“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

FHC ou a tragédia da elite brasileira

FHC ou a tragédia da elite brasileira

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O Brasil saiu da ditadura como o pais mais desigual do continente mais desigual do mundo. O arrocho salarial, como o santo do “milagre econômico”, tinha promovido o mais acelerado processo de acumulação de capital e de desigualdade social que o pais ja havia conhecido em toda a sua historia.
Tivemos possibilidade de fazer com que a democratização não fosse simplesmente a restauração do sistema politico liberal, com a campanha das diretas. Tivesse triunfado, Ulysses Guimaraes teria grande possibilidade de, munido com o programa de reformas estruturais do PMDB, dar um conteúdo econômico e social à democratização.
A derrota da campanha, somada à eleição pelo Colégio Eleitoral de um candidato mais moderado – Tancredo -, além das contingencias que levaram a que Jose’ Sarney, em semanas, passasse de presidente do partido da ditadura a primeiro presidente civil da democracia, limitaram a democratização na direção do que a teoria do autoritarismo de FHC tinha pregado: apenas a desconcentração do poder politico em torno do executivo e a desconcentração do poder econômico em torno do Estado. Essa versão precoce do neoliberalismo transformou a teoria do autoritarismo – segundo a qual não tivemos ditadura, mas “situação autoritária, uma espécie de ditabranda – na ideologia da transição conservadora no Brasil.
O fracasso do governo Sarney esgotou o impulso democrático, levando consigo ao PMDB como partido da transição, seu programa de reformas e a liderança do doutor Ulysses, permitindo que um “filhote da ditadura” impusesse outra agenda ao pais. Carros produzidos no pais como “carroças” e funcionários públicos como “marajás” comandavam o marketing neoliberal do Collor.
Sua queda não impediu o triunfo desse novo consenso. Atribui-se a Roberto Marinho, naquele momento, a afirmação de que a direita não elegeria mais presidente, tendo portanto que busca-lo em outro lado. A escolha recaiu sobre FHC, que se prestou a renunciar ao programa social democrata originário dos tucanos, para seguir a trilha das suas referencias europeias: de François Mitterrand e de Felipe Gonzalez, na reconversão neoliberal da social democracia.
No pais mais desigual do continente mais desigual, FHC se elegeu e se reelegeu derrotando a centralidade da questão social proposta pelo Lula, pela do ajuste fiscal. Foi eleito e reeleito – como seus correligionários latino-americanos na mesma aventura: Carlos Menem, Alberto Fujimori, Carlos Andres Peres, Carlos Salinas de Gortari, Gonzalo Sanchez de Losada, entre outros, vários depostos por corrupção, alguns dos quais foram parar na prisão -, até que, como eles, FHC também se tornou o politico mais rejeitado do pais.
A trajetória de FHC reflete o desencontro definitivo das elites tradicionais brasileiras com o pais e com seu povo. A vitória do Lula e a construção de um governo centrado na afirmação dos direitos sociais da grande maioria da população, sempre marginalizada, tornou o pais menos injusto, menos desigual, menos imoral.
Mas reconhecer essas realizações por parte da elite tradicional seria reconhecer o seu fracasso, as suas responsabilidades na miséria e na pobreza acumuladas frente à riqueza nas suas mãos. Não tiveram a grandeza de reconhecer como a afirmação dos direitos das grandes maiorias pobres faz do Brasil um pais melhor, uma sociedade mais integrada e mais justa. Fizeram como se nada de importante estivesse passando no Brasil e se lançaram à tentativa de derrubar o Lula por um impeachment em 2005.
FHC estava à cabeça do golpe, pela sua incapacidade de reconhecer como seu projeto de estabilidade monetária tinha se esgotado sem desembocar na melhoria social do povo. Enquanto que o Lula teve a grandeza de reconhecer como a luta contra a inflação e a estabilidade das contas publicar haviam sido incluídas no consenso nacional e como deveriam ser incorporadas a seu programa de governo, mesmo se  em função da prioridade fundamental – as politicas sociais. A direita, ao invés de reconhecer os avanços do governo Lula e incorpora-los, tratou de desconhece-los, de nega-los, e assim se desencontrou do povo e do pais.
Foi assim se reconfigurando a tragédia da elite tradicional brasileira, tentando centrar no papel do Estado e na corrupção que traria, o centro dos problemas do pais, para acobertar os avanços sociais, tudo o que resta a fazer nesse campo e como a centralidade da especulação financeira tira do pais os recursos para voltar a crescer e promover os direitos sociais de todos.
FHC tornou-se a triste caricatura desse fracasso da velha elite brasileira. De teórico da transição conservadora e de presidente de uma nota só – a estabilidade monetária -, de social democrata a um reles neoliberal -, tornou-se um golpista sem ideias e sem apoio popular. Quando até seus gurus europeus da social democracia francesa e espanhola reconhecem os méritos do Lula e do PT, ele se isola na medíocre pregação golpista e no apoio às direitas trogloditas da Argentina e da Venezuela, ao lado dos seus aliados fieis, os decrépitos do DEM.
Preferem tentar destruir o pais, mediante um impossível golpe do impeachment ou faze-lo sangrar até a exaustão, a reconhecer seu fracasso. Fracasso na ditadura militar, fracasso na transição democrática conservadora, fracasso no neoliberalismo, fracasso nas tentativas de restauração conservadora.
A tragédia da trajetória de FHC resume, de forma exemplar, o fracasso da elite tradicional brasileira diante de um pais que teve revelado todo o seu potencial com o governo Lula e que busca seu reencontro com esse caminho, derrotando, uma vez mais, a FHC e a direita brasileira. 
http://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/211170/FHC-ou-a-trag%C3%A9dia-da-elite-brasileira.htm

