“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A República estilhaçada e a falência do STF

por Aldo Fornazieri
Uma república se sustenta sobre a funcionalidade do tripé dos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - conforme o estabelecido na Constituição. Nas últimas semanas, a república brasileira veio abaixo com o desmoronamento do último poder que ainda mal subsistia: o Judiciário. Fruto de um golpe, o Executivo, sem legitimidade não podia ser considerado um poder republicano desde a posse de Temer. Além da ilegitimidade originária, esse governo era e é inaceitável pelo seu caráter criminal. Se alguém ainda duvidava de que se tratava de uma quadrilha, as delações dos executivos da Odebrecht acabam de desvelar qualquer dúvida. A principal missão desse governo é a de investir com violência contra os direitos sociais e contra o espírito e a letra da Constituição de 1988.
O Congresso, na sua dupla composição - Câmara e Senado - foi o principal fautor do golpe. Por serem casas comandadas por pessoas acusadas de cometer vários crimes, sendo que um de seus dirigentes, Eduardo Cunha, está preso e com denúncias graves pesando sobre os ombros de vários membros, o Congresso não tem respeito e legitimidade junto à sociedade. As delações recentes mostram que a soberania da representação popular foi vendida, privatizada, vilipendiada, conspurcada, ao sabor dos interesses privados de empreiteiras e de outros grupos que compram leis, favores e benefícios. Não há como considerar que esse Congresso seja uma instituição republicana, pois ele é a face perversa da destruição da res publica.
Por fim, ruiu o Judiciário na sua figura maior, o Supremo Tribunal Federal. Esta casa não tem uma história honrosa da qual possa se orgulhar. Deu cobertura ao golpe militar de 1964, validou medidas inconstitucionais do governo Collor e se acovardou perante a falta de amparo constitucional ao impeachment da presidente Dilma. Ademais, o poder judiciário, pela sua incompetência, pela sua morosidade e por aplicar uma Justiça enviesada contra os pobres, contra os negros e contras as mulheres é portador de um enorme déficit de republicanismo.
A desmoralização do STF
No caso Renan Calheiros, o STF foi desmoralizado e se desmoralizou. Demonstrou que não é um tribunal capaz de exercer o controle constitucional e que está a serviço dos interesses de um governo falido, que não governa o país. Lula tinha toda a  razão quando afirmou que estamos diante de um "Supremo acovardado". Aceitou todo tipo de pressão política e terminou promovendo a mais esdrúxula das decisões já promovidas pelo STF. Ora, se o Tribunal pôde tirar Cunha da presidência da Câmara podia tirar também Renan da presidência do Senado. E se Renan pode ser presidente do Senado não há nenhuma justificativa razoável e lógica para que não possa ficar na linha de sucessão da presidência da República. Presidência da República e presidência do Senado (e do Congresso) são poderes equivalentes e equipotentes nos termos da doutrina republicana, embora com funções diferentes. Se Renan não pode ficar na linha de sucessão da presidência da República não pode ser também presidente do Senado.
Confrontado pela rebelião de Renan, o STF se recolheu desmoralizado. O STF não está agindo como colegiado. São nove homens, duas mulheres e nenhum destino, nenhuma dignidade, nenhum espírito de Corte Constitucional, nenhuma sobriedade, nenhuma cautela, nenhuma prudência. Os juízes, Gilmar Mendes à frente, são juízes apenas pelo poder formal que lhes é conferido, mas não são juízes nas suas condutas e nos seus conteúdos. Na prática, como juízes, são porta-vozes de interesses políticos, e como militantes políticos, julgam extrapolando o amparo da Constituição.
Os juízes de um tribunal, que é o guardião da Constituição democrática e republicana de um país, precisam ter condutas e decisões cuidadosas e cautelosas. Os juízes e o colegiado devem, por terem o poder de decisões finais e irrecorríveis, conduzir-se pelo recato, pelas auto-restrições, pelo autocontrole, pelo comedimento, tanto nas suas relações pessoais quanto no exercício de suas funções. Mas não é isto o que se vê. Dominados pela vaidade e pela frivolidade perigosa de suas incontinências verbais, são agentes da desmoralização do próprio STF. Os juízes devem saber que não são deuses e que não estão acima do debate e do escrutínio da opinião pública. Deveriam saber que não podem negociar decisões judiciais com Temer, com senadores ou com quem quer que seja.
Qual a saída?
A pesquisa do Datafolha, publicada no final de semana, é devastadora para o governo Temer. Os seus dias devem ser abreviados pela renúncia. Se não renunciar deve ser derrubado pelas mobilizações de rua. A única saída que esta crise comporta são as eleições gerais antecipadas. Nenhum governo que emergir desse processo que tem o golpe como elemento gerador terá legitimidade e capacidade para tirar o país da crise. Nenhum governo que não nascer da soberania do voto popular tem a legitimidade para pedir sacrifícios a quem quer que seja.  Não se pode reduzir direitos, definir tetos, agredir o pacto social da Constituição de 1988. Os democratas e progressistas tem o dever e a responsabilidade de levar bandeira das eleições gerais para as ruas imediatamente. É incompreensível que o PT e as esquerdas não tenham desfraldado esta bandeira desde o afastamento de Dilma.
O PT e as esquerdas precisam dizer claramente qual a saída que defendem em face da derrocada das instituições republicanas. Partes das bancadas do PT não podem continuar se comportando como a quinta coluna do governo golpista, como se comportaram na eleição de Rodrigo Maia, no episódio de Renan Calheiros e na falta de combate à PEC do teto. 
O fato é que setores do PT e parte da intelectualidade progressista estão com uma estratégia equivocada. Após a consolidação do golpe "branquearam" a luta contra o governo e transformaram o judiciário e a Lava Jato em inimigos principais, num jogo conveniente não só para o governo Temer, mas até mesmo para o PSDB. O poder judiciário e a Lava Jato precisa ser criticados e contidos nos seus excessos, mas não são um poder disputável. Somente o poder político é um poder disputável pelas forças políticas e sociais.
O colapso do Executivo, do Legislativo e do Judiciário produziu uma agenda democrática e progressista unificadora: eleições gerais já; não à PEC do Teto e não à reforma da previdência. Não que o ajuste fiscal e a reforma previdenciária não sejam necessários. Mas não estes que estão aí, que jogam o peso da crise nos ombros dos mais pobres. As reformas que estão aí são impositivas e antidemocráticas. Não há o que negociar. As estruturas de mediação democráticas e republicanas foram rompidas. Elas só podem ser reconstituídas pelo processo social, pela mobilização popular nas ruas e pelas urnas.
Aldo Fornazieri - Professor da Escola de Sociologia e Política. 
http://jornalggn.com.br/noticia/a-republica-estilhacada-e-a-falencia-do-stf-por-aldo-fornazieri

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Verdades e mentiras sobre John Lennon

