“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

domingo, 22 de dezembro de 2013

Cachaça de derrubar general



Uma rica história da esquerda no período da redemocratização, pescado do blog do Paulo Markun, que exemplifica formas alternativas (e festivas) que a esquerda se valia na resistência a ditadura militar.
Na campanha das diretas, Elenara Vitoria Cariboni e seus companheiros resolveram produzir uma cachaça especial. Ela diz que sobrou só um rótulo e relembra essa historinha:
Caro Markun
te mandei por tuiter o rótulo da Cachaça das Diretas, aquela que derruba general, alto teor de combatividade, amadurecida na lutas… é realmente um prazer falar sobre isso, pois fazíamos parte de uma organização clandestina da 4ª internacional, a Democracia e Socialismo, mas éramos um pouco descentralizados do centralismo democrático, hehehe… quer dizer, fazíamos coisas tipo extra-classe, e a cachaça foi uma dessas funções… compramos toneis de cachaça, se não me engano de algum lugar em canoas/rs, levamos para dentro da sede do jornal em tempo, e passamos umas duas noites engarrafando e rotulando… o rotulo da cachaça foi feito em serigrafia, o mago das artes visuais, o saudoso Helinho Torres, é o criador da nossa ideia coletiva… rotulamos e engarrafamos, ou seja, a cachaça das diretas foi feita por nossas mãos… no dia do comicio, ainda tínhamos um tonel de cachaça na sede do jornal, mas a demanda foi tão absurda que tivemos que levar o tonel pra esquina democratica e seguir nossa linha de produção ali mesmo na esquina democratica… maior sucesso… cachaça da boa, ardia na goela, hehehehe… bem, posso contar mais em detalhes, mas daí vou encontrar os que ainda existem, pois dois já faleceram, Helinho e Marco Amaral, eramos cinco no total, coisa de filosofia punk, faça você mesmo, qdo a gente sente que a boa ideia pode deixar alguns contrariados, hehehehe. besos

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Esse capataz vai para o inferno...

O julgamento do julgamento já começou...

Aos poucos, a sociedade vai se informando sobre o que foi na realidade o julgamento da AP 470 - um processo eminentemente político, forjado para incriminar o PT, por meio de algumas de suas lideranças.
A reação a essa fraude já começou.
Nas redes sociais, inúmeros blogs e sites escancaram seu repúdio à condenação dos líderes petistas com provas inequívocas das inúmeras ilegalidades cometidas no desenrolar do julgamento.
E a própria sociedade civil se engaja no movimento.
Na quarta-feira (4), por exemplo, um seminário no Largo São Francisco (Faculdade de Direito da USP) mostrou as irregularidades do processo.
A equipe do blog de José Dirceu acompanhou o debate.
Leia a seguir a íntegra do seu relato:

Um processo marcado desde o início por irregularidades, que se mantêm na fase da execução das penas. Foi assim que os debatedores do seminário sobre a AP 470 no Largo São Francisco, em São Paulo, na noite desta quarta-feira, resumiram o julgamento. Eles chamaram atenção para graves violações das leis e das garantias.
Além do caráter técnico, o debate também ganhou forte simbolismo por ter sido feito na instituição pela qual passou boa parte dos grandes juristas brasileiros que se dedicaram à defesa do Estado Democrático de Direito.
“Eu tive o prazer e o desprazer de acompanhar esse processo desde o inicio e posso dizer com toda franqueza: vivemos momentos de muita perplexidade, coisas que achamos que jamais iriam se materializar se materializaram”, afirmou o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho.

Provas desprezadas

Também presente do debate, o jornalista Raimundo Pereira, da revista Retrato do Brasil, fez um relato das principais incongruências do julgamento. Ele resumiu o longo e detalhado conteúdo publicado na Retrato mostrando que há provas de que não houve desvio de dinheiro público do Banco do Brasil conforme alegado pela acusação.
O jornalista lembrou que há auditorias, notas fiscais, comprovantes e outros documentos oficiais mostrando que os serviços da DNA contratados pelo Banco do Brasil foram efetivamente prestados. Entre esses serviços, estão peças publicitárias na TV Globo, materialmente comprovadas. “Se o dinheiro foi desviado do BB, a primeira condenada tem que ser a Globo. Mas não houve desvio”, disse Raimundo.
“O que fizeram foi uma trama, com o significado pejorativo que isso tem”, acrescentou, referindo-se aos argumentos usados para desprezar essas provas e promover as condenações.

Perplexidade na condenação por quadrilha

“E, no final do processo, o que causou mais perplexidade foi prender as pessoas sem que a questão central, que é a formação de quadrilha, estivesse resolvida. Não foi provada a sua materialidade”, disse Raimundo, referindo-se aos embargos infringentes relativos a essas condenações que ainda serão julgados no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Rodrigo Dall’Acqua, defensor de Zé Dirceu, também chamou atenção para o contrassenso adotado pelo STF em relação à condenação por formação de quadrilha. Como foi por um placar apertado, o Supremo vai reanalisar a questão no ano que vem.
“[A condenação] é absolutamente ilógica, não preciso nem citar provas, basta ver a denúncia. A denúncia diz que mais de 150 crimes foram cometidos por essa quadrilha. Quantos desses 150 foram praticados sob o comando do que dizem ser o chefe da quadrilha [Dirceu]? Um. Apenas a compra de votos. E os outros 150? Não teve a participação de Dirceu, segundo a denúncia”, afirmou Dall´Acqua.
“É uma questão de lógica e de bom senso: basta olhar para a denúncia para ver que não tinha quadrilha. Se a imensa maioria foi praticada à revelia daquele que dizem ser o chefe, existe uma coisa muito estranha aí”, acrescentou.

Prisões ilegais

Dall’Acqua também disse que as prisões dos réus no último 15 de novembro foi cheia de falhas. “O grande problema é que a prisão se deu de uma forma absolutamente inusitada”, acrescentou, referindo-se à ausência da carta de sentença – exigida pela Constituição – na expedição dos mandados. “Houve uma inversão. Primeiro se prendeu, num feriado, para depois, num dia útil. se expedir a carta de sentença. Nunca vi uma coisa como essa”.
O advogado também lembrou que a execução de parte das sentenças sem que o julgamento tenha acabado “é algo sem precedentes”.

Lista de irregularidades

O advogado ainda listou a série de problemas no desenrolar do processo no STF, como o cerceamento da defesa, a violação do duplo grau de jurisdição, a espetacularização do julgamento, a pressão feita pela mídia, o tratamento diferenciado em relação ao chamado mensalão tucano, o uso equivocado da teoria do domínio do fato.
“A teoria do domínio do fato é uma prova de que faltavam elementos para condenar o José Dirceu e de que foi preciso usar algum subterfúgio para encorpar o que eles não tinham”, afirmou Dall’Acqua.

Vitor Marques, estudante de direito e integrante coletivo Graúna, do PT, também viu problemas na espetacularização do julgamento: “A Constituição não fala que um julgamento será midiático do começo ao fim, não fala que o réu já é considerado culpado no início do julgamento”.
http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2013/12/o-julgamento-do-julgamento-ja-comecou.html

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Folhinha

Dias virão em que de tudo isso, que estais vendo, não ficará pedra sobre pedra; tudo será destruído. Lc 21,6

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Lave sua boca!