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O Pior Brasileiro do Ano

O Pior Brasileiro do Ano. Por Paulo Nogueira

Golpista
Golpista

Não faltaram candidatos fortes, mas é de Aécio, com folga, o título de Pior Brasileiro do Ano.
Aécio só não fez o que deveria fazer: trabalhar no Senado. Fazer jus ao salário e mordomias que os brasileiros lhe pagam.
Ele consumiu seu tempo em conspirações contra a democracia em 2015. Tentou, e continua a tentar, cassar 54 milhões de votos, sob os pretextos mais esdrúxulos, cínicos e desonestos.
Adicionou um novo e definitivo rótulo a sua imagem de playboy do Leblon, adepto de esforço mínimo e máximas vantagens: o de golpista.
Para tanto, andou sempre nas piores companhias da República. Esteve constantemente junto de Eduardo Cunha, que só não levou o título de Pior Brasileiro porque Aécio existe.
Aécio foi vital para que Cunha se sagrasse presidente da Câmara dos Deputados. Depois, quando já eram avassaladoras as provas de ladroagem de Cunha, Aécio armou um esquema de blindagem para que ele não respondesse por seus crimes. Tudo isso para que suas pretensões de golpista obtivessem sucesso.
Aécio protegeu, preservou Cunha. E assim contribuiu decisivamente para que ele chegasse ao fim do ano ainda na presidência da Câmara, o que representa uma tonitruante bofetada moral no rosto da nação.
Pode-se dizer que Cunha é filho de Aécio. São sócios no crime de lesa democracia.
Tanto ele fez que teve acabou recebendo uma resposta espontânea da sociedade. Fazia muito tempo que um político não era motivo de tantas piadas.
2015 foi o ano do Aécio golpista, e também o ano do Aécio piada.
Sua incapacidade patológica de aceitar a derrota se transformou em gargalhadas nas redes sociais.
Qualquer pessoa que caísse no ano, a piada estava pronta. Se o Mourinho cair, assume o Aécio?
Houve humor de outra natureza, também. Memes brotaram em profusão, dias atrás, depois da coroação equivocada como Miss Universo da candidata da Colômbia. Nestes memes, Aécio aparecia como a Miss Colômbia.
O que todos lembravam, ali, eram os escassos momentos pelo qual Aécio se julgou vencedor das eleições presidenciais de 2014.
Ele recebera já informações segundo as quais ganhara de Dilma, e armara uma festa em Belo Horizonte. A comemoração foi brutalmente abortada quando foram anunciados os resultados oficiais.
A imagem da decepção ganhou as redes sociais numa das fotos mais compartilhadas das eleições.
Tivesse grandeza de espírito, Aécio faria o básico. Ligaria para Dilma para cumprimentá-la e tentaria entender onde errou para corrigir os equívocos, eventualmente, numa próxima vez.
Mas não.
Da derrota emergiu um monstro moral, um golpista sem limites e sem pudor, um demagogo que provoca instabilidade no país e depois fala, acusatório, da instabilidade como se não fosse ele o causador dela.
Por tudo isso, e por outras coisas, é de Aécio o título de Pior Brasileiro do Ano.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-pior-brasileiro-do-ano-por-paulo-nogueira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-pior-brasileiro-do-ano-por-paulo-nogueira&utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Como Hemp se tornou ilegal: A ligação Marijuana