Verdades e MENTIRAS!!!
John-Lennon
John Lennon é visto por muitos como um rebelde, um filósofo, quase um santo, alguém que inspira muita gente. Mas o homem por trás da lenda é bem diferente. Conheça Lennon e saiba por que ele não deveria servir de modelo para ninguém:
8 – Abuso doméstico
yoko-ono-lennon
Não há o que discutir, o homem que simboliza paz e amor batia na esposa. John Lennon confessou e está documentado até os tempos de Liverpool, ele batia na esposa Cynthia e Yoko Ono. Como todo homem que bate na mulher, ele provavelmente deve ter brutalizado outras mulheres.
7 – Abusava emocionalmente de seu filho
julian-lennon
Sua maior vítima foi sem dúvida Julian, resultado de uma gravidez indesejada que arrastou John para uma vida e responsabilidade para as quais ele não estava preparado. Tanto Julian quanto sua mãe Cynthia afirmaram em várias ocasiões que John era alternadamente ausente, indiferente, abusava de drogas, e em geral uma pessoa desagradável de ter por perto durante a primeira infância de Julian. Depois do divórcio de Cynthia, John desapareceu da vida de Julian por um tempo. Depois que voltaram a ter contato, John abusou emocionalmente do menino, repreendendo-o e gritando com ele até levá-lo às lágrimas. Uma vez Julian riu e John gritou “Eu odeio a maneira que você ri!”. Julian ainda não era adolescente na época. Na declaração que talvez seja a mais triste sobre John, Julian disse mais tarde que Paul McCartney era muito mais um pai para ele que seu pai verdadeiro.
6 – Mentiroso patológico
john-lennon-mentiroso
Ele simplesmente inventou muita coisa sobre a própria vida, e simplesmente por egomania, tentando parecer melhor do que era. Todo mundo faz um pouco disso, mas John Lennon chegou a extremos. Disse que era da classe trabalhadora de Liverpool, quando na verdade foi criado em um lar de classe média, e durante os primeiros anos de seu sucesso ele negava ser casado. Ele alegava ter se apaixonado à primeira vista por Yoko Ono em um show de arte, quando na verdade ela o seguiu por muito tempo até que ele cedeu aos avanços dela. Ele alegou ter perdido o interesse nos Beatles devido às inclinações de Paul à música pop, seu papel dominante no grupo e o desejo de fazer música de vanguarda fora do grupo, quando na verdade ele praticamente abandonou a banda nos dois últimos anos por causa de seu vício em heroína. Todos comportamentos embaraçosos, mas que a maioria dos artistas tinham nos 60 e 70.
5 – Separou os Beatles
beatles-separacao
Diferente da lenda que diz que a banda se separou espontaneamente, ou que foi Paul quem a dividiu, mas aparentemente foi John a gota d’água. A banda não ia bem, e John anunciou que estava deixando a banda em uma reunião que era para ser um encontro de rotina. A saída de John jogou um balde de água fria sobre o grupo, e em um ano o obituário foi escrito.
4 – Ignorante em política
lennon-estetoscopio
John nunca fez nada de nota nesta área, exceto posar para fotos e dar declarações, sendo considerado pelos radicais que cultivava um poser ignorante, e as poucas coisas que fez, que era publicidade e dinheiro para o Black Panthers, um grupo radical e violento, não é algo para se orgulhar.
3 – Não tinha talento
Talvez este seja o ponto mais subjetivo da lista, afinal os fãs não vão concordar que ele não tinha talento. Mas dá para considerar que ele tinha pouco talento. Como guitarrista era apenas mediano, preso apenas aos ritmos mais simples, e sua habilidade com o piano não era muito melhor. Sobre as letras das músicas, ele de fato escreveu algumas, mas muita gente acha que conforme o tempo passa, suas palavras vão ficando mais vazias e ultrapassadas. O sucesso delas deve-se mais ao excelente trabalho de George Martin e dos outros Beatles que ao talento de John Lennon.
Olhando para a herança dos Beatles, pode-se argumentar que Paul MacCartney e George Harrison tinham mais talento que John para escrever músicas. John estava se afastando e praticamente não tem nada dele no álbum Sgt. Pepper, e no filme Let it be, vê-se muito mais um Paul tentando motivar um John que claramente não queria estar ali. Quanto à carreira solo de John, você consegue lembrar o nome de alguma música de “Sometime in New York City”?
2 – Sem personalidade
john-lennon-metamorfosis-looks-trough-the-years
Há quem considere John Lennon um conformista, e não um livre pensador seguindo seu próprio caminho. Ele estava tentando se enquadrar em grupos o tempo todo. Quando o visual popular era o teddy-boy, lá estava ele de jaqueta de couro e topete. Depois era o corte pop bonitinho. Depois o visual hippie. Depois o hipster furioso vanguardista. Nunca terminava. Tudo que ele fazia, das declarações políticas à roupa que usava, era uma tentativa de se enquadrar em alguma contra-cultura ou sub-cultura que já existia.
1 – Hipocrisia
john-lennon-peace
Este ponto talvez seja o mais difícil de falar sobre Lennon, principalmente por que seu assassino havia dito que este era o principal motivo por tê-lo matado: John Lennon era o exemplo vivo do ditado “faça como eu digo, não faça o que eu faço”. Tudo que é preciso é ver as letras de suas canções. O cara que cantava “imagine no possessions” (“imagine não existir posses”) vivia uma vida de milionário em um hotel elegante em Nova Iorque. O cara que cantava “imagine no religion” (“imagine não existir religiões”) era obcecado por todas as modas New Age que apareciam, incluindo meditação Hindu, I-Ching e todo tipo de astrologia. O homem que cantou “all you need is love” (“tudo que você precisa é amor”) era amargo, violento e abusou da família e amigos. O homem que se vangloriava de não ter “nada pelo qual matar ou morrer” ajudava a financiar e dava publicidade a grupos radicais que advogavam o uso da violência. Praticamente tudo que os fãs personificam no ícone John Lennon são ideais que ele parece não ter abraçado.

Daqui https://www.facebook.com/luizhenrique.demelobarreto/posts/668156213358874

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Não é mais uma crise, é uma tragédia

Quem viveu mais de meio século, como eu, deve se lembrar de como foram os governos Sarney, Collor, Itamar e FHC.

Os mais jovens, felizmente, se recordam apenas do Brasil sob a liderança dos trabalhistas, Lula e Dilma.

Não têm, portanto, a menor noção do que era o país antes, do número de miseráveis que habitava esta terra, do tamanho da desesperança que havia nela.

Os governos Lula e Dilma, hoje fica mais claro, foram uma exceção na história do Brasil, porque deram voz e vez aos excluídos pelo cruel pré-capitalismo nativo.


Deposta a presidenta, eliminados os trabalhistas, findo o sonho de se adotar por estas bandas uma social-democracia com traços civilizatórios mínimos, o triste passado retorna com todo o seu peso, toda a sua violência e toda a sua crueldade.

Em poucos meses, o governo golpista conseguiu a proeza de ser pior que os piores momentos de Sarney, Collor e FHC, em todos os sentidos.

O desempenho da economia é cada vez mais catastrófico.

Os escândalos na cúpula governamental se sucedem com uma rapidez que nem uma obra de ficção poderia registrar.

As instituições se esfarelam de maneira nunca antes vista.

Se antes a crise era política e econômica, hoje ela se disseminou tão amplamente que atinge a todos os setores do país.

O Brasil vive, não uma crise, mas uma convulsão, um desastre, uma tragédia.

O Brasil está perto de um colapso.

E, incrível, parece que os semeadores do caos não se importam com isso.