Lave a boca, FHC Uma frase para entrar na história: “Hoje vejo que a Justiça começa a se fazer. Aqueles que foram alcançados por ela tentaram transformar a Justiça num instrumento de sua própria história de uma revolução que não fizeram e, em nome de ideais que não cumpriram, querem descumprir a Constituição.” Mas não pelo que tem de verdade, mas de mentira, de falsidade. O seu autor foi presenteado, recentemente, com o cognome de "Príncipe da Privataria", epíteto que lembra a tantos quantos sem memória da história recente do país, o seu papel como responsável pela entrega do patrimônio brasileiro ao capital internacional. De sua biografia também se destaca a compra dos votos necessários no Congresso para que se efetivasse uma mudança na Constituição, de modo a permitir que disputasse a reeleição presidencial. Outro ponto relevante em sua história de vida foi subscrever a maluquice de um plano econômico que decretava a paridade entre o dólar e o real, medida cujos efeitos se fizeram sentir em pouco tempo: a quebra de milhares de empresas, o endividamento de outras tantas, a ruína de milhões. Nosso personagem parece ser obcecado por essa palavra: quebra. Nos oitos anos em que presidiu o Brasil, conseguiu a proeza de quebrar a sua economia três vezes. Outra palavra que o fascina é dependência. É coautor de livros sobre o tema, no tempo em que se considerava um intelectual. Gosta tanto do assunto que resolveu, quando mandatário da nação, subordiná-la aos interesses do Grande Irmão do Norte. Ficar seu dependente, se é que me entendem. Hoje, octogenário, tenta ser um Cardeal Richelieu em seu partido, o ninho tucano. Procura agir nas sombras, dissimulado como sempre, para tentar impor suas preferências. Diz que está afastado da vida pública, mas não rejeita quem lhe ofereça os rapapés de uma cultura envernizada e mumificada. Recentemente, foi designado "imortal" das letras pátrias por uma corte que ultimamente se preza em atrair mediocridades. É inteligente, ao seu modo. Ou esperto, se preferir. Sabe que apenas entre os medíocres consegue algum destaque. Ou entre aqueles que veem nele um instrumento adequado aos seus propósitos, como essa imprensa nacional, uma reunião de meia dúzia de famílias que desejam perpetuar o regime da Casa Grande e Senzala. Por isso ela lhe é tão acessível, tão condescendente, tão simpática. Por isso ela lhe abre espaços generosos para que ele os inunde com suas platitudes, suas insignificâncias ornadas de bijuterias de brilho efêmero. Como se refugia no campo de uma cultura pretensamente erudita, pouco sabe do conhecimento popular, fonte inesgotável de sabedoria e bom senso. Deve mesmo desconhecer uma frase comum, que o homem do povo usa para colocar os pretensiosos em seus devidos lugares: - Lave a boca antes de falar mal de fulano... Um bom conselho, sem dúvida. Que deveria ser seguido por muitos neste Brasil. http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2013/11/lave-boca-fhc.html

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Carta Aberta ao Povo Brasileiro

O julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando - e violando - garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas. O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. No início, não desmembraram o processo para a primeira instância, violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do caso um julgamento de exceção e político. Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça. É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha - contra a qual ainda cabe recurso - com base na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF. Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa, que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e linchamento. Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade contratada. Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais. Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados - violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da República. Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo brasileiro. Nunca fui sequer investigado em minha vida pública, como deputado, como militante social e dirigente político, como profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula. Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto político. Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna. Fui preso político durante a ditadura militar. Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites. Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou que não se verga e não se quebra. Peço aos amigos e companheiros que mantenham a serenidade e a firmeza. O povo brasileiro segue apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas pela presidente Dilma. Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania. José Dirceu

A NOTA PÚBLICA DE JOSÉ GENOÍNO

A NOTA PÚBLICA DE JOSÉ GENOÍNO Publicado em 15/11/2013 NOTA PÚBLICA Aonde for e quando for defenderei minha trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e soberano. Fotos Genoino Fotos Genoino Com indignação, cumpro as decisões do STF e reitero que sou inocente, não tendo praticado nenhum crime. Fui condenado porque estava exercendo a presidência do PT. Do que me acusam, não existem provas. O empréstimo que avalizei foi registrado e quitado. Fui condenado previamente numa operação midiática inédita na história do Brasil. E me julgaram num processo marcado por injustiças e desrespeito às regras do Estado democrático de direito. Por tudo isso, considero-me preso político. Aonde for e quando for defenderei minha trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e soberano. José Genoino www.genoino.org

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Uma aula de vandalismo

Por Luciano Martins Costa em 10/10/2013 A semana que começou com a surpreendente aliança entre o PSB e a musa da Rede Sustentabilidade se completa na quinta-feira (10/10) com o espanto provocado pelo apoio dado publicamente pelo sindicato dos professores do Rio ao movimento conhecido como Black Bloc. Em manifesto distribuído pela direção da entidade, os funcionários da educação pública estabelecem uma linha de combate na qual o Estado, representado pela Polícia Militar, é o inimigo, enquanto os vândalos são tratados como aliados, uma espécie de sistema de segurança informal dos grevistas – agora devidamente formalizado. Diz o documento divulgado pelos jornais que os professores “defendem “incondicionalmente os Black Blocs das ações policiais”. Mais adiante, afirma: “O Estado e seus gestores [citando o governador e o prefeito do Rio] iniciaram uma ofensiva militar contra os movimentos sociais e a nossa greve, através de choques, bombas e sprays de pimenta. Devemos nos defender e seguir nas ruas”. Portanto, conclui o manifesto, os grevistas precisam “organizar a sua própria autodefesa (sic) contra as ações dos policiais”. Ora, se os professores consideram necessário, como dizem, “se defenderem a si próprios” contra os representantes do Estado, e para isso convocam e convalidam a tática destrutiva dos Black Blocs, é de se perguntar por que razão não buscam proteção mais eficiente, convocando as milícias e o narcotráfico para fazer o enfrentamento com a polícia. Afinal, se houve recentemente algum avanço no conflagrado ambiente social do Rio de Janeiro, que mantinha grande parte da sociedade refém das quadrilhas que dominavam as favelas, os narcotraficantes e sua contraparte, as milícias formadas por policiais corruptos, são inimigos naturais do governo do Estado. Ao convocar os Black Blocs como sua guarda particular, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação está declarando uma guerra ao Estado ao qual seus representados são vinculados, não ao governo circunstancial. Curiosamente, a greve e todas as manifestações que têm resultado em violência e depredações são justificadas por uma suposta campanha “em defesa da educação pública de qualidade”. Se, em defesa do ensino público, os mestres admitem o uso da violência, como reagirão quando os estudantes resolverem depredar as escolas, símbolos da incúria na educação? Cui bono? Imagine o leitor ou leitora qual será o resultado, sobre os adolescentes das escolas públicas do Rio, da declaração de uma entidade da educação em favor de grupos de indivíduos que, mascarados, se dedicam a atacar o patrimônio público e sedes de empresas, em nome de uma cruzada contra... contra o quê, mesmo? Considere-se, então, o efeito dessa mensagem circulando nas redes sociais digitais como uma convocação geral ao confronto, sem uma reflexão sobre possíveis consequências de uma conflagração geral nas ruas da cidade. Façamos, então, aquela pergunta básica dos latinos: “Cui bono”, ou seja, a quem beneficia tal circunstância? Se o leitor crítico revisitar o histórico das manifestações que eclodiram nas grandes cidades brasileiras a partir do mês de junho, vai observar que elas tinham um foco original, a mobilidade urbana, mas essa reivindicação central catalisava um sentimento difuso de mal-estar com a persistência de problemas institucionais, como a má qualidade da educação e da saúde, a inoperância da Justiça, a baixa representatividade do sistema político e os altos índices de violência, aí incluída a arbitrariedade policial. Era, portanto, um conjunto de causas dispersas que apontavam para o mau funcionamento das instituições da República. No entanto, o ingresso dos grupos organizados de predadores anônimos desviou a direção dos protestos para figuras específicas, o que tornou o movimento vulnerável a manipulações. Essa talvez seja a causa do refluxo dos protestos originais, que mudou o perfil dos manifestantes e a natureza das passeatas – em vez dos milhares de pessoas caminhando pacificamente com seus cartazes, o que se vê desde então é a ação dos grupos de vândalos, cada vez mais organizados, se apropriando das causas coletivas para exercer seu propósito destrutivo. Centenas de páginas já foram publicadas pela imprensa na tentativa de explicar esse fenômeno. Alguns fazem paralelos com as barricadas de 1968, recortando a História como quem seleciona figurinhas num álbum. Esse é um debate sem fim, mas o essencial pode ser apreendido no senso comum segundo o qual é preciso desconfiar de toda tática que tenta ocultar a estratégia que a motiva. A imprensa condena liminarmente a ação dos Black Blocs, mas ainda não se dispôs a investigar a quem eles servem. http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/uma_aula_de_vandalismo

