“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Mídia esconde, mas Serra enfrenta greve que atinge núcleos em mais de 100 países

Mídia esconde, mas Serra enfrenta greve que atinge núcleos em mais de 100 países

Jornal GGN - Não é só com os vizinhos da América Latina que José Serra (PSDB) demonstrou pouca ou nenhuma habilidade diplomática no exercício do Ministério de Relações Exteriores. A grande mídia até ajuda dando nenhum destaque, mas o fato é que o tucano enfrenta, há 40 dias, uma greve que paralisou os trabalhos de funcionários do Itamaraty em mais de 100 países.
Sem alarde, Serra recebeu uma carta do sindicato da categoria com as reinvidicações, em sua passagem pelos Estados Unidos. Até agora, a reação do ministro foi desligitimar a greve e ameaçar cortar os salários de quem aderisse à paralisação. A Justiça teve de reconhecer o direito ao protesto por reajuste salarial. Para a sorte do tucano, os funcionários devem retornar aos postos na próxima semana.
Por Flavio Aguiar
Na Rede Brasil Atual
Ela está passando quase despercebida, sem tsunamis nem marolas significativas na mídia. Trata-se da primeira greve dos funcionários do Itamaraty.
Começou no dia 22 de agosto. Até o momento, teve a adesão, além dos sediados no Brasil, de funcionários de 112 repartições diplomáticas brasileiras pelo mundo.
Com a greve, ficaram prejudicadas algumas atividades do serviço consular, como, por exemplo, a emissão de passaportes, certidões e outros serviços. Nota Bene: a greve era dos chamados “funcionários de chancelaria”, não dos diplomatas de carreira.
Há uma série de reivindicações ligadas à carreira funcional. A mais importante delas é a de equiparação salarial às demais carreiras chamadas “de Estado”, como Polícia Federal, Receita, Tesouro Nacional. Caso atendida, a reivindicação vai significar um reajuste de cerca de 30% nos salários.
No dia 21 de setembro, durante a presença de Michel Temer em Nova Iork, para abrir a Assembleia Anual da ONU, os funcionários lotados nesta cidade, em Chicago e em Boston fizeram uma manifestação em favor das reivindicações. Entregaram uma carta a José Serra, assinada pela presidenta do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério de Relações Exteriores (Sinditamaraty), Suellen Paz.
Os grevistas têm se queixado da dificuldade de negociar com Serra. Este determinara o corte do ponto dos que aderiram a greve. Entretanto o Superior Tribunal de Justiça Federal determinou a suspensão do corte, reconhecendo a legalidade da greve, o que foi considerado uma vitória pelo sindicato.
O Sinditamaraty também denunciou práticas de assédio moral, antissindicalistas e intimidatórias contra os grevistas.
Diante destes desenvolvimentos, a greve parece encaminhar-se para o final. O sindicato, depois de assembléia presencial realizada em Brasília, na quarta-feira (28), encaminhou votação neste sentido pela internet a partir das 20 h daquele dia até as 20h de sábado (1º).
As informações podem ser confirmadas no site do sindicato: www.sinditamaraty.org.br .
A greve e a entrega da carta poderiam ajudar a explicar o clima de chilique do ministro ao retornar da viagem aos EUA, que teria ameaçado demitir todos os seus assessores, menos um. Como costuma acontecer nestes casos, não deu para confirmar a notícia. Mas também não houve nenhum desmentido.
http://jornalggn.com.br/noticia/midia-esconde-mas-serra-enfrenta-greve-que-atinge-nucleos-em-mais-de-100-paises

domingo, 25 de setembro de 2016

Entrevistas Clube dos Garotos – 8 – Fernando Haddad, por Rui Daher

por Rui Daher

Texto de ‘fricção’ confeccionado em organdi pelos jornalistas Rui Daher, Nestor Gruppo e Regularte Pestana, patrocinado pelas Estampas Eucalol com apoio dos baralhos “Dirigindo não Jogue”.