Se eu lhe disse que havia uma planta disponível para nós hoje que poderia ser cultivada em praticamente qualquer tipo de solo, não necessita de pesticidas e é preciso muito pouca manutenção a crescer, e esta planta mágica poderia ser usado para um número muito grande de necessidades e bens que usamos hoje ainda não usá-lo, você iria pensar a si mesmo "Joe, você deve ser alta ou em alguma outra droga barata?"
Assim potenciais opositores lá fora, eu não sou alto nem eu receber alta, mas deixe-me dizer-lhe, há uma planta disponível agora e é muitas vezes confundido a ser maconha, mas tem capacidades que estão além do que você poderia imaginar. É chamado de cânhamo. Para ser claro, mesmo a planta nos referimos tem maconha é realmente cânhamo. Mais precisamente, o cânhamo, que é composta de menos de 0,3% de THC é considerado o cânhamo não correctivas. Hemp que contém mais de 0,3% de THC é considerado cânhamo correctivas. Este é o tipo muitos Marijuana chamada. Direita fora do top, cânhamo parece muito com a maconha, uma vez que tecnicamente é a mesma planta. Mas, ao contrário de Mary Jane, que não contém qualquer lugar perto da quantidade de THC precisava de alguém para ficar altos se eles tentaram fumá-lo. O engraçado é que, nos Estados Unidos, cânhamo é tão ilegal para crescer como maconha é. Como pode ser isso? A planta não fornecem mesmo THC para obter alta e ainda assim ainda é ilegal? Sim…
Hemp costumava ser usado para muitas coisas: roupas, carros, plásticos, materiais de construção, corda, papel, roupa de cama, alimentos, medicamentos e assim por diante. Na verdade, ele costumava ser obrigatória nos Estados Unidos para os agricultores a cultivar o cânhamo se eles tinham a terra. Há mais estatísticas abundância ao cânhamo pode encontrar aqui.
O fato é Hemp era muito popular durante os anos 1800 e 1900'since foi incrivelmente útil para muitos motivos. Mas um dia tudo isso mudou, e agora é ilegal .. então como isso aconteceu?
A História
Durante a presidência de Hoover, Andrew Mellon tornou-se secretário de Hoover do Tesouro e principal investidor da Dupont. Ele nomeou o seu futuro sobrinho-de-lei, Harry J. Anslinger, para chefiar a Agência Federal de Narcóticos e Drogas Perigosas.
Reuniões secretas foram realizadas por esses magnatas financeiros. Hemp foi declarado perigoso e uma ameaça para as suas empresas bilhão de dólares. Para suas dinastias para permanecer intacta, o cânhamo tinha que ir. Isso, então, levou esses homens a ter um obscuro mexicano gíria: "marihuana 'e empurrá-lo para a consciência da América. A razão pela qual eles mudaram o nome foi porque todos sabiam de cânhamo e quão incrível foi para o mundo. Eles nunca seria capaz de fugir com a proibição do cânhamo, por isso eles usaram um nome que não conhecia ninguém se preocuparia com.
Não muito tempo depois de este plano foi colocado no lugar, a mídia começou uma blitz de "jornalismo amarelo" no final dos anos 1920 e 1930. Jornalismo amarelo é essencialmente jornalismo onde histórias com manchetes cativantes são colocados em grande mídia para chamar a atenção, no entanto, essas histórias não são bem estudadas ou backup. Eles são freqüentemente usados ​​simplesmente para criar opinião pública. Muitos jornais estavam bombeando histórias enfatizando os horrores e os perigos da maconha. A "ameaça" de maconha fez manchetes em todos os lugares. Leitores aprendi que era responsável por tudo, desde acidentes de carro a perder a moral e não demorou muito para que a opinião pública começou a moldar.
Em seguida vieram vários filmes como "Reefer Madness '(1936)," Marijuana: Assassin of Youth "(1935) e" A maconha: erva-do-diabo "(1936), que foram todos os filmes de propaganda desenhados por esses industriais para criar um inimigo fora de maconha . Reefer Madness foi possivelmente o mais interessante dos filmes, uma vez que mostrava um homem enlouquecer de fumar maconha e depois assassinar sua família com um machado. Com todos esses filmes, o objetivo era obter apoio público para que as leis anti-maconha poderia ser aprovada sem objeções.
Dê uma olhada no seguinte a respeito da maconha "The Burning Question 'aka Reefer Madness:
  • Um narcótico violento
  • Atos de violência chocante
  • Insanidade incurável
  • Efeitos destruidores da alma
  • Sob a influência da droga que matou toda a sua família com um machado
  • Mais vicioso, mais mortal ainda do que estas drogas destruidores da alma (heroína, cocaína) é a ameaça de maconha!
Diferentemente da maioria dos filmes com final simples, Reefer Madness terminou com palavras em negrito na tela: Diga aos seus filhos.
Na década de 1930, as coisas eram diferentes do que hoje. A população não questionar as coisas muito.Eles não têm ferramentas como a Internet para divulgar rapidamente informações e aprender sobre coisas que estavam acontecendo. A maioria construíram suas opiniões e crenças fora da notícia através de impressão ou o rádio. Como resultado eo que foi instruído por notícias mainstream, muitas pessoas fizeram dizer a seus filhos sobre a maconha e moldando, assim, uma forte opinião pública sobre o assunto.
Em 14 de abril de 1937, a Proibitivo Marihuana Direito Tributário ou do projeto de lei que proibiu o cânhamo foi diretamente levado a comitê de meios da casa. Simplificando, esta comissão é o único que poderia introduzir um projeto de lei ao plenário da Câmara sem que seja debatida por outras comissões.Na época, o presidente das formas e meios foi Robert Doughton que era um defensor Dupont. Com interesse, ele assegurou que o projeto de lei aprovado pelo Congresso.
Em uma tentativa de parar o projeto de lei seja aprovada, Dr. James Woodward, um médico e advogado, tentou testemunhar em favor da Associação Médica Americana. Ele mencionou que a razão que o AMA não havia denunciado o Direito Tributário maconha mais cedo foi que a Associação tinha acabado de descobrir que a maconha era cânhamo. Ou, pelo menos, uma estirpe dele. Cânhamo e maconha são as duas variedades de Cannabis sativa, mas esta distinção não foi feita propositalmente bem conhecidos do público. Desde que a lei não foi muito focados em banir um ou o outro, ambos encontraram seu caminho para a proibição. A AMA reconheceu cannabis / maconha como medicamento encontrado em inúmeros produtos de cura vendidos e utilizados por algum tempo. A AMA como muitos outros de não perceber que a ameaça mortal que tinham sido ler sobre na mídia foi, de facto do cânhamo.
Em setembro de 1937, a proibição do cânhamo começou. Indiscutivelmente a planta mais útil conhecida para o homem tornou-se ilegal a crescer e usar tanto na sua estirpe não THC e de THC cepa denominada maconha. Para este dia, esta planta é ainda ilegal a crescer nos Estados Unidos.
Para o público, o Congresso proibiu o cânhamo, porque disse que era para ser uma droga violenta e perigosa. Na realidade, cânhamo não faz nada mais do que agir como um recurso fantástico para praticamente qualquer sector industrial e qualquer produto. Como você pode imaginar, este foi também um grande motivo para a proibição do cânhamo como era uma séria ameaça para muitas das grandes indústrias lá fora. Na época era principalmente plásticos, óleo e papel.
Aqui estamos em tempos modernos e é claro que estamos com alguns problemas quando se trata de como tratamos o nosso ambiente. Os recursos e práticas que usamos hoje para a energia, bem como a criação do produto é muito prejudicial e tóxico para não apenas o nosso planeta, mas também a nós mesmos. Apesar da plena consciência de que existe em torno do cânhamo como uma opção para transformar a maneira como as coisas podem ser feito neste planeta, os governos continuarão a ter a planta proibida e ainda é muitas vezes confundido com maconha devido à forma como ele se parece.
Fontes:
http://www.hempfarm.org/Papers/Hemp_Facts.html
http://www.hempcar.org/hempfacts.shtml
Daqui: http://www.collective-evolution.com/2012/12/05/how-hemp-became-illegal-the-marijuana-link/