domingo, 6 de outubro de 2013

Os cães também são gente

Traduzido por Google Para os últimos dois anos, meus colegas e eu tenho treinado cães para ir em um scanner de ressonância magnética - completamente acordado e desenfreado. Nosso objetivo foi determinar como o cérebro dos cães funcionam e, ainda mais importante, o que eles pensam de nós seres humanos. Agora, depois de treinar e digitalização de uma dúzia de cães, minha única conclusão inevitável é esta: os cães são pessoas, também. Porque os cães não podem falar, os cientistas basearam-se em observações comportamentais para inferir o que os cães estão pensando. É um negócio complicado. Você não pode pedir um cachorro por que ele faz alguma coisa. E você certamente não pode perguntar a ele como ele se sente. A perspectiva de desentocar emoções animais assusta muitos cientistas. Afinal de contas, pesquisas com animais é um grande negócio. Foi fácil de contornar as perguntas difíceis sobre a sensibilidade e as emoções animais, porque eles têm sido incontestável. Até agora. Ao olhar diretamente em seus cérebros e ignorando as limitações do behaviorismo, a ressonância magnética pode nos dizer sobre os estados internos cães. Ressonância magnética são realizados em voz alta, espaços confinados. As pessoas não gostam deles, e você tem que segurar absolutamente imóvel durante o procedimento. Prática veterinária convencional diz que você tem para anestesiar animais para que eles não se movem durante uma varredura. Mas você não pode estudar o funcionamento do cérebro em um animal anestesiado. Pelo menos não alguma coisa interessante como a percepção ou emoção. Desde o início, nós tratamos os cães como pessoas. Tivemos um termo de consentimento, que foi modelado após o consentimento de uma criança, mas assinado pelo proprietário do cão. Enfatizamos que a participação era voluntária e que o cão tinha o direito de abandonar o estudo. Nós usamos somente os métodos de treinamento positivos. Nenhuma sedação. Não há restrições. Se os cães não queria estar no scanner de ressonância magnética, eles poderiam sair. Mesmo que qualquer voluntário humano. Meu cachorro Callie foi o primeiro. Resgatado de um abrigo, Callie era uma mistura magro preto terrier, que é chamado de Feist nos Apalaches do sul, de onde ela veio. Fiel às suas raízes, ela preferiu caçar esquilos e coelhos no quintal para enrolar-se no meu colo.Ela tinha uma curiosidade natural, o que, provavelmente, ela desembarcou no abrigo, em primeiro lugar, mas também fez a formação de uma brisa. Com a ajuda do meu amigo Mark Spivak, um treinador de cães, que começou a ensinar Callie para entrar em um simulador de ressonância magnética que eu construí na minha sala de estar. Ela aprendeu a subir degraus em um tubo, colocar a cabeça em um descanso de queixo personalizado equipado, e mantenha-rock ainda por períodos de até 30 segundos. Ah, e ela teve que aprender a usar protetores de ouvido para proteger sua audição sensível dos 95 decibéis de ruído do scanner faz. Depois de meses de treinamento e alguma tentativa e erro no scanner de ressonância magnética real, fomos recompensados ​​com os primeiros mapas da atividade cerebral. Para os nossos primeiros testes, medimos a resposta do cérebro de Callie a dois sinais com a mão no scanner. Em experimentos posteriores, ainda não publicado, determinou-se que partes do seu cérebro distingue os aromas de cães e seres humanos familiares e não familiares. Em breve, a comunidade local do cão aprendeu de nossa busca para determinar o que os cães estão pensando. Dentro de um ano, tínhamos montado uma equipe de uma dúzia de cães que eram todos "MRI-certificada." Apesar de estarmos apenas começando a responder perguntas básicas sobre o cérebro canino, não podemos ignorar a notável semelhança entre cães e seres humanos, tanto na estrutura e função de uma região chave do cérebro: o núcleo caudado. Rica em receptores de dopamina, o caudado fica entre o tronco cerebral eo córtex. Nos seres humanos, o núcleo caudado desempenha um papel fundamental na antecipação de coisas que gostamos, como a comida, amor e dinheiro. Mas podemos inverter esta associação ao redor e inferir o que uma pessoa está pensando apenas medindo a actividade caudado? Devido à enorme complexidade da forma como as diferentes partes do cérebro estão ligados um ao outro, geralmente não é possível fixar uma única função cognitiva ou emoção de uma única região do cérebro. Mas o núcleo caudado pode ser uma exceção. Partes específicas do caudado se destacam por sua ativação consistente para muitas coisas que os seres humanos gostam. Ativação caudado é tão consistente que, sob as circunstâncias corretas, pode prever as nossas preferências por comida, música e até mesmo a beleza. 1 2 PRÓXIMA PÁGINA » Gregory Berns é professor de neuroeconomia da Emory University e autora de "Como Cães Amor Us: A neurocientista e seu cão adotado Decodificar o cérebro canino". A versão deste op-ed aparece na imprensa em 6 de outubro de 2013, na página SR 5 da edição de Nova York , com o título: Os cães são pessoas, também. http://www.nytimes.com/2013/10/06/opinion/sunday/dogs-are-people-too.html?smid=fb-nytimes&WT.z_sma=OP_DAP_20131006&_r=0

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Conheça um grande traíra

Grande traíra: Roberto Freire, o capacho da direita http://altamiroborges.blogspot.com/2013/10/roberto-freire-o-capacho-da-direita.html?spref=tw

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Os juízes playboys do Supremo

No final do ano passado participei de uma mesa no Congresso anual  da AJUFE (Associação dos Juízes Federais). O tema era o Judiciário e a comunicação pública.
 
Na mesa, um dos debatedores defendendo o Judiciário-espetáculo e os Ministros-celebridades. Considerou  um estágio superior de transparência.
 
De minha parte, procurei demonstrar que:
 
1. O espetáculo tinha diretor de cena. Para candidatar-se a celebridade, exigia-se que o candidato seguisse scripts previamente definidos, no campo dos conceitos, das posições políticas ou no desenho do personagem que entraria no palco. Acabaria por se tornar escravo da peça.
 
2. O diretor de cena não é neutro. São empresas com interesses próprios. Mostrei diversos episódios da série O Caso de Veja, na qual desembargadores, juízes foram fuzilados por se colocarem contra interesses de financiadores da empresa. Mostrei as ligações com Cachoeira.  Mostrei como a mídia corrompe, pela lisonja ou pela ameaça.
 