A uma semana do 1º turno das eleições para prefeito de São Paulo, depois de termos entrevistado os candidatos João Dória, José Maria Eymael e o substituto João Bico, Marta Suplicy, Luiza Erundina, Celso Russomanno em debate com Henrique Áreas, Major Olímpio, seria injusto não darmos oportunidade ao atual prefeito, Fernando Haddad, de expor suas ideias em caso de continuar gerindo a cidade.
Pela quinta vez, assim, pedimos desculpas a Levy Fidélix e à sua filha Lívia, candidata a vereadora, 28.028 (o óbolo ainda não entrou na conta) pelo adiamento da sua entrevista. Quem sabe no 2º turno, doutor.
Ao contrário dos pretensos leitores, que em conta de sermos pretensos engraçadinhos, pensaram que iniciaríamos o texto dizendo que Haddad chegou para a entrevista em trajes de ciclista e pedalando, informamos: ferraram-se.
O prefeito chegou num carro, dirigido por Gabriel Chalita, seu vice na chapa, com enorme cartaz no para-brisa traseiro, onde se lia: “Vote Haddad. Escrevi 60 livros, ele 5, mas merece seu voto”.
Feitas as apresentações, nos sentamos ao redor de uma mesa especialmente colocada em nossa Redação pelo pessoal do GGN, com duas tarjas vermelhas desenhadas sobre ela. (Atenção: verificar se houve intenção quinta-coluna).
Desta vez, para evitar o ocorrido na última entrevista, deixo a primeira pergunta para o equilibrado Pestana.
- Candidato Fernando Haddad ...
- Como? Por acaso estamos na TV Globo, frente a Trallis ou Bonners? Meu nome é Fernando, sem o candidato, se o quiserem mais completo, Fernando Haddad, que árabes não costumam declarar o sobrenome da mãe no rebento filho homem. Prossigam.
Percebo que Pestana tinha perdido o fio-da-meada e aproveito a deixa:
- Sou uma exceção, Fernando. Meu nome completo é Rui Marin Daher, o Marin vindo de Pelotas, Rio Grande do Sul, onde nasceu minha mãe, filha de um espanhol.
- Então por que você escamoteia o sobrenome dela?
- Serasa, SPC, MPF, Moro, Pirulão de Pato Branco, DOPS, ah, este não existe mais, mas sempre pode voltar. Coisas assim, Fernando.
- Eu sou Gabriel Benedito Issaac Chalita, interfere o educador.
- Esse é mais! Tem anjo, negro, judeu, árabe, o siri e o cacete. Desculpem. Quis apenas descontrair ...
- E alguém aqui está contraído, Nestor?
Explico: por mais que tenhamos aconselhado, o Nestor insistiu em aguardar a hora da entrevista num boteco da esquina. O Pestana contou quatro Salinas. Sei que ele me acompanhou em dois chopes. E mais não digo.
- Fernando, não podemos deixar de comentar os últimos resultados das pesquisas de intenções de votos. Segundo elas, você não vai ao 2º turno.
- Quando me elegi prefeito não foi diferente. O poste de Lula, lembra?
- Sim, mas era outro Lula, outro PT.
- Lula, até imbecis coxinhas já perceberam tratar-se de uma perseguição para evitar que ele seja candidato à presidência, em 2018. E não sou candidato do PT como propalam, mas pelo (se exalta) PT, repito pelo (!), e não só, mas do PDT, PCdoB, PROS e PR, que formam a Coligação Mais São Paulo.
- Sua resposta implica tentativa de se dissociar dos últimos acontecimentos que prejudicaram a imagem do Partido dos Trabalhadores, particularmente em São Paulo?
- Absolutamente não! Ou você acha que a boa aceitação momentânea da Marta se deve aos feitos dela nas clínicas de Botox ou quando prefeita pelo PT? O que fiz foi melhorar suas realizações de quando pertenceu aos quadros do PT Pelos resultados do Botox não me responsabilizo.
Volta o Nestor:
- Nem eu. Entortou a boca de um jeito. Parece que teve uma doença grave que o nome evito mencionar. T’esconjuro Satanás! Vixe, me passou um frio na espinha. Poderíamos dar um tempo e chegar num bar ali da Angélica para um cafezinho.
Sabedor que café seria o último líquido de que Nestor se serviria, corto.
- Desnecessário. O pessoal do GGN providenciou um coffee break que deve estar prestes a chegar. Tenho uma pergunta importante. Seus críticos dizem que até aqui suas realizações foram tópicas, dirigidas para as regiões mais nobres da cidade, como as ciclovias, a explosão de faixas únicas para ônibus, limites de velocidade nas vias carroçáveis, domingos de lazer na Paulista. E a periferia? Nada?
- Tópico evitar quase 500 mortes no trânsito? Proporcionar diversão a todas as classes sociais, diminuir o tempo de condução de casa ao trabalho e vice-versa? Periferia? Visitem os CEUs e vejam quanto os melhorei.
- Sobre o de Paraisópolis, posso confirmar. Meu filho, Gabriel, é arte-educador lá. Mas, então, por que tanta rejeição?
- Você mesmo já mencionou, tergiversei, e não irei além.
Nestor cochicha no ouvido de Pestana, que balança a cabeça concordando e mete bronca:
- Porra, faltava não ser rejeitado. Petista histórico, foi ministro da Educação de Lula, o facínora apud Moro, escreveu o livro “Em defesa do socialismo”, criou o ProUni, liberou o Uber e mexeu com o malufismo “taxidérmico”, e ainda quer continuar prefeito da capital do Tucanistão? Tá louco, sô? Nem se quibes e esfihas votassem o senhor se reelegeria.
É Chalita quem tenta fechar:
- Somos todos do bem. Será reconhecido com muito amor.
Nestor insiste em dar a última palavra:

- Sim, da mulher e filhos. Nem mesmo da esquerda que vai para as eleições mais fragmentada que vidro estilhaçado.
http://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/entrevistas-clube-dos-garotos-%E2%80%93-8-%E2%80%93-fernando-haddad-por-rui-daher

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

EBC: Nenhum direito a menos, nada mais que a legalidade!

por Ricardo Melo
No dia 02 de setembro foi publicada a MP 744 que alterou a lei de criação da EBC, (Lei 11652/2008). Em linhas gerais a MP acabou com a previsão de mandato para o presidente da EBC, tornando-o demissível a qualquer tempo e extinguiu o Conselho Curador.
Com a MP, o Ministro Dias Toffoli, cassou a liminar por ele concedida anteriormente, que garantia o meu mandato, por entender que houve perda do objeto do Mandado de Segurança por mim impetrado.
No dia 02/09 foi publicado Decreto novamente me exonerando e nomeando Laerte Rímoli. Tal Decreto foi revogado menos de 12 horas após sua vigência, pelo Presidente da República em exercício. Com tais medidas, à luz da Lei de Introdução ao Código Civil, todos os Decretos de  nomeação  exoneração não mais existem no mundo jurídico.
A MP por si só não revoga minha nomeação como Diretor-Presidente da EBC e os Decretos que me exoneraram por duas vezes foram revogados pela Presidência da República. Logo, entendo que permaneço no comando da EBC até que seja formal e regularmente exonerado pelo Presidente da República. Se isto vier a acontecer, em prejuízo da comunicação pública prevista na Constituição.
Nenhum direito a menos, nada mais que a legalidade!
Ricardo Melo
http://jornalggn.com.br/noticia/ebc-nenhum-direito-a-menos-nada-mais-que-a-legalidade

sábado, 10 de setembro de 2016

O secreta brasileiro que colocou a foto no Tinder


Nos tempos em que Salazar governava Portugal, e os portugueses se faziam merecedores das piadas, a mais frequente era a do secreta português, que usava distintivo orgulhosamente na lapela.
Nos últimos anos, a piada é o Brasil. E já temos nosso secreta: o ardiloso capitão do Exército Wilson Pina Botelho, codinome Balta.
O anonimato é o instrumento de trabalho do secreta. O capitão colocou sua foto no Tinder. Viveu gloriosamente o papel de esquerdista padrão, passando pelo crivo técnico de adolescentes namoradeiras. Como um James Bond dos trópicos, usou o charme para seduzir uma jovem sonhadora e inserir-se em perigosa organização terrorista.
Depois, exerceu seu formidável appeal, sua sagacidade incomparável, para convencer um grupo de adolescentes a mudar o local de encontro para as manifestações da Paulista, da Estação da Luz para o Centro Cultural São Paulo.
Lá, o galante capitão foi apartado da turma sob o argumento de que estaria aguardando sua mulher dar à luz. Imediatamente denunciou-se para a rapaziada. Não foi necessário nenhum trabalho investigativo para que o secreta brasileiro fosse descoberto.
Depois, foi só divulgar a foto e esperar algum conhecido identificar a verdadeira identidade.
O capitão Botelho, vulgo Balta, sacrificou seu cacife de secreta para deter vinte jovens que não representavam nenhum perigo à ordem pública. O máximo que aspiravam era socorrer algum manifestante vítima de bomba.
Expôs a comunidade de informação ao ridículo, entregou sua identidade, desmoralizou a operação – já que, em lugar de “terroristas” deteve jovens pacíficos.
Para completar, a piada foi endossada pela tropa da PM, certamente impressionada pela colaboração com um alto membro do serviço secreto. Quando viram a esparrela em que tinham caído, era tarde.
E não me venham mais contar piadas de secreta português.

http://jornalggn.com.br/noticia/o-secreta-brasileiro-que-colocou-a-foto-no-tinder

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O apoio de Luiz Felipe de Alencastro

De Luiz Felipe de Alencastro, professor emérito da Universidade de Sorbonne, por e-mail:
Caro Nassif
 
Quero salientar por escrito o que lhe disse ontem na manifestação: seu trabalho incessante em defesa da democracia e das conquistas sociais marcará a época confusa mas esperançosa que atravessamos. Palavra de historiador.
 
um abraço
 
Luiz Felipe de Alencastro

Comentário
Michel Temer está permitindo à nossa geração a revanche histórica, a reação contra a tentativa de implantar uma ditadura civil-jurídica no país, a última oportunidade de lutar e entregar um país civilizado para a próxima geração, que irá nos suceder. A luta não é entre esquerda e direita, é entre a barbárie e a civilização, das quais Luiz Felipe de Alencastro sempre foi um farol a iluminar a intelectualidade brasileira e francesa.
São manifestações como a dele que fortalecem o sentimento de resistência, para permitir a sobrevivência deste espaço, o GGN.


http://jornalggn.com.br/noticia/o-apoio-de-luiz-felipe-de-alencastro