(Carlos Motta)

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Miruna relata em livro processo vivido por Genoino com 'mensalão'

Segundo filha de ex-presidente do PT, ele "está angustiado com tudo o que está acontecendo, e, apesar de não estar na vida política pública, está sempre pensando sobre política"

por Eduardo Maretti

São Paulo – O ex-presidente do PT José Genoino está “tranquilo dentro do possível”, com o cenário político brasileiro. “Está angustiado com tudo o que está acontecendo, mas está bem de saúde”, conta Miruna Kayano Genoino, filha do ex-deputado. “Meu pai vive política o tempo inteiro. Mas tem conversado sobre política só com amigos. Não está fazendo nada partidário ou institucional. Apesar de não estar na vida política pública, está sempre pensando sobre política.”
Miruna está fazendo uma campanha para arrecadar fundos com os quais pretende lançar, em março, o livro Felicidade Fechada, pelo qual conta o processo vivido por Genoino e sua família desde 2005, quando ocorreram as primeiras denúncias relacionadas ao chamado “mensalão”. A campanha tem como meta arrecadar R$ 87 mil – até o final da tarde desta sexta-feira (4), as doações chegavam R$ 64 mil, pelo site Catarse

A obra é dividida em duas partes. Uma reunindo relatos escritos por Miruna durante o período, especialmente o processo de julgamento, condenação e prisão e, na segunda, as cartas que enviou ao pai. A intenção é "recontar a história que estava aparecendo nas manchetes de um jeito que a gente sabia que não era verdade".
De acordo com Miruna, o momento mais difícil em todo o processo se deu quando Genoino foi levado para a Papuda, em Brasília. “Primeiro porque eu não estava em Brasília. A gente não chegou a se despedir. Eu e ele ficamos dois meses sem nenhuma comunicação direta. Não tinha como vê-lo, porque tenho meu trabalho em São Paulo e as visitas eram quarta-feira. Então fiquei impossibilitada de ir”, conta ela, que é educadora.
Depois da etapa mais tensa e angustiante, a família começou a ficar mais tranquila quando ele voltou a São Paulo, em maio de 2015, após o Supremo Tribunal Federal ter decidido extinguir sua pena por corrupção ativa na Ação Penal 470, em decisão unânime, a partir do indulto natalino de dezembro de 2014.
O período em torno do indulto não deixou de ser tenso, lembra Miruna. O STF e seu então presidente Joaquim Barbosa haviam negado, até então, vários recursos que a defesa de Genoino havia tentado, como o indeferimento, por Barbosa, do pedido para que ele cumprisse a pena em regime semiaberto em São Paulo, onde mora. Barbosa presidiu STF e foi o relator da AP 470, em que pediu a condenação de José Genoino sem nenhuma prova ou evidência de que tenha cometido algum crime.
O caso do mensalão foi um primeiro balão de ensaio a empregar a condenação pela imprensa, de modo a induzir os integrantes do Judiciário a votar não necessariamente de acordo com os autos – e provas de culpa –, mas de acordo com as pressões da opinião pública diante da espetacularização do processo. O método tem sido adotado à exaustão pelos da Lava Jato, e tem sido a base de sustentação da operação desde seu início.
Na época do indulto, a imprensa enfatizou o tempo todo que a medida deputado havia sido determinada pela presidenta Dilma Rousseff como se fora um ato para beneficiá-lo, quando na realidade é uma ação adotada todos os anos e beneficia inúmeros detentos.
Assista à mensagem em que Miruna explica o projeto do livro
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2016/11/miruna-relata-em-livro-versao-sobre-processo-vivido-por-genoino-3166.html

sábado, 5 de novembro de 2016

Mariana: Marcha em defesa dos que não têm para onde ir

O rompimento da barragem em Mariana (MG), que completa um ano neste sábado (5), mobilizou diversos segmentos da sociedade que até hoje cobram providências da Samarco, operadora da barragem, da Vale e BHP Billinton, sócias da empresa, bem como de governos e instituições no que toca à definição de responsabilidades.
Uma das entidades mais atuantes nessas cobranças tem sido o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), entidade social sem fins lucrativos criada em 1989 e que se encontra presente em 17 estados, assessorando comunidades atingidas por falha dessas estruturas em todas as regiões do país.  
Letícia Oliveira, coordenadora do MAB em Minas, e residente em Mariana desde o dia seguinte ao rompimento da barragem, conversou com a Sputnik e conta as ações que estão sendo realizadas, como a marcha que saiu de Regência (ES) em 30 de outubro e percorreu oito municípios no estado e em Minas Gerais até chegar a Mariana, onde realiza um encontro neste sábado para debater o acidente que atingiu as comunidades. Participam da marcha representantes das famílias e aldeias atingidas, setores da Igreja Católica, movimento de trabalhadores e estudantes. 
"O MAB surgiu para dar apoio a centenas de comunidades que vêm sofrendo com as consequências da construção de barragens pelo Brasil desde a década de 70, em boa parte devido à formação de grandes reservatórios decorrentes da construção de hidrelétricas, principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte. São cerca de 1 milhão de pessoas que vivem nos entornos desses empreendimentos e que podem ser diretamente atingidas em caso de acidente."
Letícia explica que há três tipos de barragens: a dos reservatórios das hidrelétricas, as de abastecimento e irrigação, principalmente no seminário nordestino, e as de refugo de minério, como é o caso da de Mariana. No caso específico do acidente em Minas, a coordenadora do MAB diz que a entidade está realizando diversos debates pelo país sobre as consequências e os impactos desses acidentes e reivindicando direitos das populações atingidas que normalmente costumam ser violados.
Indagada sobre as primeiras impressões que teve ao ver a devastação em Bento Rodrigues, o primeiro distrito em Minas a receber o impacto da tsunami de lama proveniente da barragem de Fundão, Letícia é concisa:
"Não sobrou nada. Em uma quadra, apenas as ruínas de algumas casas. Bento Rodrigues não tem água, luz, houve muito saque nos dias seguintes ao desastre. O município sumiu do mapa. Em Paracatu de Baixo, vizinho a Bento, só sobraram 30 casas."
Não só o MAB vem acompanhando os trabalhos de assistência. A advogada Raphaela Lopes, da ONG Justiça Global, também vem monitorando a situação dos atingidos pelo desastre ambiental, cobrando ações de empresas e do governo. Segundo Raphaela, a tragédia em Mariana é reflexo de um problema estrutural da mineração no Brasil e no mundo. 
"A gente olha para o rompimento como o extremo das violações que a mineração causa todos os dias em vários territórios no Brasil e no mundo inteiro. Somos uma das organizações que fundou a Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale, ou seja acompanhamos há algum tempo as violações cometidas pela empresa." 
Nos casos como o de Mariana e de mineração em geral, fica bem claro, segundo ela, o interesse do Estado nesses empreendimentos. Para Raphaela, o Estado muitas vezes investe recursos nesses empreendimentos de mineração, é um grande interessado no sucesso do empreendimento. "Isso faz com que ele acabe sendo um pouco negligente em relação ao apoio às vitimas e à fiscalização. É algo que a gente vem apontando com preocupação no cenário da mineração como um todo." Segundo a advogada da ONG Justiça Global, no caso de Mariana, se viu um esforço do Estado de deixar isso passar.  
"A grande manifestação disso é o acordo entre a União, os governos de Minas Gerais e de Espírito Santo e as empresas Samarco, Vale e BHP. Um acordo imoral, pois foi elaborado sem participação dos atingidos, as empresas não assumem responsabilidade pelo acontecido, somente se comprometem a reparar os atingidos. A empresa faz o cadastro dos atingidos. A fundação, criada pelas empresas, decide quem é classificado como atingido e quem não. É como pedir ao lobo para cuidar do galinheiro." 
JB

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Hillary Clinton e o brutal assassinato de Kadafi

Via Rebelión


John Wigt - Counter Punch
Tradução do espanhol: Renzo Bassanetti


No dia 20 de outubro de 20111, o presidente da Líbia, Muammar Al-Kadafi foi brutalmente assassinado por uma turba da OTAN respaldada pelos “rebeldes”, depois de ter sido agredido e violado da maneira mais brutal. Hoje, a história não deixa nenhuma dúvida de que naquele dia não assassinaram somente o líder líbio, mas também a própria Líbia.  