Um ano e meio após o início do julgamento da AP 470, é instrutivo analisar como o efeito-celebridade refletiu-se na ação do Supremo.
 
A gang dos 4
 
Hoje, o Supremo se divide entre celebridades, juízes tradicionais e figuras menores. 
 
No primeiro grupo, a "gang dos quatro" - Joaquim Barbosa, Marco Aurélio de Mello, Gilmar Mendes e Luiz Fux.
 
Uso o termo "gang" como referência aos grupos de jovens dos anos 60 e 70, época da adolescência dos atuais Ministros.
 
Havia a gang dos playboys, dos motociclistas, dos machões, dos jovens maus de boas famílias, como se dizia.
 
Todos interpretavam tipos similares, bem de acordo com o figurino que encantava as mocinhas da época. Seu appeal não eram atributos intelectuais, bom-mocismo ou outras banalidades, mas  a exibição de  músculos,  a coreografia de brigar em turma e  chutar e caçoar da impotência dos adversários caídos,  contar prosa para os amigos de bar, exibir o sorriso superior de escárnio, de quem se vê dotado da f-o-r-ç-a.
 
Esses estereótipos ficaram escondidos em algum desvão da memória dos quatro enquanto cumpriam  carreira jurídica convencional,  independentemente da origem de cada um: o filho da sociedade  cosmopolita, o herdeiro de família influente do sertão, o egresso do nordeste que se acariocou e  o que veio de baixo, viu e venceu.
 
Todos percorreram carreiras não muito condizentes com o estrelato. Tiveram que se ater ao mundo fechado dos tribunais, à leitura mais ou menos incessante da doutrina e aos canapés do poder, fundamentais para quem pretende fazer carreira na área. Satisfaziam o ego em circuito fechado, no máximo colhendo olhares de admiração ou despeito de colegas.
 
Chegando ao estrelato
 
Chegam ao topo, o Supremo Tribunal Federal. E, ali, recebem a oportunidade única de se tornarem celebridades, libertando-se da invisibilidade do Judiciário, no qual cumpre-se uma carreira burocrática, trabalhando até a aposentadoria, cultivando a discrição e, depois se recolhendo ao anonimato como tantos ex-Ministros. 
 
Um  atleta, jiujitser frequentador das praias e tocador de rock, como Fux; um vencedor encantado com celebridades, como Barbosa; um Ministro que sempre se orgulhou da aparência jovem, como Marco Aurélio; um empresário vitorioso que ambiciona chacoalhar os alicerces da República, da mesma maneira com que chacoalha os adversários do sertão, como Gilmar, conformando-se em seguir a vida modorrenta de juiz da corte e aposentar-se como um lente de antigamente, como um Peluso, um Celso, que irá voltar para Tatuí? Jamais.
 
Seu mundo é muito maior do que o mundo restrito do Judiciário.
 
Os holofotes da televisão e os olhos do país sobre eles, abriam a chance para a volta à juventude perdida, para a exposição de músculos, tendo à sua disposição o soco inglês de um espaço na Globo, o poder de gritar e convocar multidões para cercar os palácios, o rompimento com todos os protocolos para levar o combate do campo da doutrina para o tablado. 
 
A troco de quê Marco Aurélio irá terçar armas com Celso, Barroso ou Teori no campo minado (para ele)  dos conceitos e das ideias, se pode se valer do poder da mídia para pressionar o colega com um artigo jornalístico no mesmo dia do voto, sem direito a réplica?  Atropelou todos os códigos da magistratura? "F…", dirá, como um autêntico playboy de antigamente.
 
A troco de quê Gilmar terá que aturar os colegas desmascarando-o, por não mencionar o projeto de lei que ajudou  a escrever - propondo a derrubada dos infringentes - e que foi derrubado no Congresso, se pode chamar o Supremo de pizzaria e seu brado ecoar por todo o país? Quem irá se importar com um Ministro que mente - escondendo a verdade - se chamar o Supremo de pizzaria permite resultado muito mais imediato?
 
Um basta ao espetáculo
 
Pergunto: é esse o Supremo que o país precisa, são esses os Ministros que representam a magistratura? É evidente que não.
 
Independentemente da posição em relação à AP 470, é hora da comunidade do direito se colocar ante esse fenômeno deplorável do juiz-celebridade. 
 
Não serão necessários manifestos, discursos, passeatas. Basta apenas olhar os referenciais, os Ministros que passaram pelo Supremo sem perder a dignidade, os mitos que povoam o Olimpo jurídico por conta do seu conhecimento, da vida regrada e discreta e do apego aos princípios, fazer a elegia do juiz-solitário, imune às pressões do Estado e da turba, os que honraram o mandato, impedindo linchamentos e outras formas de selvageria, ajudando o país a subir degraus da civilização.
 
Depois, basta  um mero olhar de desprezo para esses cultivadores do show da vida. Não mais que isso. Com o fortalecimento dos ministros doutrinários (independentemente de posições) - como Lewandowski, Celso e, agora, Teori e Barroso - a diferença de dimensão com o grupo dos 4 fará o restante. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Olha aqui Tia!

por Andre Lux
Sinceramente, eu fico pasmo de ver gente inteligente e com acesso a tudo que há de bom e melhor no mundo ainda acreditando nessa farsa chamada "mensalão". Qualquer pessoa minimamente bem informada sabe que isso aí não passou de um caso de "caixa 2" e de compra de apoio dos partidos de aluguel., sem qualquer desvio de dinheiro público

Sim, TODOS fazem isso no Brasil. TODOS. Sabem por quê? Porque se não fizer isso NÃO GANHA ELEIÇÃO. Simples assim.

Aí vão dizer: "Ah, mas o PT sempre pregou a ética na política, então não poderia ter feito isso". Pois eu digo: "Foda-se a pseudo-ética pequeno-burguesa! Imoral pra mim é ver crianças morrendo de fome ou pedindo dinheiro em semáforos. É ver gente morando em favelas bebendo água de esgoto. O PT, graças ao Zé Dirceu, entrou no jogo para ganhar e FEZ O QUE DEVIA SER FEITO para eleger Lula. O resto é história: os governos Lula e Dilma tiraram 35 MILHÕES DE BRASILEIROS DA MISÉRIA! 

Por isso repito em alto e bom som para quem quiser ouvir: FODA-SE A PSEUDO-ÉTICA PEQUENO BURGUESA, dessa gente que faz bravatas contra a corrupção, mas vive sonegando impostos, subornando policiais, comprando DVDs piratas e baixando música de forma ilegal pela internet. Essa gente que acha que "pobre é tudo vagabundo", que "preto é tudo ladrão" e que "bandido bom é bandido morto".

