“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

FHC ou a tragédia da elite brasileira

FHC ou a tragédia da elite brasileira

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O Brasil saiu da ditadura como o pais mais desigual do continente mais desigual do mundo. O arrocho salarial, como o santo do “milagre econômico”, tinha promovido o mais acelerado processo de acumulação de capital e de desigualdade social que o pais ja havia conhecido em toda a sua historia.
Tivemos possibilidade de fazer com que a democratização não fosse simplesmente a restauração do sistema politico liberal, com a campanha das diretas. Tivesse triunfado, Ulysses Guimaraes teria grande possibilidade de, munido com o programa de reformas estruturais do PMDB, dar um conteúdo econômico e social à democratização.
A derrota da campanha, somada à eleição pelo Colégio Eleitoral de um candidato mais moderado – Tancredo -, além das contingencias que levaram a que Jose’ Sarney, em semanas, passasse de presidente do partido da ditadura a primeiro presidente civil da democracia, limitaram a democratização na direção do que a teoria do autoritarismo de FHC tinha pregado: apenas a desconcentração do poder politico em torno do executivo e a desconcentração do poder econômico em torno do Estado. Essa versão precoce do neoliberalismo transformou a teoria do autoritarismo – segundo a qual não tivemos ditadura, mas “situação autoritária, uma espécie de ditabranda – na ideologia da transição conservadora no Brasil.
O fracasso do governo Sarney esgotou o impulso democrático, levando consigo ao PMDB como partido da transição, seu programa de reformas e a liderança do doutor Ulysses, permitindo que um “filhote da ditadura” impusesse outra agenda ao pais. Carros produzidos no pais como “carroças” e funcionários públicos como “marajás” comandavam o marketing neoliberal do Collor.
Sua queda não impediu o triunfo desse novo consenso. Atribui-se a Roberto Marinho, naquele momento, a afirmação de que a direita não elegeria mais presidente, tendo portanto que busca-lo em outro lado. A escolha recaiu sobre FHC, que se prestou a renunciar ao programa social democrata originário dos tucanos, para seguir a trilha das suas referencias europeias: de François Mitterrand e de Felipe Gonzalez, na reconversão neoliberal da social democracia.
No pais mais desigual do continente mais desigual, FHC se elegeu e se reelegeu derrotando a centralidade da questão social proposta pelo Lula, pela do ajuste fiscal. Foi eleito e reeleito – como seus correligionários latino-americanos na mesma aventura: Carlos Menem, Alberto Fujimori, Carlos Andres Peres, Carlos Salinas de Gortari, Gonzalo Sanchez de Losada, entre outros, vários depostos por corrupção, alguns dos quais foram parar na prisão -, até que, como eles, FHC também se tornou o politico mais rejeitado do pais.
A trajetória de FHC reflete o desencontro definitivo das elites tradicionais brasileiras com o pais e com seu povo. A vitória do Lula e a construção de um governo centrado na afirmação dos direitos sociais da grande maioria da população, sempre marginalizada, tornou o pais menos injusto, menos desigual, menos imoral.
Mas reconhecer essas realizações por parte da elite tradicional seria reconhecer o seu fracasso, as suas responsabilidades na miséria e na pobreza acumuladas frente à riqueza nas suas mãos. Não tiveram a grandeza de reconhecer como a afirmação dos direitos das grandes maiorias pobres faz do Brasil um pais melhor, uma sociedade mais integrada e mais justa. Fizeram como se nada de importante estivesse passando no Brasil e se lançaram à tentativa de derrubar o Lula por um impeachment em 2005.
FHC estava à cabeça do golpe, pela sua incapacidade de reconhecer como seu projeto de estabilidade monetária tinha se esgotado sem desembocar na melhoria social do povo. Enquanto que o Lula teve a grandeza de reconhecer como a luta contra a inflação e a estabilidade das contas publicar haviam sido incluídas no consenso nacional e como deveriam ser incorporadas a seu programa de governo, mesmo se  em função da prioridade fundamental – as politicas sociais. A direita, ao invés de reconhecer os avanços do governo Lula e incorpora-los, tratou de desconhece-los, de nega-los, e assim se desencontrou do povo e do pais.
Foi assim se reconfigurando a tragédia da elite tradicional brasileira, tentando centrar no papel do Estado e na corrupção que traria, o centro dos problemas do pais, para acobertar os avanços sociais, tudo o que resta a fazer nesse campo e como a centralidade da especulação financeira tira do pais os recursos para voltar a crescer e promover os direitos sociais de todos.
FHC tornou-se a triste caricatura desse fracasso da velha elite brasileira. De teórico da transição conservadora e de presidente de uma nota só – a estabilidade monetária -, de social democrata a um reles neoliberal -, tornou-se um golpista sem ideias e sem apoio popular. Quando até seus gurus europeus da social democracia francesa e espanhola reconhecem os méritos do Lula e do PT, ele se isola na medíocre pregação golpista e no apoio às direitas trogloditas da Argentina e da Venezuela, ao lado dos seus aliados fieis, os decrépitos do DEM.
Preferem tentar destruir o pais, mediante um impossível golpe do impeachment ou faze-lo sangrar até a exaustão, a reconhecer seu fracasso. Fracasso na ditadura militar, fracasso na transição democrática conservadora, fracasso no neoliberalismo, fracasso nas tentativas de restauração conservadora.
A tragédia da trajetória de FHC resume, de forma exemplar, o fracasso da elite tradicional brasileira diante de um pais que teve revelado todo o seu potencial com o governo Lula e que busca seu reencontro com esse caminho, derrotando, uma vez mais, a FHC e a direita brasileira. 
http://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/211170/FHC-ou-a-trag%C3%A9dia-da-elite-brasileira.htm