sábado, 28 de novembro de 2015

Aqui e agora

Os gregos possuíam duas formas de se referirem ao tempo: o 'crónos', o tempo marcado pelo relógio, preenchido pelas responsabilidades diárias; e o 'kairós', o tempo dedicado ao lazer. O homem moderno, atualmente, não tem contato com o 'kairós'. O 'crónos' é o seu parâmetro; tempo cronometrado para comer, tomar banho, fazer sua caminhada diária. Em todas essas atividades, ao invés de ter seu pensamento ligado a elas, para curtir cada aqui e agora, sua mente voa para o amanhã, para o que poderá vir a ser, a fazer, vir a conquistar. Esta pessoa não consegue perceber que o hoje é a grande lição de plenitude. Que se não viver seu aqui e agora, de repente, tristemente, ela vem a perceber que o tempo passou...

Dra. Ely Barreto, Psicóloga
edlybarr@ig.com.br

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

NYT: QUEM NÃO BEBE NÃO TEM SUCESSO NA CARREIRA

  1. NYT: QUEM NÃO BEBE NÃO TEM SUCESSO NA CARREIRA
  2. :
    Reportagem publicada no jornal mais influente do mundo afirma que beber é fundamental para ter sucesso na carreira profissional e ganhar dinheiro; de acordo com o New York Times, quem não bebe álcool é visto com desconfiança e tem mais dificuldades em fechar um bom negócio; "As pesquisas apoiam a ideia de que os que não bebem têm dificuldades para subir na hierarquia corporativa. Vários estudos demonstraram que as pessoas que bebem ganham mais dinheiro do que as que não bebem", diz o texto
  3. 247 - Jornal norte-americano The New York Times afirma, em reportagem, que beber é fundamental para ter sucesso na carreira profissional e ganhar dinheiro. De acordo com o jornal mais influente do mundo, quem não bebe álcool é visto com desconfiança e tem mais dificuldades em fechar um bom negócio.
    O jornal cita que a cerveja é um dos ingredientes importantes do presidente dos EUA, Barack Obama, na corrida à reeleição. E ressalta que "as pesquisas apoiam a ideia de que os que não bebem têm dificuldades para subir na hierarquia corporativa. Vários estudos demonstraram que as pessoas que bebem ganham mais dinheiro do que as que não bebem".
    "Esperam que você beba, e beber é parte do que você faz; as pessoas ficam meio sérias se você disser que não bebe", afirmou Link Christin, diretor de um programa de tratamento especial para advogados que faz parte de um centro de recuperação contra álcool e drogas, no estado de Minnesota, norte dos EUA. "Se disser que não bebe, você tem que lidar com a suspeita de que não sabe jogar", complementou.
    De acordo com John Crepsac, um terapeuta de Nova York, em Wall Street, os investidores que não bebem se queixam "de que não conseguem fechar negócios, não conseguem mesmo entrar nas negociações iniciais porque não entram no comportamento de beber".
  4. http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/205120/NYT-quem-n%C3%A3o-bebe-n%C3%A3o-tem-sucesso-na-carreira.htm

sábado, 7 de novembro de 2015

Descoberto o filme que o Brasil não podia ver, por Urariano Mota

Meus amigos, aquela frase do personagem Corisco em Deus e o Diabo na Terra do Sol, quando ele grita: “Mais fortes são os poderes do povo” , eu posso agora adaptar para “Mais fortes são os poderes da pesquisa coletiva na internet”. A razão não é gratuita. Chegou para mim, hoje, a revelação de que, finalmente, o Brasil pode ver o documentário que, há muitos anos, jornalistas brasileiros e pesquisadores desejavam ver...

