“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Folhinha

Dias virão em que de tudo isso, que estais vendo, não ficará pedra sobre pedra; tudo será destruído. Lc 21,6

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Lave sua boca!

Lave a boca, FHC Uma frase para entrar na história: “Hoje vejo que a Justiça começa a se fazer. Aqueles que foram alcançados por ela tentaram transformar a Justiça num instrumento de sua própria história de uma revolução que não fizeram e, em nome de ideais que não cumpriram, querem descumprir a Constituição.” Mas não pelo que tem de verdade, mas de mentira, de falsidade. O seu autor foi presenteado, recentemente, com o cognome de "Príncipe da Privataria", epíteto que lembra a tantos quantos sem memória da história recente do país, o seu papel como responsável pela entrega do patrimônio brasileiro ao capital internacional. De sua biografia também se destaca a compra dos votos necessários no Congresso para que se efetivasse uma mudança na Constituição, de modo a permitir que disputasse a reeleição presidencial. Outro ponto relevante em sua história de vida foi subscrever a maluquice de um plano econômico que decretava a paridade entre o dólar e o real, medida cujos efeitos se fizeram sentir em pouco tempo: a quebra de milhares de empresas, o endividamento de outras tantas, a ruína de milhões. Nosso personagem parece ser obcecado por essa palavra: quebra. Nos oitos anos em que presidiu o Brasil, conseguiu a proeza de quebrar a sua economia três vezes. Outra palavra que o fascina é dependência. É coautor de livros sobre o tema, no tempo em que se considerava um intelectual. Gosta tanto do assunto que resolveu, quando mandatário da nação, subordiná-la aos interesses do Grande Irmão do Norte. Ficar seu dependente, se é que me entendem. Hoje, octogenário, tenta ser um Cardeal Richelieu em seu partido, o ninho tucano. Procura agir nas sombras, dissimulado como sempre, para tentar impor suas preferências. Diz que está afastado da vida pública, mas não rejeita quem lhe ofereça os rapapés de uma cultura envernizada e mumificada. Recentemente, foi designado "imortal" das letras pátrias por uma corte que ultimamente se preza em atrair mediocridades. É inteligente, ao seu modo. Ou esperto, se preferir. Sabe que apenas entre os medíocres consegue algum destaque. Ou entre aqueles que veem nele um instrumento adequado aos seus propósitos, como essa imprensa nacional, uma reunião de meia dúzia de famílias que desejam perpetuar o regime da Casa Grande e Senzala. Por isso ela lhe é tão acessível, tão condescendente, tão simpática. Por isso ela lhe abre espaços generosos para que ele os inunde com suas platitudes, suas insignificâncias ornadas de bijuterias de brilho efêmero. Como se refugia no campo de uma cultura pretensamente erudita, pouco sabe do conhecimento popular, fonte inesgotável de sabedoria e bom senso. Deve mesmo desconhecer uma frase comum, que o homem do povo usa para colocar os pretensiosos em seus devidos lugares: - Lave a boca antes de falar mal de fulano... Um bom conselho, sem dúvida. Que deveria ser seguido por muitos neste Brasil. http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2013/11/lave-boca-fhc.html

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Carta Aberta ao Povo Brasileiro

O julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando - e violando - garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas. O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. No início, não desmembraram o processo para a primeira instância, violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do caso um julgamento de exceção e político. Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça. É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha - contra a qual ainda cabe recurso - com base na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF. Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa, que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e linchamento. Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade contratada. Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais. Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados - violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da República. Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo brasileiro. Nunca fui sequer investigado em minha vida pública, como deputado, como militante social e dirigente político, como profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula. Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto político. Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna. Fui preso político durante a ditadura militar. Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites. Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou que não se verga e não se quebra. Peço aos amigos e companheiros que mantenham a serenidade e a firmeza. O povo brasileiro segue apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas pela presidente Dilma. Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania. José Dirceu

A NOTA PÚBLICA DE JOSÉ GENOÍNO

A NOTA PÚBLICA DE JOSÉ GENOÍNO Publicado em 15/11/2013 NOTA PÚBLICA Aonde for e quando for defenderei minha trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e soberano. Fotos Genoino Fotos Genoino Com indignação, cumpro as decisões do STF e reitero que sou inocente, não tendo praticado nenhum crime. Fui condenado porque estava exercendo a presidência do PT. Do que me acusam, não existem provas. O empréstimo que avalizei foi registrado e quitado. Fui condenado previamente numa operação midiática inédita na história do Brasil. E me julgaram num processo marcado por injustiças e desrespeito às regras do Estado democrático de direito. Por tudo isso, considero-me preso político. Aonde for e quando for defenderei minha trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e soberano. José Genoino www.genoino.org