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O Pior Brasileiro do Ano

O Pior Brasileiro do Ano. Por Paulo Nogueira

Golpista
Golpista

Não faltaram candidatos fortes, mas é de Aécio, com folga, o título de Pior Brasileiro do Ano.
Aécio só não fez o que deveria fazer: trabalhar no Senado. Fazer jus ao salário e mordomias que os brasileiros lhe pagam.
Ele consumiu seu tempo em conspirações contra a democracia em 2015. Tentou, e continua a tentar, cassar 54 milhões de votos, sob os pretextos mais esdrúxulos, cínicos e desonestos.
Adicionou um novo e definitivo rótulo a sua imagem de playboy do Leblon, adepto de esforço mínimo e máximas vantagens: o de golpista.
Para tanto, andou sempre nas piores companhias da República. Esteve constantemente junto de Eduardo Cunha, que só não levou o título de Pior Brasileiro porque Aécio existe.
Aécio foi vital para que Cunha se sagrasse presidente da Câmara dos Deputados. Depois, quando já eram avassaladoras as provas de ladroagem de Cunha, Aécio armou um esquema de blindagem para que ele não respondesse por seus crimes. Tudo isso para que suas pretensões de golpista obtivessem sucesso.
Aécio protegeu, preservou Cunha. E assim contribuiu decisivamente para que ele chegasse ao fim do ano ainda na presidência da Câmara, o que representa uma tonitruante bofetada moral no rosto da nação.
Pode-se dizer que Cunha é filho de Aécio. São sócios no crime de lesa democracia.
Tanto ele fez que teve acabou recebendo uma resposta espontânea da sociedade. Fazia muito tempo que um político não era motivo de tantas piadas.
2015 foi o ano do Aécio golpista, e também o ano do Aécio piada.
Sua incapacidade patológica de aceitar a derrota se transformou em gargalhadas nas redes sociais.
Qualquer pessoa que caísse no ano, a piada estava pronta. Se o Mourinho cair, assume o Aécio?
Houve humor de outra natureza, também. Memes brotaram em profusão, dias atrás, depois da coroação equivocada como Miss Universo da candidata da Colômbia. Nestes memes, Aécio aparecia como a Miss Colômbia.
O que todos lembravam, ali, eram os escassos momentos pelo qual Aécio se julgou vencedor das eleições presidenciais de 2014.
Ele recebera já informações segundo as quais ganhara de Dilma, e armara uma festa em Belo Horizonte. A comemoração foi brutalmente abortada quando foram anunciados os resultados oficiais.
A imagem da decepção ganhou as redes sociais numa das fotos mais compartilhadas das eleições.
Tivesse grandeza de espírito, Aécio faria o básico. Ligaria para Dilma para cumprimentá-la e tentaria entender onde errou para corrigir os equívocos, eventualmente, numa próxima vez.
Mas não.
Da derrota emergiu um monstro moral, um golpista sem limites e sem pudor, um demagogo que provoca instabilidade no país e depois fala, acusatório, da instabilidade como se não fosse ele o causador dela.
Por tudo isso, e por outras coisas, é de Aécio o título de Pior Brasileiro do Ano.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-pior-brasileiro-do-ano-por-paulo-nogueira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-pior-brasileiro-do-ano-por-paulo-nogueira&utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Como Hemp se tornou ilegal: A ligação Marijuana