A turma que mudou o regime, dominada pelos governos ocidentais, tem uma longa folha de acusações contra seus integrantes. Desde o 11-S, quando começaram a causar estragos e miséria humana em grande escala em sua determinação de reformar e possuir, com opção de compra, a todo um mundo que nunca foi deles: Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria – atualmente envolta em um conflito implacável para sua sobrevivência como Estado laico e não sectário – são o legado miserável de nações que falam a linguagem da democracia enquanto praticam a política da dominação.


Por parte das vítimas antes citadas do imperialismo ocidental há um grande argumento para afirmar que a destruição da Líbia se constitui em um delito especialmente grave. Além de tudo, em 2010, ano anterior ao em que ela experimentou sua “revolução”, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento considerava a Líbia como um país de alto desenvolvimento no Oriente Médio e no norte da África. Em termos concretos, a tradução desse status levava à uma taxa de alfabetização de 88,4%, para uma expectativa de vida de 74,5 anos, igualdade de gênero e vários indicadores positivos mais. Além disso, a Líbia desfrutou de um crescimento econômico de 4,2% em 2010, e podia dispor de ativos de mais de 150 bilhões de dólares no exterior.  


Comparem esses dados com os da Líbia de 2016. De acordo com o testemunho proporcionado no mês de março deste ano pelo general David Rodriguez, do exército dos EUA ao Comitê de Serviços Armados  do Senado dos Estados Unidos, a Líbia é um estado falido, e o general estima que levaria “mais ou menos 10 anos” para conseguir uma estabilidade a longo prazo no que ele considera “uma sociedade dividida”.


Atualmente, não existe um governo único ou autoridade na Líbia cujas ordens sejam executadas em todo o país. Em seu lugar, três autoridades rivalizam para controlar seus próprios feudos. O governo reconhecido internacionalmente é o Governo de Acordo Nacional (GNC, por suas siglas em inglês), dirigido por Fayez al-Sarat, localizado na capital, Tripoli. Também temos o Governo de Salvação Nacional, liderado por Khalifa Ghwell, também baseado em Tripoli. Por seu lado, o terceiro centro de poder se encontra em Tobruk, no leste do país. É dirigido por um general anti-islamista, Khalifa Haftar, que comanda o Exército Líbio (LNA). Economicamente, as receitas com o petróleo, recurso que representava 90% do ingresso nacional  na era Kadhafi, reduziram-se à metade, a violência tem se generalizado, e desde 2011 o Daesh conseguiu tomar pé na Líbia, embora nos últimos meses a organização terrorista tenha ficado sob grande pressão das forças do Governo de Acordo Nacional em seu reduto de Sirte.


O impacto do caos que tomou conta do país desde que Kadafi foi derrubado e assassinado pode ser medido através da torrente de líbios que tem tentado a perigosa viagem através do Mediterrâneo com o objetivo de chegar à Europa. Nesse processo, milhares e milhares de pessoas têm perecido.     


A resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em março de 2011, marcou o final da primavera árabe e o começo do inverno árabe. As manifestações massivas e populares que conseguiram derrubar o ditador tunisino Ben Ali e seu homólogo egípcio Hosni Mubarak não se repetiram na Líbia. Em troca, em Bengazi, onde se centrou o movimento anti-Kadhafi, predominavam os islamistas. Não havia nenhum movimento de massas em escala nacional na Líbia, como os que tomaram conta da Tunísia e do Egito, assim como também não havia apoio popular para derrotar o Governo e seu líder, que presidiu uma sociedade que desfrutou de uma qualidade de vida mais alta do que a de qualquer outro país na África.    


Não foram as forças da oposição de Bengazi as que venceram as forças leais a Kadafi, mas sim as forças da OTAN. De fato, a OTAN interveio  no momento em que as forças armadas do país se aproximavam de Bengazi, preparadas para esmagar o levantamento, baseando-se ela na mentira da proteção aos civis, quando na realidade tinha a intenção de mudar o regime.  


Para os olhos do Ocidente, o crime de Kadafi  não foi o de ter sido um ditador autoritário. Como poderia ter sido, se na região era um aliado da Arábia Saudita? Seu crime, revelado aos olhos ocidentais nos e-mails reservados de Hillary Clinton, publicados por Wikileaks em janeiro deste ano, foi ter a intenção de estabelecer uma divisa como moeda de reserva internacional da África, respaldada por ouro para competir com o euro e com o dólar. Nesse sentido, o presidente francês de então, Nicolas Sarkozy e a secretária de estado dos EUA, Hillary Clinton, foram atores-chave no impulso para a intervenção da OTAN. O petróleo líbio também foi um fator importante.


As mensagens secretas de correio eletrônico provam, acima de qualquer dúvida, que o que ocorreu na Líbia foi um crime monstruoso cujos responsáveis ainda tem que prestar contas. Mas ao contrário, Sarkozy está preparando outra candidatura sua para a presidência da França, enquanto que Hilary Clinton  é a favorita para ganhar a corrida para a Casa Branca contra o candidato republicano Donald Trump.


Desses dois, Clinton  foi filmada aplaudindo e rindo da notícia do assassinato de Muammar Kadafi em 2011. Foi ela que pressionou para a intervenção militar que terminou com a destruição da Líbia. E é ela que tem o descaramento em apresentar-se para a presidência dos EUA como uma gigante moral em comparação com seu rival.


O povo líbio bem que poderia estar em desacordo com isso.


John Wight é o  autor de uma políticamente incorreta e irreverente memória de Hollywood "Dreams That Die" publicada por Zero Books. Também  escreveu cinco novelas, que estão disponíveis como livros eletrônicos como Kindle eBooks. Pode ser seguido no Twitter em @JohnWight1.

http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2016/10/hillary-clinton-e-o-brutal-assassinato_26.html