E digo mais: FODAM-SE TODOS HIPÓCRITAS E FALSOS MORALISTAS DE PLANTÃO que vivem praticando atos corruptos no dia a dia enquanto posam de vestais da ética! E tenho dito.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Justiça em frangalhos



A pá de cal sobre a Justiça brasileira não será a negação do regimento interno do STF por escassa maioria daquela Corte, inclusive com a provável mudança de opinião do decano Celso de Mello quanto a opiniões que expressou recentemente a favor dos mesmos embargos infringentes que agora deve renegar. O que maculou o Judiciário foi a histeria falsificada de Gilmar Mendes.
Aos berros, o mesmo juiz que concedeu um habeas-corpus ao banqueiro Daniel Dantas nas horas mortas da madrugada e que libertou o médico estuprador Roger Abdelmassih – que fugiu do país em seguida, nunca mais tendo sido encontrado – tratou de magnificar os crimes de que são acusados membros do partido adversário daquele que o indicou para o STF.
Independentemente da culpabilidade ou não dos políticos réus da Ação Penal 470 – pois há controvérsias no mesmo STF –, ao usar como um açoite a sua opinião particular sobre o Partido dos Trabalhadores – que não é réu em ação nenhuma –, Gilmar Mendes inoculou política no processo, acentuando o seu (finalmente) inegável caráter político-partidário.
O destempero de Gilmar Mendes, que chegou a babar enquanto vociferava contra o PT, por certo servirá aos recursos que serão interpostos à Corte Interamericana de Direitos Humanos pelos réus vilipendiados em seus direitos mais elementares a princípio consagrado no Pacto de São José da Costa Rica, o princípio do duplo grau de jurisdição que o STF acaba de lhes negar.
Para o partido alvo do show circense de Gilmar Mendes, no entanto, talvez tenha sido a “melhor” solução – opinião, aliás, encampada por grande e influente parcela do PT.  Com a “virada de página” do julgamento do mensalão, Dilma Rousseff e centenas de petistas não terão que conviver com o noticiário sobre o processo em plena campanha eleitoral no ano que vem.
Já para a democracia, a tragédia é irreparável. O STF ser usado em vendeta política piora ainda mais a qualidade da nossa Justiça, eternamente acusada – com carradas de razões – de fazer distinções de classe social e de etnia em suas decisões. Agora, o STF também será acusado de fazer distinções políticas, o que não chega a ser novidade pela história da Corte.
Quem bem lembrou a história de injustiças do STF foi o escritor Fernando Morais, em entrevista que deu ao Blog na semana passada, durante reunião de amigos e familiares do ex-ministro José Dirceu em sua residência em São Paulo. Morais lembrou que o STF já enviou uma judia grávida para Hitler (Olga Benário) e coonestou o golpe militar de 1964.
Em 12 de setembro de 2013, a parcela racional da sociedade brasileira foi obrigada a assistir trapaças chocantes da maioria da cúpula do Poder Judiciário. Uma Justiça em frangalhos, pois, soma-se a todas as outras anomalias muito mais sérias que infernizam este país, como a imoral desigualdade de renda e de oportunidades. Razões para lamentar não nos faltam.
Resta lembrar que, há poucos dias, foi lançado um livro que versa sobre caso análogo à “compra da consciência de parlamentares” contra a qual vociferou Gilmar Mendes. Tal livro, no dia em que escrevo, já pode ser inscrito na categoria dos best-sellers, pois, segundo me foi dito pela editora que o publicou, já vendeu 10 mil exemplares e já deixou mais 15 mil em todas as livrarias importantes do país.
Tal é o sucesso do livro O Príncipe da Privataria, do escritor e jornalista Palmério Dória, que a obra já lidera a lista dos mais vendidos das mais importantes livrarias físicas e virtuais do país. O livro mostra provas de que houve “compra da consciência de parlamentares” em favor do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda que ele diga que foi feita por alguém que queria ajudá-lo, mas que ele não conhece.
Aliás, vale lembrar que FHC reconhece que houve tal “compra”, só que se desvincula da iniciativa de “comprar”.
É nesse cenário que vemos a mesma Justiça que desde sempre amaciou com grupos políticos simpáticos aos grandes meios de comunicação JAMAIS ter se debruçado sobre a compra de votos que FHC reconhece que houve durante seu governo e em seu favor, porém, segundo ele, “sem qualquer participação” de sua parte.
É suficiente, pois, dizer que a Justiça brasileira está em frangalhos?

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Esqueçam o que escrevi, diriam os jornais

O livro “O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dória, é uma lista extensa de pecados dos governos tucanos que jamais tiveram atenção do Ministério Público ou da Justiça. O jogo mais pesado foi feito para aprovar a reeleição de Fernando Henrique, parte de um projeto político verbalizado pelo então ministro Sérgio Motta de manter os tucanos no poder por 20 anos. Por Maria Inês Nassif


O livro “O Príncipe da Privataria”, de Palmério Dória, lançado na semana passada, tem a qualidade de ser memória. Dez anos passados do final dos governos de Fernando Henrique Cardoso, um processo do chamado Mensalão que tomou oito anos de generosos espaços da mídia tradicional e uma viuvez inconsolável da elite brasileira – alijada do principal poder institucional, o Executivo, por falta de votos populares –, jogaram para debaixo do tapete a memória do que foi o processo de privatização brasileira e a violenta concentração de riqueza nacional que disso resultou. 

Foi quase como se a mídia tradicional brasileira e a elite “moderna” que ingressou no capitalismo financeiro internacional na era Collor-Fernando Henrique Cardoso tivessem tirado as palavras da boca do próprio FHC. “Esqueçam o que eu escrevi”, teriam dito jornais e emissoras brasileiras, se perguntadas por que subtraíram de si próprios o mérito de ter, pelo menos, jogado luzes sobre a pesada articulação do governo tucano para dar mais quatro anos de mandato a Fernando Henrique, e sobre os interesses que se acumulavam por trás de um processo de privatização que, no mínimo, e para não dizer outra coisa, foi viciado. 

Na ponta do lápis, a aprovação da reeleição a R$ 200 por cabeça (denunciada pela Folha, com três confissões de venda documentadas em gravações obtidas pelo jornalista Fernando Rodrigues, e uma previsão de que, no total, pelo menos 150 parlamentares venderam também o seu voto) e os prejuízos de uma privatização que concentrou pesadamente renda privada no país, além de desnacionalizar setores estratégicos para o crescimento brasileiro, resultam em valores muito, mas muito mais expressivos do que o escândalo do Mensalão, que os jornais (com a ajuda de declarações e frases feitas de ministros do Supremo Tribunal Federal) cansam em dizer que foi o maior escândalo de corrupção da história do país.

Nos dois casos – do governo Fernando Henrique e no escândalo maior do governo Lula, o Mensalão – os jornais denunciaram. A diferença para os dois períodos, todavia, foi a forma como a mídia enxergou os desmandos. No caso da compra de votos para a reeleição, jornais e tevês consideraram satisfatória a ação da Câmara, que cassou o mandado de três parlamentares que confessaram, para o gravador oculto do jornalista Fernando Rodrigues, terem recebido dinheiro para votar a emenda da reeleição. Os escândalos relativos à privatização foram divulgados muito mais como denúncias de arapongagem – escutas ilegais feitas por inimigos do programa de doação do patrimônio público a consórcios formados com dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, fundos de previdência das estatais e capital estrangeiro (em menor volume, mas com direito a controle acionário), do que propriamente indícios de ilícitos do governo.

O fato de os jornais, revistas e tevês simplesmente terem apagado de suas memórias edições desses períodos não chega, portanto, a ser uma contradição. Ideologicamente, nunca houve uma proximidade política tão grande entre os meios de comunicação e um governo eleito democraticamente no país. O projeto tucano era também o projeto de modernização acalentado pela mídia tradicional: uma economia aberta ao capital estrangeiro, desregulada, obedecendo à máxima liberal de que o mercado é o melhor governo para os dinheiros. Nos editoriais da época, os jornais centenários brasileiros expressam a comunhão, com o governo, dos ideais de um Brasil moderno, neoliberal, fundado na ordem que já havia ganhado o mundo e subvertido o Estado de Bem-Estar social europeu, que foi o modelo mais longevo de capitalismo com justiça social do mundo (talvez tenha sido este um golpe mais duro para a esquerda democrática do mundo do que propriamente a queda do Muro de Berlim).