Descoberto o filme que o Brasil não podia ver, por Urariano Mota http://jornalggn.com.br/blog/urariano-mota/descoberto-o-filme-que-o-brasil-nao-podia-ver-por-urariano-mota#.Vj6FDWGMJw8.twitter

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Desculpe a nossa Falha!

O marronzinho da Folha de S.Paulo, por Fábio de Oliveira Ribeiro

O Jornal de todos Brasis
Corre um boato de que o trabalhado mais difícil na atualidade é aquele atribuído à Ombudsman da Folha de São Paulo. De fato, é impossível desmentir dezenas de páginas de um jornal numa única coluna.  Tudo indica que a Folha de São Paulo se transformou num exemplo típico de imprensa marrom https://pt.wikipedia.org/wiki/Imprensa_marrom
Os primeiros indícios deste fenômeno remontam à comprovada ficha falsa de Dilma Rousseff que o jornal alegou que poderia ser verdadeira. Antes disto, porém, o dono do jornal havia chamado a ditadura de ditabranda. A dita certamente foi branda com os barões da mídia. A família Herzog, contudo, sabe exatamente como a dita tratou de forma dura os jornalistas.  
A tentação da mentira é imensa. Considerado um pecado capital pelos judeus, o falso testemunho tem sido fonte de miséria e sofrimento desde tempos imemoriais. Julio César, ele mesmo um consumado mentiroso que encobriu as brutalidades que cometeu na Gália e na Espanha, disse que em seu Belum Civile:  
“Nonnulla etiam ab iis qui diligentiores uideri uolebant fingebantur”    
“Algumas notícias eram fruto da imaginação mesmo daqueles que queria passar por mais bem informados.” (A Guerra Civil  - edição bilíngüe, tradução de Antonio da Silveira Mendonça, Estação Liberdade,  São Paulo, 1999, p. 170-171) 
Impossível esquecer que George Bush Jr. conseguiu invadir o Iraque repetindo a exaustão que Saddan Hussein tinha armas de destruição em massa. A imprensa dos EUA repetiu estas mentiras como se fossem verdades inquestionáveis e, mesmo depois de admitir seu erro, sequer cogitou a necessidade de indenizar os familiares dos iraquianos despedaçados e mortos durante a sangrenta campanha imperial norte-americana.  
As mentiras contadas pelo governo norte-americano para iniciar a segunda Guerra do Iraque lembram muito aquelas que foram contadas para justificar a Guerra do Vietnan. Sobre estas disse Hannah Arendt:  
"Em circunstâncias normais o mentiroso é derrotado pela realidade para a qual não há substituto; por maior que seja a rede de falsidade que um experimentado mentiroso tenha a oferecer, ela nunca será suficientemente grande para cobrir toda a imensidão dos fatos, mesmo com a ajuda de um computador. O mentiroso que consegue enganar com quantas falsidades comuns quiser, verá que é impossível enganar com mentiras de princípios. Esta é uma das lições que podiam ser apreendidas das experiências totalitárias e da assustadora confiança de seus dirigentes no poder da mentira  - na capacidade de, por exemplo, reescreverem a história uma e outra vez para adaptar o passado à 'linha política' do momento presente, ou de eliminarem dados que não se ajustam às suas ideologias." (Crises da República, Hannah Arendt, Perspectiva, São Paulo, 2013, p. 16/17) 
Nós não estamos em guerra. Mas a imprensa paulista parece ter declarado guerra ao governo do PT. Em razão disto, a Folha de São Paulo rebola para produzir e divulgar mentiras que realcem a justiça da pretensão dos golpistas e que desmereçam os argumentos racionais em favor da preservação do mandato da presidenta eleita pelos brasileiros. 
O princípio do poder é a realização de eleições e o respeito ao Tribunal que as organiza, proclama o resultado e empossa os candidatos eleitos. Uma parcela da mídia, contudo, parece querer ela mesma eleger o presidente do Brasil, como se o país não tivesse um povo ou como se este mesmo povo não pudesse ser dotado de soberania. O golpe vira impedimento e este se torna um substituto para o poder do povo, cabendo aos donos dos jornais dizer não só quem não será o presidente como quem pode receber a faixa presidencial. 
A guerra não é um princípio. Mas certamente começará em razão da negação do mesmo. Quem perde a eleição não governa. Quem ganha governa até o fim do mandato. Qualquer outra solução levará inevitavelmente à destruição de toda e qualquer possibilidade de coexistência pacífica entre os partidos políticos, entre o exército e seu povo e entre aqueles que fazem parte deste e votam de maneira distinta. 
Octavio Frias de Oliveira Filho era um mentiroso sofisticado. Nos últimos meses ele se transformou num boneco de ventríloquo. Quem está puxando as cordinhas que fazem seus lábios se moverem e dita as enfadonhas cantigas de maldizer publicadas na Folha de São Paulo e que estão levando o país para o abismo?  
Ao ver uma foto do dono da Folha hoje lembrei de outra figura caricata do jornalismo brasileiro: o Marronzinho https://pt.wikipedia.org/wiki/Marronzinho. Não foi ele que inventou a imprensa marrom, mas ele a produziu muito e se deu mal. Há alguns anos atrás, após ter cumprido pena e ser convertido em nome de Jesuis, ele ainda podia ser visto na Rua Antonio Agu (no centro de Osasco-SP) fazendo arengas evangélicas num megafone. Se não tomar cuidado, Otavinho poderá substituir Marronzinho em breve.  
http://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/o-marronzinho-da-folha-de-spaulo-por-fabio-de-oliveira-ribeiro

