“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Os motivos para transformar o soldado baleado em herói nacional

Centenas de policiais morrem todo ano em serviço, assim como marginais e  jovens negros de periferia.
A morte do policial da Força Nacional no Rio de Janeiro, no entanto, mereceu duas manifestações inusitadas. Do Ministro da Justiça Alexandre Morais, tratando-o como "herói do nosso povo" - designação que se dá a quem tomba no campo de batalha enfrentando inimigo externo. Do interino Michel Temer a decretação de luto oficial.
Por qualquer prisma, há que se lamentar a morte do soldado. Mas é evidente que há uma vontade no ar de estimular o clima de guerra interna.
Há duas intenções nisso. 
A primeira, de fortalecer o governo recriando o mito do inimigo interno. Funcionou com o PT. Com o PT fora de combate há que se recriar outro inimigo no imaginário nacional.Obviamente  vai sobrar para os movimentos populares.
A segunda, de incentivar as Forças Armadas a retomarem o conceito de guerra revolucionária interna, a fim de afastá-la das relevantes missões que lhe foram conferidas na última década,  da exploração do fundo do mar (com o pré-sal), a guerra tecnológica e a parte aeroespacial, projetos que estão sendo gradativamente retirados das mãos da elite militar e entregues a burocratas.
Resolução recente da ONU determinou que as riquezas do alto mar não serão propriedade territorial de ninguém, mas de quem tiver condições de explorá-las. Não se trata apenas de petróleo mas de um enorme conjunto de minérios. As Forças Armadas estavam empenhadas em fortalecer o pré-sal, no campo da defesa, tendo em vista esse cenário futuro.
http://jornalggn.com.br/noticia/os-motivos-para-transformar-o-soldado-baleado-em-heroi-nacional

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