Com ressalvas para denúncias de desvios que foram colocados na categoria de “pontuais”, jamais como “sistêmicos” – como se repisa no caso dos escândalos dos governos petistas – a imprensa embarcou no discurso a favor de “reformas estruturais” que, ao fim e ao cabo, representavam extinguir conquistas sociais e garantias de soberania da Constituição de 1988. No final dos governos FHC, os editoriais lamentaram não a corrupção sistêmica, mas o fato de o Congresso (e não o governo) não ter cedido ao Executivo e aprovado as demais reformas, que consistiam em reformar a Previdência e reduzir garantias do trabalho. Enfim, acabar com a herança getulista, como havia prometido FHC.

Quando se tira a história debaixo do tapete, conclui-se também que os oito anos de governos FHC, mais os tantos anos que sobraram do governo Collor – que sofreu o impeachment em 1991 – e os anos em que o governo Itamar Franco esteve dominado por intelectuais ligados a FHC e Serra e economistas da PUC do Rio, usaram todos os recursos disponíveis na atrasada política tradicional com o propósito declarado de “mudar” o país. Qualquer oposição era jurássica e estava exposta ao ridículo: a elite “moderna” desprezava o que considerava ser subdesenvolvimento cultural das esquerdas. 

O jogo mais pesado foi feito para aprovar a reeleição de Fernando Henrique, parte de um projeto político verbalizado pelo então ministro Sérgio Motta de manter os tucanos no poder por 20 anos. A compra de votos foi generalizada no período, segundo farto material produzido pela mídia tradicional. Não houve ação da Polícia Federal, do Ministério Público ou da Justiça contra as fartas evidências de que a aprovação da reeleição foi uma fraude, proporcionada por mais de 150 votos comprados a R$ 200 mil cada um, segundo reitera a fonte de Fernando Rodrigues à época, agora entrevistado por Palmério Dória para o “Príncipe da Privataria”. 

Da mesma forma, os indícios de vícios graves na formação dos consórcios que viriam a comprar o sistema estatal de telefonia, fatiado pelo governo tucano, nunca foram objeto de uma preocupação mais séria por parte do Ministério Público, ou jamais sofreram a contestação de um Supremo Tribunal Federal que, na era petista, imiscuiu-se em todos os assuntos relativos aos demais poderes da República.

Em 1994, consolidou-se um bloco hegemônico em torno de um governo. MP, STF, polícias – todos tinham chefe. Era FHC, mas o principal partido político não era o PSDB, e sim os jornais – assim como hoje eles se constituem no principal partido de oposição. O que aconteceu de 2002 para cá é que a unidade em torno do governo não existe mais, mas a hegemonia das outras instituições se impõe sobre os poderes instituídos pelo voto. O bloco hegemônico é o mesmo, exceto pelo governo e pelo Congresso, que dependem do voto popular. A unidade se faz em torno da mídia – que nega o que escreveu na última década do milênio. Dois pesos e duas medidas viraram uso corriqueiro por este bloco. Por isso é tão simples cunhar frases do tipo “nunca houve um governo tão corrupto” para qualquer um posterior ao período tucano, que vai de 1995 a 2002. E por isso esta simplificação não pode ser pedagógica: não reconhecer que há uma corrupção estrutural no sistema político é uma forma de mantê-lo inalterado. E, quando um presidente do bloco hegemônico for eleito, poderá usar esse sistema político atrasado, com o pretexto de “modernizar” o país, pagando o preço que ele cobrar.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mídia quer desemprego e inflação para derrotar Dilma

Brasil alcança o maior estoque de empregos dos últimos dez anos, afirma Gleisi Hoffmann

O Brasil alcançou o maior estoque de empregos dos últimos dez anos, afirmou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante a reunião do Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) realizada nesta quinta-feira (22) no Palácio do Planalto.
“Está nos jornais, e eu acho de grande relevância, que é a situação do emprego no Brasil. Eu gostaria de chamar a atenção de todos para o estoque de empregos que hoje nós temos no país. Nós temos 40,454 milhões de empregos. É o maior estoque de empregos dos últimos dez anos quando nós começamos uma política ofensiva de empregabilidade.”
A ministra também comentou sobre os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a taxa de desemprego de julho que foi de 5,6%. Em junho, a taxa registrada foi de 6,0%.

“Qualquer número que saia sobre variável de criação de vagas de emprego, de geração de empregos, deve ser observado a partir desse estoque. Isso é importante falar para que não prevaleça uma ideia muito pessimista de que nós estamos com uma situação de desemprego. Muito pelo contrário. O dado do IBGE divulgado hoje, junto com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), mostra que a nossa taxa de desemprego do mês de julho é de 5,6[%] contra 6,0 [%] do mês de junho. Nós temos um crescimento menor das vagas de emprego, da geração de emprego, em razão também do grande estoque, do aumento de estoque que nós tivemos de emprego nos últimos anos.”

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A mídia, o desemprego e o Prozac
Enviado por Miguel do Rosário on 22/08/2013 – 4:11 pm1 comentários
Cada vez me convenço mais que a nossa mídia é sócia da indústria de antidepressivos. Eles investem na ansiedade para forçar as pessoas a comprarem remédios. Todos os jornalões de hoje trazem títulos na primeira página advertindo para a piora no mercado de trabalho. A Folha foi a mais eficiente. Usando os números do Caged, fala que as capitais “fecham vagas pela 1ª vez em uma década”. Só que não é verdade. Ou antes, a mídia fala uma verdade parcial afim de vender uma mentira completa.


A manchete não tem sentido jornalístico. É surreal, politiqueira, falsa. A manchete recorta um fato negativo dentro de uma estatística positiva. É como se o Flamengo ganhasse de três a um do Fluminense e a manchete no dia seguinte fosse “Flamengo toma um gol do Fluminense”.

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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Os exemplos que as autoridades não dão

Michael Bloomberg indo trabalhar
e dando exemplo de como
 uma autoridade deve proceder
Jens Stoltenberg, primeiro-ministro
norueguês: como motorista de táxi
é mais fácil saber o que a população quer
Dias atrás, o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, passou um dia ao volante de um táxi em Oslo para, incógnito, saber o que os cidadãos de seu país querem. Stoltenberg, líder do Partido Trabalhista norueguês desde 2009, disse que pretendia escutar ele próprio a opinião dos cidadãos comuns. “Se há um lugar onde as pessoas falam sobre o que pensam, é o táxi",explicou.
Atitudes como a sua são raras no mundo da política e o Brasil não é exceção, embora o exemplo de como deve se portar o homem público esteja bem próximo de nós, no vizinho Uruguai, onde o presidente José Pepe Mujica doa quase todo o seu salário para os pobres, vive numa pequena chácara perto de Montevidéu e usa como transporte o seu Fusquinha.
Na verdade, as autoridades é quem deveriam dar os exemplos de civilidade, ética e educação que tanto são cobradas dos cidadãos comuns.
Em São Paulo, nestes dias, há um intenso debate sobre o transporte público. A decisão da prefeitura de abrir mais faixas exclusivas de ônibus em grandes avenidas deu mais velocidade aos veículos, mas diminuiu a dos carros.
Metrô e trens metropolitanos continuam apresentando problemas quase diários.
Em meio a tudo isso, governador, prefeito, secretários, deputados e vereadores utilizam carros oficiais, com motorista e combustível pagos pela população, e não têm a menor ideia do inferno que é o transporte público que oferecem às pessoas.
Muitos, provavelmente, nunca andaram de metrô, trem ou ônibus.
Michael Bloomberg está no seu terceiro mandato como prefeito de Nova York. E, apesar de bilionário, vai para o trabalho de metrô todos os dias. Fotos suas no trem se acham às dúzias na Internet.
O ex-prefeito de Londres Ken Livingstone utilizava com frequência a linha de metrô Jubilee para ir à prefeitura. O atual prefeito da cidade, Boris Johnson, vai trabalhar pedalando a sua bicicleta e teve a iniciativa de mandar construir mais ciclovias e de adotar um sistema de aluguel de bicicletas.
No Brasil, se algum político ou autoridade rejeitasse as mordomias do cargo, certamente seria visto como um alienígena, um ser estranho a este mundo, o que, convenhamos, não faria nada bem à sua carreira.
Talvez seja por isso que eles preferem que as coisas fiquem como estão, nem pensem nesse negócio incômodo que é se misturar com o povo e tomem conhecimento do que se passa no mundo real apenas pelas informações de  "aspones".
Desse jeito, todos ganham - todos menos nós, simples cidadãos comuns.