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Memórias do esgoto paulista, por Fábio de Oliveira Ribeiro

A imprensa paulista trata o governo de São Paulo como um bem sucedido laboratório do neoliberalismo tucano. Mas a verdade é que o estado bandeirante se transformou num verdadeiro inferno das populações rejeitadas pelos tucanos.
A Sabesp privatizada secou as represas e distribuiu seu lucro na Bolsa de New York. Shoppings e empresas de grande porte pagam uma ninharia pela água caríssimo distribuída nas periferias pobres que, além disto, estão sujeitas a um racionamento não admitido oficialmente.
A Eletropaulo também foi privatizada. A empresa reduziu suas equipes de manutenção para maximizar os lucros que remete para sua matriz norte-americana. Quando há interrupção do serviço as áreas consideradas nobres tem prioridade de atendimento. As periferias pobres são esquecidas e os pedidos de indenização distribuídos na Justiça contra a empresa se multiplicam. Tenho um colega que defendeu várias famílias numa destas ações porque a Eletropaulo deixou sem energia por 22 dias uma rua inteira na periferia de Osasco.
A PM não foi privatizada, mas se transformada num exército de jagunços que brutalizam as periferias pobres. Durante a gestão de Kassab na Prefeitura, centenas de favelas foram incendiadas, mas nenhum incendiário foi preso. Aqueles que incendiaram os arquivos do Metrô também estão soltos. O direito de protestar contra os abusos governamentais praticados pelos tucanos não existe. A liberdade de imprensa foi suspeita ou revogada. A violência policial em São Paulo está se virando contra os próprios jornalistas das empresas de comunicação que protegem o governador.
O Metrô e a CPTM não foram privatizados, mas tem sido sistematicamente saqueados há décadas. A roubalheira tucana nestas empresas públicas se tornou tão grande e impossível de não ser vista que gerou algumas consequencias. O Ministério Público de São Paulo processou as empresas que participaram do golpe, mas isentou de qualquer responsabilidade os agentes políticos que o organizaram e dele se beneficiaram. A teoria do domínio, aplicada contra petistas em Brasília a pedido de Folha, Veja, TV Gazeta e Estadão, foi esquecida quando os suspeitos eram tucanos paulistas.
Geraldo Alckmin e José Serra construíram dezenas de presídios. Há alguns dias o governador de São Paulo resolveu fechar centenas de escolas públicas. Alckmin pretende reformar os prédios das mesmas para transforma-los em novas unidades da Fundação Casa? Nos últimos 20 anos nenhuma universidade foi construída em São Paulo. De fato ambos pretendiam privatizar a USP e isto explica terem escolhido a dedo reitores comprometidos com o sucateamento da instituição. Quando os estudantes ousam se manifestar a PM invade o campus com a violência costumeira que emprega fora dele.
As chacinas estão se tornando uma triste realidade na periferia de São Paulo. Há bairros que vivem sob um “estado de sítio” não oficial. A liberdade de ir e de vir dos cidadãos mais pobres está sendo suspensa com a conivência do comando geral da PM. De fato, o medo de ser vítima de um “esquadrão de morte” só não incomoda os moradores dos bairros nobres onde os mesmos estão proibidos de operar. Uma chacina em Osasco foi filmada. A ação dos criminosos revelou treinamento policial. Vários PMs foram presos, todos os suspeitos já foram soltos. A julgar pena natureza perversa e criminosa da quadrilha que tomou de assalto o Palácio dos Bandeirantes, suponho que os pistoleiros da PM tenham sido premiados: mortos não fazem filhos e, portanto, mais escolas poderão ser fechadas por Alckmin no futuro.
A CF/88 prescreve o princípio da publicidade. A tirania de São Paulo, contudo, tem se devotado apenas ao princípio do segredo. A PM exigiu e conseguiu sigilo total sobre os gastos que teve ao reprimir violentamente manifestações de rua há alguns anos. Os documentos do Metrô foram queimados numa típica operação paramilitar disfarçada de invasão seguida de roubo. Que objeto valioso poderia se roubar num depósito de documentos? Alckmin tentou esconder do público até mesmo os documentos que se referem às falhas no serviço do Metrô. Propaganda favorável é o único produto jornalístico admitido em São Paulo. Alguém ficaria surpreso se a sede Carta Capital, uma revista pequenina e valente que tenta se opor ao modo tucano de governar, for vítima de um incêndio acidental?
A tirania em que se transformou o governo de São Paulo é um fato evidente para qualquer pessoa medianamente inteligente. Contudo, os tiranos tucanos nunca são denunciados pela grande imprensa paulista. Folha, Veja, Estadão e TV Gazeta se tornaram elementos chaves do “poder tucano” e recebem centenas de milhões de reais anualmente para falar bem de Geraldo Alckmin e José Serra, para acobertar os podres de ambos e para proteger os tiranos tucanos quando alguém os critica.
O TJSP e o Ministério Público local também parecem ter jurado lealdade total e incondicional ao tucanato paulista. Nenhum tucano graúdo é denunciado ou condenado e até os PMs assassinos parecem estar ganhando “carta branca” para manchar a periferia de sangue. Ao invés de governar para o povo e com o povo, os tucanos declararam guerra a uma parcela do povo. Em São Paulo os “menos paulistas” não tem direitos constitucionais, nem segurança. Segundo alguns, eles não deveriam nem mesmo ter direito a voto, pois elegeram Haddad prefeito das ciclovias.
A quem serve o governo tucano? Geraldo Alckmin, José Serra e quadrilha ilimitada são os fiéis escudeiros dos “mais paulistas”, daqueles que toleram os abusos financeiros dos tucanos, aplaudem a violência da PM quando esta dispersa manifestações e, sobretudo, desejam “esquadrões da morte” atuando nas periferias. O poder tucano representa os cidadãos exemplares que consomem propaganda como se fosse notícia e destilam seu ódio racial contra negros e nordestinos (vítimas preferidas dos PMs e dos esquadrões da morte) através de comentários no Twitter e no Facebook.
A elite do esgoto governa com mão de ferro um esgoto chamado São Paulo. E o silêncio obsequioso do Ministério Público Federal, confortavelmente instalado em seu luxuoso prédio em Brasília, é a cereja no bolo de merda que os “menos paulistas” são obrigados a engolir à medida que a CF/88 vai sendo diariamente rasgada em São Paulo. 