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

10 das pessoas mais detestadas pelos brasileiros

Tivemos uma novidade ontem: Moro demonstrou não ser saber quanto é rejeitado por vastas porções de brasileiros que não se limitam a petistas.
Inspirado nisso, decidi montar uma lista de 10 pessoas especialmente detestadas entre progressistas de variadas procedências. Algumas sabem. Outras, como Moro, não. Se isso conforta Moro, uma coisa é certa: ele não está só.
1) Moro.
O primeiro é ele mesmo, pelo seu papel de justiceiro no comando da Lava Jato. Alguns, iludidos, imaginaram que Moro estivesse mesmo à frente de uma cruzada anticorrupção. Os fatos, porém, logo mostraram que a cruzada era mesmo contra o PT, em geral, e Lula, em particular.
2) Temer.
Conspirou, traiu, deu um golpe. No poder, notabilizou-se por carregar uma taxa baixíssima de popularidade, plenamente merecida. E por fugir, acoelhado, de todo contato com o povo, por medo de vaias. Não bastasse, tentou reintroduzir as mesóclises da linguagem dos brasileiros.
3) Cunha.
Bem, este dispensa explicações. Está condenado a ser xingado de ladrão até o último de seus dias.
4) FHC.
É outro caso parecido com o de Moro. Parece não se dar conta de quanto é abominado. Mas seu papel infame no golpe alçou-o à lista dos detestados.
5) Aécio
Consagrou-se como o pior perdedor da história da República ao jamais admitir a vitória de Dilma. Amigo dos donos da mídia, sempre foi preservado de noticiário embaraçoso. Citado amplamente nas delações, ainda consegue fazer discursos moralistas como se fosse uma referência ética nacional.
6) Serra.
Como Cunha, dispensa explicações.
7) Gilmar Mendes.
O jornalista americano Glenn Grenwald resumiu tudo: “Nunca vi um juiz como ele no mundo.” Gilmar subverteu o conceito de que um magistrado não se mete nas coisas da política.
8) Marta ex-Suplicy.
Nunca foi exatamente uma campeã de simpatia e de popularidade. Mas sua atuação no golpe elevou ao máximo a antipatia que as pessoas sentem de Marta. Foi uma golpista impenitente e convicta. Recebeu a justa recompensa nas eleições para a prefeitura de São Paulo.
9) Cristovam Buarque.
É outro que, como Moro, parece não ter noção de quanto é rejeitado. Ilude-se com a ideia de que apenas os petistas lhe fazem restrições por ter contribuído para o golpe.
10) Janaína Paschoal.
Quem esquece seus espetáculos delirantes em “defesa” da Constituição? E os 45 000 reais que o PSDB lhe pagou pelo parecer que deu origem ao golpe?

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/moro-nao-esta-so-uma-lista-com-10-das-pessoas-mais-detestadas-pelos-brasileiros-por-paulo-nogueira/

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Os deputados que aprovaram a PEC da Morte

Por Altamiro Borges


O "golpe dos corruptos", que levou ao poder a gangue de Michel Temer, acaba de produzir mais um resultado danoso para a sociedade brasileira. Por 366 votos a favor, 111 contrários e duas abstenções, a Câmara Federal aprovou na noite desta segunda-feira (10) a Proposta de Emenda Constitucional - PEC-241 -, que congela os gastos públicos em saúde, educação e em outras áreas vitais à população mais carente do país. Já batizada de PEC da Morte, o projeto serve exclusivamente aos interesses das elites empresariais, principalmente à oligarquia rentista, que seguirão sugando fortunas do erário com os juros da dívida pública. No ajuste fiscal do Judas Michel Temer, os trabalhadores entram com o pescoço e os tubarões, com a forca! A PEC-241 é mais um golpe dentro do golpe!

Durante a votação, o presidente da Câmara Federal, o demo Rodrigo Maia, esbanjou truculência e arrogância, ameaçando os manifestantes que ocuparam a galeria do plenário e os próprios deputados da oposição. Apenas seis partidos (PT, PDT, PCdoB, PSOL, Rede e PMB) orientaram suas bancadas a votar contra a PEC da Morte. Já os partidos golpistas, a começar do PMDB de Michel Temer e do PSDB do cambaleante Aécio Neves, determinaram que seus parlamentares votassem a favor da PEC-241. Abaixo a lista da votação. Guarde bem estes nomes, sinta os efeitos perversos do projeto e nunca mais confie nos deputados carrascos que votaram SIM na PEC da Morte:  

Parlamentar (UF) - Voto

DEM

Abel Mesquita Jr. (RR) - Sim
Alberto Fraga (DF) - Sim
Alexandre Leite (SP) - Sim
Carlos Melles (MG) - Sim
Claudio Cajado (BA) - Sim
Efraim Filho (PB) - Sim
Eli Corrêa Filho (SP) - Sim
Felipe Maia (RN) - Sim
Francisco Floriano (RJ) - Sim
Hélio Leite (PA) - Sim
Jorge Tadeu Mudalen (SP) - Sim
José Carlos Aleluia (BA0 - Sim
Juscelino Filho (MA) - Sim
Mandetta (MS) - Sim
Marcelo Aguiar (SP) - Sim
Marcos Rogério (RO) - Sim
Marcos Soares (RJ) - Sim
Misael Varella (MG) - Sim
Missionário José Olimpio (SP) - Sim
Onyx Lorenzoni (RS) - Sim
Pauderney Avelino (AM) - Sim
Paulo Azi (BA) - Sim
Professora Dorinha Seabra Rezende (TO) - Não
Rodrigo Maia RJ Art. 17
Sóstenes Cavalcante (RJ) - Sim
Total DEM: 25

PCdoB

Alice Portugal (BA) - Não
Angela Albino (SC) - Não
Chico Lopes (CE) - Não
Daniel Almeida (BA) - Não
Jandira Feghali (RJ) - Não
Jô Moraes (MG) - Não
Luciana Santos (PE) - Não
Orlando Silva (SP) - Não
Professora Marcivania (AP) - Não
Rubens Pereira Júnior (MA) - Não
Total PCdoB: 10

PDT

Afonso Motta RS Não
André Figueiredo CE Não
Assis do Couto PR Não
Carlos Eduardo Cadoca PE Sim
Dagoberto MS Não
Damião Feliciano PB Sim
Félix Mendonça Júnior BA Não
Flávia Morais GO Sim
Hissa Abrahão AM Sim
Leônidas Cristino CE Não
Mário Heringer MG Sim
Roberto Góes AP Sim
Ronaldo Lessa AL Não
Subtenente Gonzaga MG Não
Vicente Arruda CE Não
Weverton Rocha MA Não
Wolney Queiroz PE Não
Total PDT: 17

PEN

Erivelton Santana BA Sim
Junior Marreca MA Sim
Walney Rocha RJ Não
Total PEN: 3

PHS

Carlos Andrade RR Sim
Diego Garcia PR Sim
Dr. Jorge Silva ES Sim
Givaldo Carimbão AL Sim
Marcelo Aro MG Sim
Marcelo Matos RJ Sim
Pastor Eurico PE Sim
Total PHS: 7