 http://cronicasdomotta.blogspot.com/2013/08/os-exemplos-que-as-autoridades-nao-dao.html?spref=tw

terça-feira, 6 de agosto de 2013

CURIOSIDADES DO NOSSO CORPO

CURIOSIDADES DO NOSSO CORPO
(algo que precisamos saber)


1. Se você estiver com a garganta doendo, aperte seu ouvido:
Pressionando os nervos do ouvido, ele vai gerar um reflexo imediato nos espasmos da garganta e alivia o desconforto

2. Para ouvir melhor utilize apenas um lado da orelha:
Se você está em um clube e não ouvir bem o que as pessoas estão dizendo, vire a cabeça e use apenas a orelha direita, uma vez que ela distingue melhor as conversações, enquanto a esquerda identifica músicas de som.

3. Para resistir à tentação de ir ao banheiro pense em sexo:
Quando não resistir à vontade de urinar e não tiver um banheiro por perto, pense em sexo. Isso vai entreter o seu cérebro e reduzirá o estresse.

4. Provoque tosses para reduzir a dor:
Um grupo de cientistas alemães descobriram que quando você espirra, aumenta a pressão no peito e coluna vertebral, inibindo, assim, dores na coluna.

5. Se você estiver com o nariz entupido:
Pressione o céu da boca e o nariz. Toque o céu da boca firmemente com um dedo, segurando o nariz abaixo das sobrancelhas. Isso permitirá que as secreções possam se mover e você volta a respirar.

6. Quando você tiver com azia, durma sobre seu lado esquerdo:
Isto cria um ângulo entre o estômago e do esófago, de modo que o ácido não pode passar para a garganta.

7. Quando um dente dói esfregue um cubo de gelo em sua mão:
Você deve passar um pedaço de gelo na área, em um "v" que tem entre o polegar e o dedo indicador contra a palma da mão. Isto reduz em 50% a dor, pois este setor está ligado aos receptores da dor da face.

8. Quando você se queimar, pressione o ferimento com um dedo:
Após a limpeza da área afetada, pressione com a mão sobre a queimadura, assim ela retornará a temperatura inicial e evitará bolhas. (Para pequenas queimaduras, apenas)

9. Quando você estiver bêbado:
Repouse a mão sobre uma mesa ou superfície estável. Se você fizer isso, seu cérebro vai recuperar o sentido de equilíbrio e evitará que tudo gire ao seu redor.

10. Ao correr, respire quando o pé esquerdo pisar o chão.
Isto irá prevenir sentimento de comichão no peito, porque se você respirar quando você coloca o pé direito, fará pressão no fígado.

11. Se sangrar o nariz, empurre com o dedo:
Se você deitar com o sangue escorrendo poderá se sufocar, por isso é melhor pressionar o dedo sobre o lado do nariz quando você tiver sangramento.

12. Para controlar o batimento cardíaco quando você está nervoso
Coloque o polegar na boca e assopre, isso irá ajudar seu coração parar de bater tão rápido a partir da respiração.

13. Para aliviar uma dor de cabeça quando você bebe água gelada:
Quando você beber algo congelado, resfria o paladar e o cérebro interpreta. Então você deve colocar a língua no céu da boca para retornar à temperatura normal.

14. Previna a falta de visão quando você está na frente do PC:
Quando você coloca seus olhos em um objeto próximo, como um computador, a vista fica cansada e não consegue enxergar direito. Por isso, feche os olhos, contraia o corpo e prenda a respiração por um momento. Então, relaxe. Remédio santo.

15. Desperte suas mãos e pés adormecidos movendo sua cabeça:
Quando você dorme, um braço ou uma mão, gire a cabeça de um lado para o outro e sentirás a dormência passar dentro de 1 minuto. Os membros superiores adormecem pela pressão sobre o pescoço. Igualmente para pernas e pés, leva alguns segundos.

16. Uma maneira fácil de prender a respiração debaixo d'água:
Antes de mergulhar, fazer respirações muitos rápidos e fortes para fazer o sangue ácido desaparecer, pois isso é que causa a falta de ar.

17. Memorize textos à noite:
Tudo o que você ler antes de dormir, o mais fácil de lembrar ...

Quando alguém COMPARTILHA algum valor, Você se beneficia.
Então você tem a obrigação moral de compartilhar com os outros.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ao contrário de outras crises da mídia impressa, desta vez o caso é terminal.


Nos tempos em que as revistas tinham futuro, na década de 1980
Nos tempos em que as revistas tinham futuro, na década de 1980
A comunidade jornalística está em estado de choque pela carnificina editorial ocorrida na Editora Abril.
Mas eis uma agonia anunciada.
Revistas – a mídia que fez a grandeza da Abril – estão tecnicamente mortas, assassinadas pela internet.
Os leitores somem em alta velocidade. Quando você vê alguém lendo revistas (ou jornal) num bar ou restaurante, repare na idade.
Jovens estão com seus celulares ou tablets conectados no noticiário em tempo real.
Perdidos os usuários, foi-se também a publicidade. Em países como Inglaterra e Estados Unidos, a mídia digital já deixou a mídia impressa muito para trás em faturamento publicitário.
E no Brasil, ainda que numa velocidade menor, o quadro é exatamente o mesmo. Que anunciante quer vincular sua marca a um produto obsoleto, consumido por pessoas “maduras”.
Apenas para lembrar, no mundo das revistas, nunca, em lugar nenhum, funcionou publicitariamente revista para o público “maduro”.
Sucessivas revistas para mulheres “de meia idade” em diversos países fracassaram à míngua de anúncios. O anunciante quer o jovem no auge do consumo. É um fato.
Crises as editoras de revistas enfrentaram muitas. Mas esta é diferente. Desta vez, o caso é terminal.
Antes, e eu vivi várias crises em meus anos de Abril, você sabia que uma hora a borrasca ia passar.
Agora, você olha para a frente e observa apenas o cemitério.
Sobrarão, no futuro, algumas revistas – mas poucas, e de circulação restrita porque serão um hábito quase tão extravagante quanto se movimentar em carruagem.
Na agonia, o que companhias como a Abril farão é seguir a cartilha clássica: tentar extrair o máximo de leite da vaca destinada a morrer.
Para isso, você enxuga as redações, corta os borderôs, piora o papel, diminui as páginas editoriais e, se possível, aumenta o preço.
É uma lógica que vale mesmo para títulos como Veja e Exame, os mais fortes da Abril. Foi demitido, por exemplo, o correspondente da Veja em Nova York, André Petry.
Grandes revistas da Abril, como a Quatro Rodas, passaram agora a não ter mais diretor de redação.
Em breve deixará de fazer sentido uma empresa que encolhe ficar num prédio como o que a Abril ocupa na Marginal do Pinheiros, cujo aluguel é calculado entre 1 e 2 milhões de reais por mês.
É inevitável, neste processo, que a empresa perca o poder de atrair talentos. Quem quer trabalhar num ramo em extinção?
Os funcionários mais ousados tratarão de sair, em busca de carreiras em setores que florescem.
Ao contrário de crises anteriores para a mídia impressa, esta é, simplesmente, terminal.
Corre o boato de que a empresa será vendida. Mas quem compra uma editora de revistas a esta altura? Recentemente, no Reino Unido, correu o boato de que o proprietário dos títulos Evening Standard e Independent estaria vendendo seus jornais. Numa entrevista, isso lhe foi perguntado por um jornalista. “Mas quem está comprando jornais?”, devolveu ele.
É um cenário desolador – e não só para a Abril como, de um modo geral, para toda a mídia tradicional, incluída a televisão.
A internet é uma mídia que se classifica como disruptora: ela simplesmente mata. O futuro da tevê está muito mais na Netflix ou no Youtube do que na Globo.
As empresas de mídia estão buscando alternativas para sobreviver. A News Corp, de Murdoch, separou recentemente suas divisões de entretenimento e de mídia, para que a segunda não contamine a primeira.
A própria Abril vai saindo das revistas e tentando um lugar ao sol na educação.
Mas escolas – supondo que a Abril supere o problema dramático de imagem da Veja, pois isso vai levar muitos pais a recusar colocar dar a seus filhos uma educação suspeita de contaminação pela Veja – não dão prestígio e nem dinheiro como as revistas deram ao longo de tantos anos.
Isso quer dizer que a Abril luta pela vida. Mas uma vida muito menos influente e glamorosa do que a que teve sob Victor Civita, primeiro, e Roberto Civita, depois.