http://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/memorias-do-esgoto-paulista-por-fabio-de-oliveira-ribeiro

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

NO RITMO DA CREMALHEIRA

Sistema pioneiro acelera transporte de cargas entre São Paulo e Baixada Santista

Reflita: o que você faz em até 16 minutos?

Compras da semana em um supermercado?

Podem durar muito mais do que isso

Consegue atendimento em uma agência bancária?

Bancos insistem em tirar a
paciência dos clientes

Viaja entre as cidades da Baixada Santista?

Pouco provável que consiga sair e chegar ao destino nesse tempo

Cada segundo conta e o tempo, hoje, é precioso. Mas nesses 16 minutos também é possível subir a Serra do Mar. E a opção não é um helicóptero, que leva meia hora para fazer o trajeto.

O tempo recorde é atingido
por uma das maiores e
mais potentes locomotivas
elétricas em funcionamento
em todo o mundo.


Tratam-se dos trens de carga que circulam no trecho chamado de Serra da Cremalheira,
que interliga a Vila de Paranapiacaba, na Região Metropolitana de
São Paulo, até Cubatão, na Baixada Santista.
É um trajeto de quase 8 quilômetros de extensão, cuja inclinação dos trilhos
 é de pelo menos 10% – a Rodovia dos Imigrantes
tem até 6% de declividade máxima para os veículos.


Ao embarcar na cabine de uma locomotiva Stadler, fabricada na Suíça
exclusivamente para a Serra do Mar, a tecnologia chama atenção.
É confortável e tem até ar-condicionado – diferente das tradicionais a diesel,
que facilmente são encontradas circulando pelo litoral.
“É quase uma cabine de avião”, brinca o maquinista Juliano Santos,
de 33 anos, há uma década na profissão. 


.

Fazer o trajeto pela primeira vez oferece uma vaga impressão de que se está em uma tradicional montanha russa. Ao sair da estação e atingir o topo da Serra, não é possível enxergar mais nada além do horizonte azul nos dias de tempo aberto. Segundos após, o trem inclina para baixo bruscamente para descer 800 metros sinuosos de desnível natural.

Diferente do popular brinquedo do parque de diversões, ele não desliza até o Litoral. Se o fizesse, certamente o trajeto não seria seguro: isso porque são 750 toneladas carregadas em cada subida e descida. É como se a locomotiva levasse, a cada viagem, um monumento inteiro do Cristo Redentor ou, então, 500 mil barracas de praia que são vistas nas praias da Baixada Santista. Aliás, uma observação: enquanto a subida leva incríveis 16 minutos, a descida é feita em 19 minutos. 

16
minutos de viagem
800
metros de desnível
750
toneladas de carga
35
quilômetros por hora

Mas, afinal, o que é cremalheira?

No dicionário, cremalheira significa barra dentada. E é justamente uma barra central, entre os trilhos, e cheia de “dentes”, que faz com que toda a composição de vagões não escorregue pela Serra do Mar, cujas belezas da Mata Atlântica são reveladas a cada curva: cachoeiras, vales e montanhas de vegetação totalmente intactas.

