“Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Carta aberta a população da capital paulista, serviço funerário de São Paulo

Ninguém aguentava mais!
Nós, trabalhadores do serviço funerário do município de São Paulo não aguentávamos mais as condições a que estávamos submetidos, por isso deflagramos a greve no dia 21 de junho.
São 17 anos sem reposição da inflação nos salários, nosso piso salarial é de R$ 440,00 e ssão necessárias algumas gratificações para atingir o salário mínimo nacional (R$ 545,00). As condições de trabalho são precárias. Todos os dias, faça chuva ou faça sol, abrimos as covas, fazemos as remoções dos corpos, trabalhamos com as documentações, sem condições dignas.
A falta de funcionários também é uma realidade, o último concurso público foi realizado em 1998. Nesse tempo, muitos saíram, outros se aposentaram, outros faleceram eo serviço funerário não busca uma mínima solução sequer, não abre novos concursos, o que está poe detrás disso? É a pergunta que fica.
Mas a empresa terceirizada (Tonanni), contratada para fazer a limpeza dos cemitérios, é muito bem tratada, porém seus funcionários recebem também um salário de miséria e são submetidos as mesmas condições insalubres que as nossas, não tem equipamentos necessários para proteção, usam muitas vezes, ferramentas do próprio serviço funerário. Mesmo proibidos pela lei e pelo contrato foram obrigados a fazerem enterros e isso vamos denunciar.
Qual era o real interesse?
O superintendente foi aos jornais dizer que nossa greve foi organizada por suspeita de corrupção. Pura mentira. Se existe corrupção, que seja apurada as responsabilidades e que sejam punidos os corrptos. Mas, como pode um servidor ser acusado quando é ele que leva o serviço funerário nas "nas costas"? Se existe corrupção, deve ser entre os "grandões" que mandam no serviço funerário enão estre os servidores que vivem do seu salário e tiveram que ir a greve para exigir seus direitos.
Nossa greve foi por salários! Quem aceitaria trabalhar nessas condições insalubres e com estes salários?
Sabemos que somos serviço essencial, mas não entendemos o motivo dos baixos salários. O governo e os vereadores, em março, se negaram a pagar a gratificação que reivindicamos, mas hoje com a greve dizem que vão aceitar.
Por isso, fizemos uma greve de 6 horas em 25 de maio e, agora no dia 21 de junho, de 24 horas. Caso o governo não cumpra sua palavra de negociar uma solução para nossos salários, seremos obrigados novamente recorrer a mobilização e se necessário a greve. Estamos cansados de humilhação, cansados de baixos salários, cansados de sermos acusados sem prova alguma, cansados das péssimas condições de trabalho.
Por tudo isso agradecemos a compreensão de todos!.
TRABALHADORES DO SERVIÇO FUNERÁRIO DA CAPITAL PAULISTA.

Copiei isso de um panfleto do SINDSEP, Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo, encontrado num ponto de ônibus na avenida Sapopemba, altura do número 5700.

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