PMB

Pastor Luciano Braga BA Sim
Weliton Prado MG Não
Total PMB: 2

PMDB

Alberto Filho MA Sim
Alceu Moreira RS Sim
Alexandre Serfiotis RJ Sim
Altineu Côrtes RJ Sim
André Amaral PB Sim
Aníbal Gomes CE Sim
Baleia Rossi SP Sim
Cabuçu Borges AP Sim
Carlos Bezerra MT Sim
Carlos Marun MS Sim
Celso Jacob RJ Sim
Celso Maldaner SC Sim
Celso Pansera RJ Sim
Daniel Vilela GO Sim
Darcísio Perondi RS Sim
Dulce Miranda TO Sim
Edinho Araújo SP Sim
Edinho Bez SC Sim
Elcione Barbalho PA Sim
Fábio Ramalho MG Sim
Fabio Reis SE Sim
Fernando Jordão RJ Sim
Flaviano Melo AC Sim
Hermes Parcianello PR Sim
Hildo Rocha MA Sim
Hugo Motta PB Sim
Jarbas Vasconcelos PE Sim
Jéssica Sales AC Sim
João Arruda PR Sim
João Marcelo Souza MA Sim
Jones Martins RS Sim
José Fogaça RS Sim
José Priante PA Sim
Josi Nunes TO Sim
Kaio Maniçoba PE Sim
Laura Carneiro RJ Sim
Lelo Coimbra ES Sim
Leonardo Quintão MG Sim
Lucio Mosquini RO Sim
Lucio Vieira Lima BA Sim
Manoel Junior PB Sim
Marcelo Castro PI Sim
Marcos Rotta AM Sim
Marinha Raupp RO Sim
Marx Beltrão AL Sim
Mauro Lopes MG Sim
Mauro Mariani SC Sim
Mauro Pereira RS Sim
Moses Rodrigues CE Sim
Newton Cardoso Jr MG Sim
Osmar Serraglio PR Sim
Rodrigo Pacheco MG Sim
Rogério Peninha Mendonça SC Sim
Ronaldo Benedet SC Sim
Saraiva Felipe MG Sim
Sergio Souza PR Sim
Simone Morgado PA Sim
Soraya Santos RJ Sim
Valdir Colatto SC Sim
Valtenir Pereira MT Sim
Vitor Valim CE Sim
Walter Alves RN Sim
Washington Reis RJ Sim
Zé Augusto Nalin RJ Sim
Total PMDB: 64

PP

Adail Carneiro CE Sim
Afonso Hamm RS Sim
Aguinaldo Ribeiro PB Sim
André Abdon AP Sim
Arthur Lira AL Sim
Beto Rosado RN Sim
Beto Salame PA Sim
Cacá Leão BA Sim
Conceição Sampaio AM Sim
Covatti Filho RS Sim
Dimas Fabiano MG Sim
Eduardo da Fonte PE Sim
Esperidião Amin SC Sim
Ezequiel Fonseca MT Sim
Fausto Pinato SP Sim
Fernando Monteiro PE Sim
Franklin Lima MG Sim
Guilherme Mussi SP Sim
Hiran Gonçalves RR Sim
Iracema Portella PI Sim
Jerônimo Goergen RS Sim
José Otávio Germano RS Sim
Julio Lopes RJ Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Luis Carlos Heinze RS Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Macedo CE Sim
Maia Filho PI Sim
Marcelo Belinati PR Não
Marcus Vicente ES Sim
Mário Negromonte Jr. BA Sim
Nelson Meurer PR Sim
Odelmo Leão MG Sim
Paulo Maluf SP Sim
Renato Molling RS Sim
Ricardo Izar SP Sim
Roberto Balestra GO Sim
Roberto Britto BA Sim
Ronaldo Carletto BA Sim
Rôney Nemer DF Não
Sandes Júnior GO Sim
Simão Sessim RJ Sim
Toninho Pinheiro MG Sim
Total PP: 43

PPS

Arnaldo Jordy PA Não
Arthur Oliveira Maia BA Sim
Carmen Zanotto SC Não
Eliziane Gama MA Não
Marcos Abrão GO Sim
Roberto Freire SP Sim
Rubens Bueno PR Sim
Total PPS: 7

PR

Adelson Barreto SE Sim
Aelton Freitas MG Sim
Alexandre Valle RJ Sim
Alfredo Nascimento AM Sim
Anderson Ferreira PE Sim
Bilac Pinto MG Sim
Brunny MG Sim
Cabo Sabino CE Sim
Cajar Nardes RS Sim
Capitão Augusto SP Sim
Clarissa Garotinho RJ Não
Davi Alves Silva Júnior MA Sim
Delegado Edson Moreira MG Sim
Delegado Waldir GO Sim
Dr. João RJ Sim
Edio Lopes RR Sim
Giacobo PR Sim
Giovani Cherini RS Sim
Gorete Pereira CE Sim
João Carlos Bacelar BA Sim
Jorginho Mello SC Sim
José Carlos Araújo BA Sim
José Rocha BA Sim
Laerte Bessa DF Sim
Lúcio Vale PA Sim
Luiz Cláudio RO Sim
Luiz Nishimori PR Sim
Magda Mofatto GO Sim
Marcelo Álvaro Antônio MG Sim
Marcio Alvino SP Sim
Milton Monti SP Sim
Paulo Feijó RJ Sim
Paulo Freire SP Sim
Remídio Monai RR Sim
Silas Freire PI Abstenção
Tiririca SP Sim
Vicentinho Júnior TO Sim
Vinicius Gurgel AP Sim
Wellington Roberto PB Sim
Zenaide Maia RN Não
Total PR: 40

PRB

Alan Rick AC Sim
Antonio Bulhões SP Sim
Beto Mansur SP Sim
Carlos Gomes RS Sim
Celso Russomanno SP Sim
César Halum TO Sim
Cleber Verde MA Sim
Jhonatan de Jesus RR Sim
João Campos GO Sim
Lindomar Garçon RO Sim
Marcelo Squassoni SP Sim
Márcio Marinho BA Sim
Ricardo Bentinho SP Sim
Roberto Alves SP Sim
Roberto Sales RJ Sim
Ronaldo Martins CE Sim
Rosangela Gomes RJ Sim
Silas Câmara AM Sim
Tia Eron BA Sim
Vinicius Carvalho SP Sim
Total PRB: 20

PROS

Bosco Costa SE Não
Eros Biondini MG Sim
Felipe Bornier RJ Sim
George Hilton MG Não
Odorico Monteiro CE Não
Ronaldo Fonseca DF Sim
Toninho Wandscheer PR Sim
Total PROS: 7

PRP

Nivaldo Albuquerque AL Sim
Total PRP: 1

PSB

Adilton Sachetti MT Sim
Átila Lira PI Sim
Bebeto BA Sim
César Messias AC Não
Danilo Cabral PE Não
Danilo Forte CE Sim
Fabio Garcia MT Sim
Fernando Coelho Filho PE Sim
Flavinho SP Sim
Gonzaga Patriota PE Não
Heitor Schuch RS Não
Heráclito Fortes PI Sim
Hugo Leal RJ Sim
Ildon Marques MA Sim
Janete Capiberibe AP Não
JHC AL Não
João Fernando Coutinho PE Não
José Reinaldo MA Sim
Jose Stédile RS Não
Júlio Delgado MG Não
Keiko Ota SP Sim
Leopoldo Meyer PR Sim
Luciano Ducci PR Sim
Luiz Lauro Filho SP Sim
Maria Helena RR Sim
Marinaldo Rosendo PE Sim
Paulo Foletto ES Sim
Rafael Motta RN Sim
Rodrigo Martins PI Sim
Tadeu Alencar PE Não
Tenente Lúcio MG Sim
Tereza Cristina MS Sim
Total PSB: 32

PSC

Andre Moura SE Sim
Eduardo Bolsonaro SP Sim
Gilberto Nascimento SP Sim
Jair Bolsonaro RJ Sim
Júlia Marinho PA Sim
Pr. Marco Feliciano SP Sim
Total PSC: 6

