“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

domingo, 22 de dezembro de 2013

Cachaça de derrubar general



Uma rica história da esquerda no período da redemocratização, pescado do blog do Paulo Markun, que exemplifica formas alternativas (e festivas) que a esquerda se valia na resistência a ditadura militar.
Na campanha das diretas, Elenara Vitoria Cariboni e seus companheiros resolveram produzir uma cachaça especial. Ela diz que sobrou só um rótulo e relembra essa historinha:
Caro Markun
te mandei por tuiter o rótulo da Cachaça das Diretas, aquela que derruba general, alto teor de combatividade, amadurecida na lutas… é realmente um prazer falar sobre isso, pois fazíamos parte de uma organização clandestina da 4ª internacional, a Democracia e Socialismo, mas éramos um pouco descentralizados do centralismo democrático, hehehe… quer dizer, fazíamos coisas tipo extra-classe, e a cachaça foi uma dessas funções… compramos toneis de cachaça, se não me engano de algum lugar em canoas/rs, levamos para dentro da sede do jornal em tempo, e passamos umas duas noites engarrafando e rotulando… o rotulo da cachaça foi feito em serigrafia, o mago das artes visuais, o saudoso Helinho Torres, é o criador da nossa ideia coletiva… rotulamos e engarrafamos, ou seja, a cachaça das diretas foi feita por nossas mãos… no dia do comicio, ainda tínhamos um tonel de cachaça na sede do jornal, mas a demanda foi tão absurda que tivemos que levar o tonel pra esquina democratica e seguir nossa linha de produção ali mesmo na esquina democratica… maior sucesso… cachaça da boa, ardia na goela, hehehehe… bem, posso contar mais em detalhes, mas daí vou encontrar os que ainda existem, pois dois já faleceram, Helinho e Marco Amaral, eramos cinco no total, coisa de filosofia punk, faça você mesmo, qdo a gente sente que a boa ideia pode deixar alguns contrariados, hehehehe. besos

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