Se eu lhe disse que havia uma planta disponível para nós hoje que poderia ser cultivada em praticamente qualquer tipo de solo, não necessita de pesticidas e é preciso muito pouca manutenção a crescer, e esta planta mágica poderia ser usado para um número muito grande de necessidades e bens que usamos hoje ainda não usá-lo, você iria pensar a si mesmo "Joe, você deve ser alta ou em alguma outra droga barata?"
Assim potenciais opositores lá fora, eu não sou alto nem eu receber alta, mas deixe-me dizer-lhe, há uma planta disponível agora e é muitas vezes confundido a ser maconha, mas tem capacidades que estão além do que você poderia imaginar. É chamado de cânhamo. Para ser claro, mesmo a planta nos referimos tem maconha é realmente cânhamo. Mais precisamente, o cânhamo, que é composta de menos de 0,3% de THC é considerado o cânhamo não correctivas. Hemp que contém mais de 0,3% de THC é considerado cânhamo correctivas. Este é o tipo muitos Marijuana chamada. Direita fora do top, cânhamo parece muito com a maconha, uma vez que tecnicamente é a mesma planta. Mas, ao contrário de Mary Jane, que não contém qualquer lugar perto da quantidade de THC precisava de alguém para ficar altos se eles tentaram fumá-lo. O engraçado é que, nos Estados Unidos, cânhamo é tão ilegal para crescer como maconha é. Como pode ser isso? A planta não fornecem mesmo THC para obter alta e ainda assim ainda é ilegal? Sim…
Hemp costumava ser usado para muitas coisas: roupas, carros, plásticos, materiais de construção, corda, papel, roupa de cama, alimentos, medicamentos e assim por diante. Na verdade, ele costumava ser obrigatória nos Estados Unidos para os agricultores a cultivar o cânhamo se eles tinham a terra. Há mais estatísticas abundância ao cânhamo pode encontrar aqui.
O fato é Hemp era muito popular durante os anos 1800 e 1900'since foi incrivelmente útil para muitos motivos. Mas um dia tudo isso mudou, e agora é ilegal .. então como isso aconteceu?
A História
Durante a presidência de Hoover, Andrew Mellon tornou-se secretário de Hoover do Tesouro e principal investidor da Dupont. Ele nomeou o seu futuro sobrinho-de-lei, Harry J. Anslinger, para chefiar a Agência Federal de Narcóticos e Drogas Perigosas.
Reuniões secretas foram realizadas por esses magnatas financeiros. Hemp foi declarado perigoso e uma ameaça para as suas empresas bilhão de dólares. Para suas dinastias para permanecer intacta, o cânhamo tinha que ir. Isso, então, levou esses homens a ter um obscuro mexicano gíria: "marihuana 'e empurrá-lo para a consciência da América. A razão pela qual eles mudaram o nome foi porque todos sabiam de cânhamo e quão incrível foi para o mundo. Eles nunca seria capaz de fugir com a proibição do cânhamo, por isso eles usaram um nome que não conhecia ninguém se preocuparia com.
Não muito tempo depois de este plano foi colocado no lugar, a mídia começou uma blitz de "jornalismo amarelo" no final dos anos 1920 e 1930. Jornalismo amarelo é essencialmente jornalismo onde histórias com manchetes cativantes são colocados em grande mídia para chamar a atenção, no entanto, essas histórias não são bem estudadas ou backup. Eles são freqüentemente usados ​​simplesmente para criar opinião pública. Muitos jornais estavam bombeando histórias enfatizando os horrores e os perigos da maconha. A "ameaça" de maconha fez manchetes em todos os lugares. Leitores aprendi que era responsável por tudo, desde acidentes de carro a perder a moral e não demorou muito para que a opinião pública começou a moldar.
Em seguida vieram vários filmes como "Reefer Madness '(1936)," Marijuana: Assassin of Youth "(1935) e" A maconha: erva-do-diabo "(1936), que foram todos os filmes de propaganda desenhados por esses industriais para criar um inimigo fora de maconha . Reefer Madness foi possivelmente o mais interessante dos filmes, uma vez que mostrava um homem enlouquecer de fumar maconha e depois assassinar sua família com um machado. Com todos esses filmes, o objetivo era obter apoio público para que as leis anti-maconha poderia ser aprovada sem objeções.