PSD

André de Paula PE Sim
Antonio Brito BA Sim
Átila Lins AM Sim
Danrlei de Deus Hinterholz RS Sim
Delegado Éder Mauro PA Sim
Diego Andrade MG Sim
Domingos Neto CE Sim
Edmar Arruda PR Sim
Evandro Roman PR Sim
Expedito Netto RO Não
Fábio Faria RN Sim
Fábio Mitidieri SE Sim
Fernando Torres BA Sim
Goulart SP Sim
Herculano Passos SP Sim
Indio da Costa RJ Sim
Irajá Abreu TO Sim
Jaime Martins MG Sim
Jefferson Campos SP Sim
João Rodrigues SC Sim
Joaquim Passarinho PA Sim
José Nunes BA Sim
Júlio Cesar PI Sim
Marcos Montes MG Sim
Marcos Reategui AP Sim
Paulo Magalhães BA Sim
Raquel Muniz MG Sim
Rogério Rosso DF Sim
Rômulo Gouveia PB Sim
Sandro Alex PR Sim
Sérgio Brito BA Sim
Stefano Aguiar MG Sim
Tampinha MT Sim
Thiago Peixoto GO Sim
Victor Mendes MA Sim
Total PSD: 35

PSDB

Antonio Imbassahy BA Sim
Betinho Gomes PE Sim
Bonifácio de Andrada MG Sim
Bruno Araújo PE Sim
Bruno Covas SP Sim
Caio Narcio MG Sim
Carlos Sampaio SP Sim
Célio Silveira GO Sim
Daniel Coelho PE Sim
Domingos Sávio MG Sim
Duarte Nogueira SP Sim
Eduardo Barbosa MG Sim
Eduardo Cury SP Sim
Elizeu Dionizio MS Sim
Fábio Sousa GO Sim
Geovania de Sá SC Sim
Geraldo Resende MS Sim
Giuseppe Vecci GO Sim
Izalci DF Sim
João Castelo MA Sim
João Paulo Papa SP Sim
Jutahy Junior BA Sim
Lobbe Neto SP Sim
Luiz Carlos Hauly PR Sim
Mara Gabrilli SP Sim
Marco Tebaldi SC Sim
Marcus Pestana MG Sim
Mariana Carvalho RO Sim
Miguel Haddad SP Sim
Nelson Marchezan Junior RS Sim
Nelson Padovani PR Sim
Nilson Leitão MT Sim
Nilson Pinto PA Sim
Otavio Leite RJ Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Paulo Martins PR Sim
Pedro Cunha Lima PB Sim
Pedro Vilela AL Sim
Raimundo Gomes de Matos CE Sim
Ricardo Tripoli SP Sim
Rocha AC Sim
Rodrigo de Castro MG Sim
Rogério Marinho RN Sim
Shéridan RR Sim
Silvio Torres SP Sim
Vanderlei Macris SP Sim
Vitor Lippi SP Sim
Total PSDB: 47

PSL

Alfredo Kaefer PR Sim
Dâmina Pereira MG Sim
Total PSL: 2

PSOL

Chico Alencar RJ Não
Edmilson Rodrigues PA Não
Glauber Braga RJ Não
Ivan Valente SP Não
Jean Wyllys RJ Não
Luiza Erundina SP Não
Total PSOL: 6

PT

Adelmo Carneiro Leão MG Não
Afonso Florence BA Não
Ana Perugini SP Não
Andres Sanchez SP Não
Angelim AC Não
Arlindo Chinaglia SP Não
Assis Carvalho PI Não
Benedita da Silva RJ Não
Beto Faro PA Não
Bohn Gass RS Não
Caetano BA Não
Carlos Zarattini SP Não
Chico D Angelo RJ Não
Décio Lima SC Não
Enio Verri PR Não
Erika Kokay DF Não
Fabiano Horta RJ Não
Gabriel Guimarães MG Abstenção
Givaldo Vieira ES Não
Helder Salomão ES Não
Henrique Fontana RS Não
João Daniel SE Não
Jorge Solla BA Não
José Airton Cirilo CE Não
José Guimarães CE Não
José Mentor SP Não
Leo de Brito AC Não
Leonardo Monteiro MG Não
Luiz Couto PB Não
Luiz Sérgio RJ Não
Luizianne Lins CE Não
Marco Maia RS Não
Marcon RS Não
Margarida Salomão MG Não
Moema Gramacho BA Não
Nelson Pellegrino BA Não
Nilto Tatto SP Não
Padre João MG Não
Patrus Ananias MG Não
Paulão AL Não
Paulo Teixeira SP Não
Pedro Uczai SC Não
Pepe Vargas RS Não
Reginaldo Lopes MG Não
Rubens Otoni GO Não
Ságuas Moraes MT Não
Valmir Assunção BA Não
Valmir Prascidelli SP Não
Vander Loubet MS Não
Vicente Candido SP Não
Vicentinho SP Não
Waldenor Pereira BA Não
Zé Carlos MA Não
Zé Geraldo PA Não
Zeca do Pt MS Não
Total PT: 55

PTB

Adalberto Cavalcanti PE Sim
Alex Canziani PR Sim
Arnaldo Faria de Sá SP Não
Benito Gama BA Sim
Deley RJ Sim
Jorge Côrte Real PE Sim
Josué Bengtson PA Sim
Jovair Arantes GO Sim
Nelson Marquezelli SP Sim
Nilton Capixaba RO Sim
Paes Landim PI Sim
Pedro Fernandes MA Sim
Sérgio Moraes RS Sim
Wilson Filho PB Sim
Zeca Cavalcanti PE Sim
Total PTB: 15

PTdoB

Cabo Daciolo RJ Não
Luis Tibé MG Sim
Silvio Costa PE Sim
Total PTdoB: 3

PTN

Ademir Camilo MG Sim
Alexandre Baldy GO Sim
Aluisio Mendes MA Sim
Antônio Jácome RN Sim
Carlos Henrique Gaguim TO Sim
Dr. Sinval Malheiros SP Sim
Francisco Chapadinha PA Sim
Jozi Araújo AP Sim
Luiz Carlos Ramos RJ Sim
Renata Abreu SP Sim
Ricardo Teobaldo PE Sim
Total PTN: 11

PV

Antonio Carlos Mendes Thame SP Sim
Evair Vieira de Melo ES Sim
Evandro Gussi SP Sim
Leandre PR Sim
Roberto de Lucena SP Sim
Uldurico Junior BA Sim
Total PV: 6

REDE

Alessandro Molon RJ Não
Aliel Machado PR Não
Miro Teixeira RJ Não
Total REDE: 3

Solidariedade

Augusto Carvalho DF Sim
Augusto Coutinho PE Sim
Aureo RJ Sim
Benjamin Maranhão PB Sim
Carlos Manato ES Sim
Fernando Francischini PR Sim
Laercio Oliveira SE Sim
Laudivio Carvalho MG Sim
Lucas Vergilio GO Sim
Major Olimpio SP Não
Paulo Pereira da Silva SP Sim
Wladimir Costa PA Sim
Zé Silva MG Sim

Total Solidariedade: 13

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Acredite se quiser!





Comecei a trabalhar em jornal aos 16 anos de idade, quando ainda cursava o antigo Colegial do Instituto de Educação Experimental Jundiaí. Meu primeiro emprego foi no Jornal da Cidade. Produzia uma página de variedades nas férias do titular, o saudoso e incomparável Ademir Fernandes.

