“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Não é mais uma crise, é uma tragédia

Quem viveu mais de meio século, como eu, deve se lembrar de como foram os governos Sarney, Collor, Itamar e FHC.

Os mais jovens, felizmente, se recordam apenas do Brasil sob a liderança dos trabalhistas, Lula e Dilma.

Não têm, portanto, a menor noção do que era o país antes, do número de miseráveis que habitava esta terra, do tamanho da desesperança que havia nela.

Os governos Lula e Dilma, hoje fica mais claro, foram uma exceção na história do Brasil, porque deram voz e vez aos excluídos pelo cruel pré-capitalismo nativo.


Deposta a presidenta, eliminados os trabalhistas, findo o sonho de se adotar por estas bandas uma social-democracia com traços civilizatórios mínimos, o triste passado retorna com todo o seu peso, toda a sua violência e toda a sua crueldade.

Em poucos meses, o governo golpista conseguiu a proeza de ser pior que os piores momentos de Sarney, Collor e FHC, em todos os sentidos.

O desempenho da economia é cada vez mais catastrófico.

Os escândalos na cúpula governamental se sucedem com uma rapidez que nem uma obra de ficção poderia registrar.

As instituições se esfarelam de maneira nunca antes vista.

Se antes a crise era política e econômica, hoje ela se disseminou tão amplamente que atinge a todos os setores do país.

O Brasil vive, não uma crise, mas uma convulsão, um desastre, uma tragédia.

O Brasil está perto de um colapso.

E, incrível, parece que os semeadores do caos não se importam com isso.

(Carlos Motta)

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