua opinião, é a “terceirização da orientação política” da cobertura do jornal para o segundo escalão, o que condena o órgão de imprensa a ser conduzido por suas fontes – “em vez de conduzir seus leitores”, diz o autor.
Deve-se dizer, do maniqueísmo, que, quanto mais elaborado for o discurso, mais evidente fica o propósito de reduzir as possibilidades de interpretação, pois a intenção não é ampliar a diversidade de ideias, mas conduzir todas para um mesmo funil. Aliás, a intenção maniqueísta do texto em questão é confessada no ato falho de Mesquita, ao considerar explicitamente que a função do jornal é “conduzir seus leitores”.
Mas façam os observadores suas próprias conjecturas ao ler o texto citado, que se usa aqui apenas como exemplo de como, mesmo quando se dispõe a refletir sobre seus fundamentos éticos, a imprensa encontra uma barreira que não consegue transpor. Ela pode ser definida pela pretensão confessada por Mesquita: a de que o jornalismo é o “condutor” da cidadania.
Esse é, exatamente, o ponto original do debate: ao considerar que sua missão é guiar a sociedade, os pensadores da imprensa confessam o caráter autoritário e manipulador de sua atividade.
O maniqueísmo é a manifestação mais honesta desse discurso camuflado, que mal dissimula seu grande temor: o problema, para os donos da mídia, não é haver terceirizado a orientação política de seus jornais, porque seus prepostos são geralmente mais realistas que o rei. O que os assombra é a mudança na função de mediar o contato dos indivíduos com a realidade, e a crescente percepção de que o mundo sempre vai precisar do jornalismo, mas não necessariamente daquilo que chamamos de imprensa.
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/o_discurso_maniqueista

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Nossa vida no universo paralelo

O corte, seletivo, de energia elétrica na segunda-feira à tarde, determinado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, provocou frisson em toda a imprensa - se é que podemos chamar assim esse conglomerado de mídia que se propôs a varrer do país qualquer resquício de modernidade.

A torcida para que o Brasil mergulhe nas trevas, por parte desse pessoal, é imensa e nem mais disfarçada.

Um blecaute de cerca de 40 minutos em algumas regiões virou "apagão", esse termo maldito que se vulgarizou no governo do maior ídolo das elites, o indefectível "Príncipe dos Sociólogos".


Às pressas, foram convocados os palpiteiros de sempre, os especialistas em tudo e em coisa nenhuma, os salva-pautas sempre de plantão para descascar o governo trabalhista.

Faz calor?

Dilma deveria ter previsto.

Chove?

Faltou planejamento.

As edições de hoje dos jornalões - e provavelmente de toda esta semana - são uma festa só.

O Brasil, mais uma vez, para delírio geral, vai acabar.

Some-se ao terrível apagão o "saco de maldades" do novo ministro da Fazenda.

E o "manchetômetro", essa invenção acadêmica para medir de que lado está a imprensa, vai registrando a maior goleada que um presidente da República já levou na história.

Um verdadeiro vexame para o time de Dilma.

Enquanto tudo isso ocorre, a Eletropaulo, talvez a pior empresa do universo, continua com seus "apaguinhos" diários, infernizando a vida do paulistano.

E não merece uma linha nos jornalões.

E a Sabesp, então?

E o governo Alckmin?

O fato é que a imprensa brasileira revolucionou o conceito de jornalismo, ao retratar não este mundo em que vivemos, mas outro, talvez de uma dimensão desconhecida.

Parece loucura - e é mesmo loucura.

http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2015/01/nossa-vida-no-universo-paralelo.html