terça-feira, 30 de julho de 2013

São Paulo, cidade do já-teve

Bares, boates, night-clubs, danceterias, baladas, casas noturnas, 
discotecas que dançaram no tempo e ficaram na saudade:

† La Boheme 
† A Baiúca
† Spazio Pirandello
† Paddock
† Blue Note 
† As Últimas Nuvens Azuis do Céu da Alameda Principal 
† Garitão
† Espaço Mambembe
† Ferro's
† Juão Sebastião Bar
† Opus 2004
† Blow-up 
† Espaço Off 
† Pauliceia 22
† Anexo
† Pingão
† Orra meu!!!
† O Beco 
† Toulouse Lautrec
† La Licorne 
† Chicote
† La Ronde 
† Ópera Cabaré (depois Village Station)
† Versailles 
† Marino
† Arpège 
† Nick Bar 
† Luar Paulista
† Bar Brasil
† Halleluia
† Acontece 
† Café Maravilha
† Tobago
† Cálice
† São Paulo Chic (e o samba do Camisa Verde e Branco)
† Pierrot 
† Refúgio 
† Shampoo
† US Beef Rock
† The Place
† Chez Moi
† Chez Armand 
† Vektra
† Soul Train
† Variety 
† Club de Paris 
† Michel 
† Barbazul 
† Galo Vermelho 
† Dakar 
† Cartola Clube 
† La Vie en Rose 
† Holiday 
† Som de Cristal 
† Avenida Danças 
† Maravilhoso 
† O Jogral 
† Oásis (depois Executivo Bar, hoje Executivo Club) 
† Geni 
† Lounge 
† Shadow
† Pop Corn
† Raio Laser
† Club Nation (depois Armagedon)
† Ácido Plástico
† Treibhaus
† Gitana Hall 
† Sampa
† Contramão
† Kilt (demolido pelo Kassab só porque ele é viado) 
† Terceiro Whisky 
† Heaven 
† Pool
† Resumo da Ópera (depois Show Days Saloon)
† Lov.E 
† Loveland 
† Toco 
† Magamalabares 
† Stravaganza
† Scarabocchio 
† Lei Seca
† Farney's (depois Djalma's, hoje PPP) 
† Madame Satã (depois Morcegóvia) 
† Rose Bom Bom 
† Tífon
† Inverno e Verão
† Dancing Morumbi
† Liverpool
† Tramp
† Walkabout
† The The
† Rhapsodia
† Batom
† Leiteria Paulista
† Love Apple
† Love Story (a original)
† Singapura
† Aeroanta 
† Broadway
† QG (depois Krill)
† Victoria Pub 
† Sunshine
† Paribar (o original) 
† Saint Germain (depois Sanja) 
† Radar Tan Tan 
† Stardust 
† Sunset
† 150 
† Farewell 
† Saint Louis
† Cave 
† Carbono 14 
† Cais 
† Clyde's
† L'Honorabile Società
† Massivo (o das “almôndegas” humanas) 
† Dama Xoc 
† Funilaria e Pintura 
† Borracharia 
† Gallery 
† Abrigo Nuclear 
† Kremlin 
† Napalm 
† Los Angeles
† Projeto SP 
† Rádio Clube 
† Millenium
† Playboy
† Nation
† Roof 
† Sra. Krawitz 
† Kabul
† Arcadia
† Azul da Meia-Noite 
† St. Paul 
† Ta Matete 
† Bartolo 
† Olivia 
† Metrópolis 
† O Trago Nosso de Cada Noite 
† Torre do Dr. Zero (e suas históricas baladas de 5a. feira) 
† Vou Vivendo 
† Willie Willie 
† Patropi 
† Riviera 
† Redondo 
† Columbia (e seu Sub Club + o Hell's) 
† Tonton Macoute (e New Tonton) 
† Moustache 
† Tambar 
† Splash 
† Overnight 
† London Tavern
† Espaço Retrô
† Supremo (e seu porão) 
† Woodstock 
† Lira Paulistana 
† Kripton
† Kiron
† Habeas Corpus
† BASE 
† Moinho Santo Antônio 
† Comics 
† Up&Down 
† Der Temple
† House
† Area (depois Opera Room) 
† Hoellish (depois Cais)
† De Repente 
† Manga Rosa 
† Mariajoana 
† Tonk
† Duna's 
† Espaço Alquimia
† Lei Seca 
† Latitude 3001
† Penicilina
† Carcará
† Casablanca
† Aquarius 
† Phoenix 
† Calabar 
† Dobrão 
† Hippodromo (depois Krakatoa)
† Regine's
† Papagaio
† O Ponto 
† Zoster
† Allure 
† Anny 44 
† Hong Kong
† Barbarella 
† Banana Power 
† Chicago
† Excalibur 
† California Dreams
† Cottom Club 
† Pink Elephant
† Cabral
† Klatu
† Kri'w
† Lambar
† Lambarteria
† Hippopotamus
† Porque Hoje é Sábado
† Charade 
† Girondino (o original)
† Café Cancun
† Shalako 
† Phoenix (depois Enigma)
† Champ's
† Semba
† Guillf's (depois Acrópole)
† Star Music
† Dado Beer
† Canto Livre
† Joy
† Banza 
† Zanzibar
† Voo Livre
† Pepsi
† KVA 
† ONU 
† Sound Factory
† Terceiro Tempo
† Brilho
† New York
† Massa Rara
† Metrô
† Mirage
† Biosfera 
† Candel Light 
† Summertime
† Teleco Teco 
† Balacobaco 
† Catedral do Samba 

por Sergio Faria... do http://www.catarro.blogspot.com.br/?zx=6f538eac7dfc758f

+Catedral do Samba
+Papai