Dê uma olhada no seguinte a respeito da maconha "The Burning Question 'aka Reefer Madness:
  • Um narcótico violento
  • Atos de violência chocante
  • Insanidade incurável
  • Efeitos destruidores da alma
  • Sob a influência da droga que matou toda a sua família com um machado
  • Mais vicioso, mais mortal ainda do que estas drogas destruidores da alma (heroína, cocaína) é a ameaça de maconha!
Diferentemente da maioria dos filmes com final simples, Reefer Madness terminou com palavras em negrito na tela: Diga aos seus filhos.
Na década de 1930, as coisas eram diferentes do que hoje. A população não questionar as coisas muito.Eles não têm ferramentas como a Internet para divulgar rapidamente informações e aprender sobre coisas que estavam acontecendo. A maioria construíram suas opiniões e crenças fora da notícia através de impressão ou o rádio. Como resultado eo que foi instruído por notícias mainstream, muitas pessoas fizeram dizer a seus filhos sobre a maconha e moldando, assim, uma forte opinião pública sobre o assunto.
Em 14 de abril de 1937, a Proibitivo Marihuana Direito Tributário ou do projeto de lei que proibiu o cânhamo foi diretamente levado a comitê de meios da casa. Simplificando, esta comissão é o único que poderia introduzir um projeto de lei ao plenário da Câmara sem que seja debatida por outras comissões.Na época, o presidente das formas e meios foi Robert Doughton que era um defensor Dupont. Com interesse, ele assegurou que o projeto de lei aprovado pelo Congresso.
Em uma tentativa de parar o projeto de lei seja aprovada, Dr. James Woodward, um médico e advogado, tentou testemunhar em favor da Associação Médica Americana. Ele mencionou que a razão que o AMA não havia denunciado o Direito Tributário maconha mais cedo foi que a Associação tinha acabado de descobrir que a maconha era cânhamo. Ou, pelo menos, uma estirpe dele. Cânhamo e maconha são as duas variedades de Cannabis sativa, mas esta distinção não foi feita propositalmente bem conhecidos do público. Desde que a lei não foi muito focados em banir um ou o outro, ambos encontraram seu caminho para a proibição. A AMA reconheceu cannabis / maconha como medicamento encontrado em inúmeros produtos de cura vendidos e utilizados por algum tempo. A AMA como muitos outros de não perceber que a ameaça mortal que tinham sido ler sobre na mídia foi, de facto do cânhamo.
Em setembro de 1937, a proibição do cânhamo começou. Indiscutivelmente a planta mais útil conhecida para o homem tornou-se ilegal a crescer e usar tanto na sua estirpe não THC e de THC cepa denominada maconha. Para este dia, esta planta é ainda ilegal a crescer nos Estados Unidos.
Para o público, o Congresso proibiu o cânhamo, porque disse que era para ser uma droga violenta e perigosa. Na realidade, cânhamo não faz nada mais do que agir como um recurso fantástico para praticamente qualquer sector industrial e qualquer produto. Como você pode imaginar, este foi também um grande motivo para a proibição do cânhamo como era uma séria ameaça para muitas das grandes indústrias lá fora. Na época era principalmente plásticos, óleo e papel.
Aqui estamos em tempos modernos e é claro que estamos com alguns problemas quando se trata de como tratamos o nosso ambiente. Os recursos e práticas que usamos hoje para a energia, bem como a criação do produto é muito prejudicial e tóxico para não apenas o nosso planeta, mas também a nós mesmos. Apesar da plena consciência de que existe em torno do cânhamo como uma opção para transformar a maneira como as coisas podem ser feito neste planeta, os governos continuarão a ter a planta proibida e ainda é muitas vezes confundido com maconha devido à forma como ele se parece.
Fontes:
http://www.hempfarm.org/Papers/Hemp_Facts.html
http://www.hempcar.org/hempfacts.shtml
Daqui: http://www.collective-evolution.com/2012/12/05/how-hemp-became-illegal-the-marijuana-link/