Acumulei com a revisão noturna. Era uma rotina estafante: saía do Instituto por volta das 11 da noite, ia ao jornal, ficava lá até pelas 5 da madrugada, dormia até a hora do almoço, corria para o jornal, voltava para casa no fim da tarde e, por fim, retornava para as aulas no Instituto.

Essa correria durou apenas três meses: saí do jornal quando o pedido de equiparação salarial com o revisor diurno foi recusado.

Logo em seguida fui chamado para trabalhar no Diário de Jundiaí, o irmão mais pobre do Jornal de Jundiaí, que ficava com as suas sobras: fotografias não usadas, clichês (a chapa de zinco com a imagem fotográfica invertida com a qual se imprimiam as imagens) velhos, notícias igualmente velhas...

Minha passagem no Diário de Jundiaí também foi curta – percebi que o jornal não duraria muito mais tempo e tratei de ir trabalhar como redator do diretor de publicidade do Jornal da Cidade, até ser convidado para ser repórter do Jornal de Jundiaí, o JJ.

E foi no JJ, onde fiquei vários anos, que descobri algumas das verdades da profissão, que guardo até hoje, já aposentado: não existe jornalismo imparcial, não existe verdade factual, não existe liberdade de imprensa – jornais são tão inverossímeis quanto Papai Noel, anjos, duendes, fadas ou deuses.

As ordens do dono do JJ para não dar essa ou aquela notícia que pudesse comprometer a imagem de anunciantes foram as mesmas que ouvi ao longo do tempo, no Jornal de Domingo, de Campinas, no Estadão, no Jornal da Tarde ou, mais recentemente, no Valor Econômico, publicações em que também trabalhei.

Em todas as redações, à exceção do Jundiaí Hoje, uma aventura que durou três anos e foi a mais excitante experiência que tive em jornalismo, as mesmas pressões, as mesmas “O.P.” – ordens do patrão...

E também a repetição das pautas encomendadas pela diretoria, das matérias que caíam misteriosamente, da mudança de enfoque.

O mesmo clima de insegurança e medo.

A autocensura, muito pior que a censura.

Os chefetes sem caráter.

Os puxa-sacos.

Foram mais de 40 anos em redações.

Alguma coisa aprendi.

Hoje, por exemplo, não leio mais jornal. Passo os olhos pelas notícias nos portais da internet. Vou para os meus blogs favoritos. E constato que mais pessoas fazem como eu. Mas sei que quem ainda lê jornais e revistas, miseravelmente acredita naquilo que está ali impresso.

Tenho pena desse sujeito. Porque ele não sabe que aquilo que foi publicado é apenas a visão distorcida do que seria a seleção dos fatos mais relevantes do dia anterior.

E além de tudo, muito mal escrita. 

(Carlos Motta/texto publicado originalmente em 6/11/2014 no blog "Crônicas do Motta" e que faz parte do e-book "País Calmoso e Hereditário")
http://segundocliche.blogspot.com.br/2016/10/acredite-se-quiser.html#comment-form

sábado, 1 de outubro de 2016

Dia Internacional do Idoso

Hoje, (1 de outubro) como em outro tempos, encontramo-nos diante de um contexto paradoxal. Por um lado mais pessoas vivem mais longamente, por outro mais crianças e jovens morrem antecipadamente. Este paradoxo remete para um duplo descaso por parte dos que se encontram em condições de vida mais favorável: descaso em relação à vida nascente e em relação à vida que já percorreu um caminho mais ou menos longo. O paradoxo é apenas aparente, pois na realidade retrata uma mesma atitude fundamental que é da pouca valorização do milagre da vida. Este milagre se manifesta  como o curso do Sol, que nasce e desaparece, mas é sempre maravilhoso, tanto nascente quanto poente. Por isso mesmo é importante celebrar tanto o início quanto o final da vida.

Frei Antônio Moser, OFM
Folhinha Sagrado Coração de Jesus

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Mídia esconde, mas Serra enfrenta greve que atinge núcleos em mais de 100 países

Mídia esconde, mas Serra enfrenta greve que atinge núcleos em mais de 100 países

Jornal GGN - Não é só com os vizinhos da América Latina que José Serra (PSDB) demonstrou pouca ou nenhuma habilidade diplomática no exercício do Ministério de Relações Exteriores. A grande mídia até ajuda dando nenhum destaque, mas o fato é que o tucano enfrenta, há 40 dias, uma greve que paralisou os trabalhos de funcionários do Itamaraty em mais de 100 países.
Sem alarde, Serra recebeu uma carta do sindicato da categoria com as reinvidicações, em sua passagem pelos Estados Unidos. Até agora, a reação do ministro foi desligitimar a greve e ameaçar cortar os salários de quem aderisse à paralisação. A Justiça teve de reconhecer o direito ao protesto por reajuste salarial. Para a sorte do tucano, os funcionários devem retornar aos postos na próxima semana.
Por Flavio Aguiar
Na Rede Brasil Atual
Ela está passando quase despercebida, sem tsunamis nem marolas significativas na mídia. Trata-se da primeira greve dos funcionários do Itamaraty.
Começou no dia 22 de agosto. Até o momento, teve a adesão, além dos sediados no Brasil, de funcionários de 112 repartições diplomáticas brasileiras pelo mundo.
Com a greve, ficaram prejudicadas algumas atividades do serviço consular, como, por exemplo, a emissão de passaportes, certidões e outros serviços. Nota Bene: a greve era dos chamados “funcionários de chancelaria”, não dos diplomatas de carreira.
Há uma série de reivindicações ligadas à carreira funcional. A mais importante delas é a de equiparação salarial às demais carreiras chamadas “de Estado”, como Polícia Federal, Receita, Tesouro Nacional. Caso atendida, a reivindicação vai significar um reajuste de cerca de 30% nos salários.
No dia 21 de setembro, durante a presença de Michel Temer em Nova Iork, para abrir a Assembleia Anual da ONU, os funcionários lotados nesta cidade, em Chicago e em Boston fizeram uma manifestação em favor das reivindicações. Entregaram uma carta a José Serra, assinada pela presidenta do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério de Relações Exteriores (Sinditamaraty), Suellen Paz.
Os grevistas têm se queixado da dificuldade de negociar com Serra. Este determinara o corte do ponto dos que aderiram a greve. Entretanto o Superior Tribunal de Justiça Federal determinou a suspensão do corte, reconhecendo a legalidade da greve, o que foi considerado uma vitória pelo sindicato.
O Sinditamaraty também denunciou práticas de assédio moral, antissindicalistas e intimidatórias contra os grevistas.
Diante destes desenvolvimentos, a greve parece encaminhar-se para o final. O sindicato, depois de assembléia presencial realizada em Brasília, na quarta-feira (28), encaminhou votação neste sentido pela internet a partir das 20 h daquele dia até as 20h de sábado (1º).
As informações podem ser confirmadas no site do sindicato: www.sinditamaraty.org.br .
A greve e a entrega da carta poderiam ajudar a explicar o clima de chilique do ministro ao retornar da viagem aos EUA, que teria ameaçado demitir todos os seus assessores, menos um. Como costuma acontecer nestes casos, não deu para confirmar a notícia. Mas também não houve nenhum desmentido.
http://jornalggn.com.br/noticia/midia-esconde-mas-serra-enfrenta-greve-que-atinge-nucleos-em-mais-de-100-paises