A natureza exuberante, que hoje até passa despercebida por Juliano, impressiona não só quem está ali pela primeira vez, como também aqueles que estão começando no trajeto. A exemplo está o maquinista Mike Fogaça, de Praia Grande, que aos 32 anos enfrenta o maior desafio de um profissional da área.

Antes mesmo que se possa notar, lá está ela: a estação Raiz da Serra, em Cubatão. É onde as poderosas locomotivas entregam os vagões para as que são movidas a diesel e que vão despachar as composições para os terminais do Porto de Santos. A operação é rápida, dura menos de 10 minutos, e lá está ela pronta para subir a Serra do Mar novamente.

  • Do funicular à eletricidade
    A história da ágil ferrovia começa em 1867, quando a companhia britânica São Paulo Railway (SPR) a inaugurou. O objetivo era escoar a carga do Estado, como o café, que era o destaque na época, até o Porto de Santos para ser exportado. O maior desafio era vencer o desnível e a inclinação da Serra do Mar com segurança para transportar a carga. O primeiro sistema utilizado para vencer essa barreira natural era o funicular, lembra o atual inspetor da Estação de Paranapiacaba, Ronaldo Valentim. Era algo semelhante ao que até hoje é utilizado nos bondinhos do Monte Serrat, em Santos, que são puxados e sustentados por cabos, em contrapeso, por meio de grandes engrenagens instaladas no topo do morro. Para que os trens fossem movimentados entre Planalto e Baixada Santista, a ideia de contrapeso era a mesma. "Às vezes, era necessário encher de água os vagões vazios no sopé da Serra para que os cheios pudessem descer. Era muito mais difícil e arriscado. Diferente do que é hoje", fala o inspetor, ao apontar para o viaduto construído para o antigo sistema na Grota Funda. Na linha funicular hoje desativada, que é utilizada por grupos que fazem trilha na Serra do Mar, havia ao menos 16 viadutos e 13 túneis (seriam um limitador para o transporte de cargas, já que há composições que levam contêineres uns sobre os outros), de acordo com dados históricos da Rede Ferroviária Federal. Para os construtores da época, foi uma obra inédita e que tornou-se um marco para impulsionar a economia do País, além de encurtar distâncias, já que passageiros eram muito bem-vindo.

A cremalheira é a única maneira de vencer a Serra?

Não. Há ainda o trecho chamado de simples aderência, que possui 2% de inclinação e é utilizado pelas locomotivas da ALL-Rumo. Diferente da cremalheira, que é administrada pela MRS Logística, o trajeto alternativo é realizado, em aproximadamente, 3 horas. O desnível é similar: 740 metros entre o ponto mais alto e a altitude zero. A linha férrea se inicia em Evangelista de Souza (Grande São Paulo) e termina em Paratinga (São Vicente). Entre os entusiastas do transporte de passageiros, a simples aderência seria a alternativa perfeita para o turismo.

“Cremalheira é para uma viagem expressa.
A outra opção (simples aderência) teria que ser turística, pois é uma viagem mais demorada e temos que pensar na ferrovia como algo rápido e ágil”

José Manoel Gonçalves, presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias

E os passageiros?

Eles existiram, sim, até 1990, segundo a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. Mas a economia do País em desenvolvimento constante e a necessidade, cada vez mais crescente, de se explorar a ferrovia para desafogar as estradas fez com que as cargas – mais lucrativas – tomassem em definitivo o lugar das pessoas.
Além de defender maior investimento da exploração desse tipo de transporte (tanto para mobilidade urbana como para o transporte de mercadorias), o presidente da Frente Nacional Pela Volta das Ferrovias, José Manoel Ferreira Gonçalves, também gostaria de rever as pessoas utilizando a linha férrea, seja para turismo ou necessidade.
“Quando estamos no carro ou no ônibus, às vezes, não percebemos o quanto a Serra é maravilhosa. Dentro de um trem, o charme se evidencia e podemos aproveitar um pouco mais da nossa natureza”, fala. Ele garante: é possível, sim, voltar com a composição de passageiros, desde que haja vontade política para que isso aconteça.

Estudo

A responsabilidade quanto ao tráfego de pessoas é do Estado, enquanto que de carga é do Governo Federal. De acordo com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), há hoje um estudo para implantação de trens regionais que interligariam o Planalto à Baixada Santista. Nada concreto, por hora, apesar de haver empresas interessadas.
Pelo projeto inicial, a composição interligaria São Paulo até o Valongo, em Santos. Haveria, ainda uma estação intermediária em Cubatão e, também, em São Vicente. Seria um grande corredor que conectaria, também, as cidades de Mauá, Santo André e São Caetano, na região metropolitana da capital.
Acredita-se na movimentação de pelo menos 27 mil passageiros por dia, considerando toda linha férrea. Eles teriam à disposição pelo menos 22 composições, com 8 vagões cada. A viagem duraria de 35 a 50 minutos, dependendo da solução para transpor a Serra do Mar: o sistema Cremalheira ou de Simples Aderência.